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terça-feira, 20 de julho de 2010

A atualidade de Paulo Freire

A atualidade de Paulo Freire

Ao fazer uma matéria sobre a incoerência dos pais na educação dos filhos, deparei-me com um texto de Paulo Freire, tirado do site do instituto que leva seu nome, sobre a relação dos pais com os filhos e com a escola.
A tese da matéria, inspirada numa coluna do psicanalista Contardo Callegaris, na Folha de S. Paulo, era baseada em uma pesquisa norte-americana, que mostrava o quanto ainda impera nas relações entre pais e filhos o discurso "faça o que eu digo, não faça o que eu faço."
O Search Institute realizou uma pesquisa com 1.425 pais norte americanos. Os pesquisadores ofereceram uma lista de 19 atitudes, todas simples, que poderiam ser feitas para os pais na transmissão de valores morais.
Mais de 70% dos pais concordaram com nove, dentre as 19. A surpresa, no entanto, foi os pais terem admitido que, dessas nove, eles colocavam em prática apenas duas: cobrar resultados na escola e respeito aos adultos.
Conversas sobre temas importantes no relacionamento, estímulo à independência, discussão de valores pessoais e outros temas, apesar de importantes, não eram colocadas em prática pela maioria dos pais.
Bem, o que Paulo Freire tem a ver com essa pesquisa? A resposta está nas indagações que o educador fazia, já em 1955. Veja algumas delas, tiradas de um documento sobre organização dos pais na escola:
"A criança traz do berço a conduta que apresenta, ou adquire certos hábitos na convivência dos pais, dos mestres e dos companheiros?"
"Quem não reconhece, no 'Lourival' da nossa marchinha carnavalesca, o filho único ou o menino que fora excessivamente mimado?"
"Sendo o exemplo e a experiência os fatores mais preponderantes na educação, nós, pais e mestres, educamos mesmo quando não temos nenhuma intenção de educar?"
"Os pais que adotam o 'faça o que eu digo e não faça o que eu faço' terão êxito em suas tentativas para educar?"
"As crianças espancadas obedecem porque se educam ou porque têm medo?
"Os filhos que assistem às arengas dos pais e que dão, certamente, a razão a um só deles, não são levados a pensar que o outro é menos justo ou menos sensato?"
"Por que os pais que enganam aos filhos ou lhes fazem promessas impossíveis ficam tão zangados quando os meninos procuram enganar ou 'enrolar as pessoas'?"
"Na maioria dos casos, os meninos que se tornam teimosos e desobedientes não são aqueles que já se acostumaram a obter consentimento para aquilo que lhes fora antes proibido?"
Tirei duas conclusões desse texto: a primeira foi a constatação da sensibilidade de Paulo Freire, que já abordava essas questões levantadas na pesquisa norte-americana há quase 50 anos.
A segunda é que, apesar das mudanças nas relações sociais e familiares, pais e professores continuam incoerentes e incompetentes na hora de resolver o dilema entre o que e como ensinar aos filhos.
Incoerentes porque sabem (ou intuem) o que é bom para a educação, mas não colocam em prática esses gestos. Incapazes porque, tendo consciência que o gesto pode educar mais do que a palavra, continuam se preocupando mais com o discurso do que com a prática.
Um exemplo prático, dado pela psicanalista Madalena Ramos, da PUC-SP: "De que adianta um pai dizer ao filho que é preciso respeitar os colegas e as normas da escola se, no caminho que faz para levar a criança ao colégio, ele pára em cima da faixa de pedestre e é agressivo com os demais motoristas?"
Moacir Gadotti, diretor do instituto Paulo Freire, dá um exemplo na escola: "A escola ensina democracia, mas, muitas vezes, não a coloca em prática. Ela não ouve os alunos e não conta com a participação dos pais."


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