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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Método Fônico.




Este assunto gostaria de compartilhar com vocês que visitam meu blog. Pois sei que a maioria que visita é aluno como eu dos cursos de licenciaturas das mais váriadas. As palavras abaixo, não sgnificam que sou 100% com a temática, mas que me ajudou a refletir melhor sobre o tema ajudou. Obrigado pela visita e bom final de semana.

Professor de Neuropsicologia da Universidade de São Paulo (USP), Fernando César Capovilla.

Especialista em distúrbios da comunicação e da linguagem.



Folha Dirigida — Como o sr. avalia nossos alfabetizadores?



Fernando César Capovilla — São pessoas dedicadas e que querem fazer um bom trabalho. No entanto, são impedidas de fazê-lo porque os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) do Ministério da Educação (MEC) estão completamente errados. Quando comparamos os PCN’s brasileiros com os britânicos, finlandeses, franceses ou americanos notamos uma disparidade extraordinária. Eles dizem para não fazer o que o Brasil faz. Existem dois métodos para alfabetização: o ideovisual e o fônico. O mundo inteiro, que usa a escrita alfabética, usa o método fônico porque uma revisão da literatura, de 115 mil estudos científicos publicados, provou que o método fônico é superior ao ideovisual, que continua sendo usado no Brasil e no México.



Folha Dirigida — O que é exatamente o método ideovi
sual? E o fônico? Qual a diferença entre eles?








Capovilla — No ideovisual o professor dá o texto para o aluno. O MEC recomenda, por meio dos seus PCN’s, que se dê o texto à criança (um texto, como eles dizem, complexo, rico), e afirma ainda que não há necessidade de ensinar a criança a converter letras em sons e sons em letras. Diz também que o professor deve aceitar tudo o que a criança escreve como uma produção legítima. O professor não pode ensinar, corrigir, treinar ou guiar a criança ao longo do processo. O MEC acredita que a criança aprende praticamente sozinha, que basta ter livros no entorno que ela vai aprender a ler e escrever, e isso é falso. O mundo inteiro descobriu, por meio de atividades científicas, que ler e escrever são atividades complexas que requerem um treinamento específico. São necessárias instruções sobre a relação entre as letras e os sons para que a criança possa codificar fonografenicamente (a partir da fala escrever) e decodificar grafonemicamente (a partir da palavra decodificar o texto e produzir fala). O método fônico evoca a fala, a mesma fala com a qual a criança pensa e se comunica. Por isso é um método muito natural.



Folha Dirigida — O Brasil sempre utilizou este método?



Capovilla — Antes a alfabetização era feita pelo método silábico. A partir dos anos 80, com o Construtivismo, foi introduzido o método ideovisual que produziu péssimos efeitos. O Brasil é recordista mundial de incompetência de leitura. O México está em segundo lugar e tanto um quanto outro seguem Emília Ferrero (psicopedagoga argentina), ou seja, o Construtivismo. O mundo inteiro deixou isso como sendo um mito, como sendo pernicioso para a criança. Pelos resultados se conhece o método. Quais são os resultados do método ideovisual empregado no Brasil? Incompetência. Por isso somos recordistas mundiais em incompetência.



Folha Dirigida — O método de alfabetização utilizado no Brasil está ultrapassado?



Capovilla — Ultrapassado, desacreditado e condenado pela França, Dinamarca, Itália, Suécia, Finlândia, Canadá, pelo mundo.



Folha Dirigida — O sr. poderia apontar diferenças entre os alfabetizadores brasileiros e os estrangeiros?



Capovilla — Os alfabetizadores dos países que investem em pesquisa científica para descobrir como melhor alfabetizar são formados para respeitar as etapas de desenvolvimento da linguagem da criança. Começam do simples para o complexo. O Brasil faz o oposto, começa do complexo. O MEC diz: dê um texto rico para a criança, um texto complexo. Isto é ridículo, é criminoso. O Ministério Público devia investigar o que acontece na educação desse país. Por isso que agora a Câmara dos Deputados vai começar a examinar a educação brasileira à luz do conhecimento científico internacional. O Brasil trata suas crianças como se elas fossem marcianas e, depois, elas são taxadas de incompetentes. Será que somos tão inferiores? Uma subraça? Não. A educação é que é inapropriada.



Folha Dirigida — Uma das críticas que se faz é que os jovens não sabem interpretar. Isto seria conseqüência do modelo de nossa alfabetização?



Capovilla — Exatamente. Quando se usa o método fônico se melhora a compreensão do texto. No método ideovisual, onde o professor dá logo o texto, o que acontece é que a criança tende a memorizar as palavras. Porém, o código alfabético não se presta à memorização fácil porque as letras são muito parecidas. Com isso, o que acontece é que a criança troca as palavras quando lê (paralexia) e troca palavras na escrita (paragrafia). Esses erros ocorrem porque o alfabeto não se presta à memorização visual. Ele tem que ser decodificado. Ele foi inventado pelos Fenícios para mapear sons da fala, por isso é eficiente. Se você sabe decodificar não precisa memorizar.



Folha Dirigida — Para introduzir este método seria necessário mudar a formação do professor?



Capovilla — Sim, mas isto é fácil. Quem opta por ser alfabetizador o faz por amor, por idealismo. Uma pessoa idealista é a primeira a se apaixonar pelo seu trabalho quando ele funciona. O método fônico produz resultados extraordinários. Em três meses uma criança está lendo o que não lia em dois anos sob o método ideovisual. As professoras que empregam o método fônico ficam maravilhadas com sua eficácia.



Folha Dirigida — É certo que quando o professor vê um resultado positivo ele se anima. Mas os docentes costumam apresentar resistências a mudanças...



Capovilla — Isto é humano. Mas quando eles experimentam a mudança, se ela for boa, acabam convencidos da importância de mudar.



Folha Dirigida — Há experiência no Brasil de alfabetização pelo método fônico?



Capovilla — Já temos pelo menos 40 escolas, em diversos estados, empregando o método no Brasil. Isto porque as escolas particulares, sensíveis à matrícula, se sentem pressionadas pelos pais que ameaçam cancelar o registro dos seus filhos se elas não produzirem bons resultados. Isto está acontecendo em São Paulo e certamente acontece no Rio. As escolas cujos egressos não passam para universidade pública gratuita são questionadas pelos pais. Preocupadas, algumas escolas perceberam que pelo método ideovisual as contradições e problemas se acumulavam ao longo das séries. Em São Paulo, as escolas que empregavam o Construtivismo viam os seus alunos irem para as universidades pagas. Pressionadas pelos pais começaram a procurar eficiência e descobriram no método fônico o caminho.



Folha Dirigida — O sr. disse que o professor tem que ensinar, tem que avaliar. Como o sr. vê a aprovação automática?



Capovilla — Isto está completamente errado. O objetivo dessa política é melhorar o fluxo, diminuir a disparidade entre a idade e a série escolar. Pelo Brasil existem 8 milhões de crianças fora da série. Isto é resultado de evasão ou repetência, ou seja, fracasso escolar. Nos dois casos isto ocorre porque a escola não está ensinando. Se passarmos a ensinar com eficiência, as crianças aprenderão e serão aprovadas sem precisar de progressão continuada ou do sistema de ciclos. O sistema de ciclos é ruim porque, se a criança não aprende, isto só será percebido daqui a dois, três, quatro anos. Então está se perdendo o que é mais precioso para o desenvolvimento humano, que é tempo. A janela de desenvolvimento da linguagem é até 6 anos, e desperdiçar este tempo prejudica fortemente a criança. Da mesma forma a alfabetização. Se ela não for feita na idade apropriada, que é 6, 7 anos, até 8 anos, na pior das hipóteses, ela vai ser feita num custo muito maior e com resultados muito menores. O método ideovisual não ensina, ele queima o tempo da criança.



Folha Dirigida — O sr. diz que para aprender é necessário decodificar. O que é decodificar?



Capovilla — É converter os grafemas em fonemas. Aprender a pronunciar a palavra em presença da escrita. Quando pensamos em palavras usamos nossa voz interna. Quando lemos em voz baixa escutamos nossa voz. Isto é o processo fônico: a invocação da fala interna em presença do texto. O método ideovisual desestimula esta fala interna. Ele tenta estimular a leitura visual direta, portanto, a memorização. Só que não é possível memorizar ideograficamente todas essas palavras. A forma correta é aprender a decodificar. Quando fazemos isso, naturalmente se consegue produzir a fala e entender o que se está lendo.



Folha Dirigida — Como o sr. avalia a qualidade da nossa educação?



Capovilla — A educação brasileira é a pior do mundo.



Folha Dirigida — Na sua visão, este resultado negativo tem relação com nosso processo de alfabetização?



Capovilla — Eu não acho, eu sei que sim! Pesquisas mostram isso, não é questão de discussão. Nos Estados Unidos houve a guerra de leitura. De um lado os cientistas que defendiam o método fônico e, do outro, os pedagogos que defendiam o ideovisual. O governo, consciente da importância da educação - sabia que era importante formar bem as crianças e jovens americanos para continuar à frente dos outros países - e dividido na briga entre cientistas e pedagogos, resolveu chamar um painel de especialistas para analisar 115 mil artigos comparando os dois métodos. Eles descobriram que o fônico era infinitamente mais eficiente do que o ideovisual.



Folha Dirigida — Se este método é tão superior e seus resultados positivos amplamente conhecidos, por que o MEC ainda não os usa?



Capovilla — É fácil entender isso. Os anos 80 foram anos de contestação ao governo militar. As esquerdas começaram a arregimentar as massas. Tanto que, hoje, temos um líder operário como presidente. No Brasil, houve uma reação muito forte aos governos militares. Foram anos de espontaneismo, de liberdade civil. Mas as pessoas acabaram confundindo as coisas. Confundiram ensino sistemático com ensino militarizado, clareza conceitual e especificação de currículo, de objetivos, de competências da criança com autoritarismo. Dessa forma, acharam que deixando a criança sozinha ela iria se desenvolver maravilhosamente. “O bom selvagem”, de Rousseau. É uma visão romântica maravilhosa, mas se o objetivo é tornar a criança competente, pesquisas mostram que este modelo não funciona. A própria Emília Ferrero, a ideóloga desta teoria construtivista que ainda domina o Brasil com garras de aço que nos levam à incompetência, nos seus estudos em psicogêneses da língua escrita constatou uma diferença entre crianças pobres e ricas no seu método. As crianças ricas chegavam ao nível 5, 6 de aprendizagem. As pobres paravam no nível 3. E olha que as crianças pobres de Emília Ferrero eram as nossas crianças de classe média. O melhor método é o que permite às crianças mais pobres um aprendizado tão bom quanto o recebido pelas crianças das melhores classes sociais. Isto porque a escola tem a função de justiça social. Ao aumentar a competência da criança, a escola permite a ascensão social.



Folha Dirigida — O modelo que temos hoje aumenta a desigualdade social?



Capovilla — Exatamente, porque se a escola brasileira não ensina, as crianças vão fracassar, se evadir, repetir de ano. Os pais, vendo isso, têm duas opções: os ricos contratam tutor, compram livros. Já os pais pobres, operários, não podem ajudar os seus filhos. Sob o construtivismo os filhos dos pobres se tornam mais pobres, e os dos ricos mais ricos, porque eles têm profissionais para lhes dar o que a escola está sonegando.



Folha Dirigida — Falamos que a alfabetização no Brasil é feita de forma incorreta. E com relação à formação dos professores? Como o sr. vê esta questão?



Capovilla — Piaget fazia a seguinte pergunta: Por que o professor tem tão má reputação (no sentido de respeito) em relação a outras profissões? Por que um médico é respeitado e o professor não, se educação e saúde caminham lado a lado? Segundo ele, isso ocorre porque o professor não faz pesquisa, não descobre por si mesmo o que funciona e o que não funciona. Ele não conquista o respeito intelectual como as outras profissões fazem.



Folha Dirigida — O sr. acha que a formação do professor alfabetizador deve ter preocupação com a pesquisa?



Capovilla — Sem dúvida. Se o professor tiver uma formação de metodologia de pesquisa ele poderá publicar artigos, livros, trocar idéias em congressos.



Folha Dirigida — É comum se falar na desvalorização do professor e atribuir isto à questão salarial. O sr. diria que não é só isso, mas sim que ele deve se impor enquanto bom profissional?



Capovilla — Para o professor ser valorizado ele tem que se valorizar, ou seja, tem que obter resultados melhores do que tem obtido. Quando alguém obtém bons resultados se sente bem, se valoriza, o auto-respeito aumenta e ele pode falar de igual para igual com qualquer pessoa. Neste caso, o professor pode conseguir financiamento para pesquisa e melhorar o orçamento. Ele deve fazer pós-graduação, que ensina metodologia de pesquisa. Na própria faculdade deve fazer estatística, noções de pesquisa, experimentos para que possa descobrir o que é melhor para as crianças e não ficar dependendo do cientista. Deve especializar-se em descobrir como melhorar o desempenho das mais variadas crianças. Hoje, a escola tem que incluir as crianças portadoras de necessidades especiais, e isto demanda pesquisa.



Folha Dirigida — Os docentes estão preparados para lidar com estes alunos?



Capovilla — Os meus professores estão. O que faço na educação especial faz com que as crianças possam ir para a sala de aula. Se dermos aos professores os instrumentos que eles precisam para avaliar estes alunos e às crianças os instrumentos para que possam aprender a ler, escrever e fazer o dever de casa a inclusão é possível. Estou fazendo pesquisas sobre isso há 25 anos e tenho todos os instrumentos. Basta o governo querer usar. Sou da USP, universidade pública e gratuita. Então, o instrumento do meu trabalho como pesquisador deve estar nas mãos do professor e compete ao governo pegar este material e dar para o professor. Mas o governo fala muito e deixa o professor desassistido. Não dá ao professor instrumento de avaliação, não dá a criança instrumentos de comunicação e espera que ela seja incluída. Como fazer isso? Por milagre? Não, por meio de pesquisa científica, de implantações tecnológicas.



Folha Dirigida — A exigência de que os professores tenham nível superior vai melhorar a qualidade do ensino?



Capovilla — Demandar educação é a tendência universal. Cada vez mais educação, sem dúvida, é bom. Agora é preciso avaliar a qualidade da formação universitária que vai ser dada a estes profissionais. Esta formação deve necessariamente incluir metodologia de pesquisa científica, estatística, como descobrir o que fazer. Assim, o educador brasileiro não vai depender dos outros para lhe dizer o que fazer. Ele poderá observar a melhor forma de alfabetizar.



Folha Dirigida — O Sr. é psicólogo, atuava numa clínica de reabilitação de leitura. Como caminhou para a pesquisa na área educacional?



Capovilla — Comecei como clínico. Tratava de distúrbios de leitura, mas minha clínica não parava de receber crianças. Percebi que uma parte delas tinha um problema de natureza biológica que chamamos de dislexia (distúrbio de aquisição de leitura). Crianças dislexas existem no mundo inteiro, mas no Brasil a taxa parecia ser extraordinariamente maior. Quando avaliava percebia que muitas crianças não eram dislexas, não tinham histórico de dislexia na família. Então, como elas tinham na escola um desempenho tão próximo de dislexia? Na análise descobrimos que os casos ocorrem em crianças de uma mesma turma, de uma mesma escola. O que este país está fazendo? Enchendo as clínicas de reabilitação, públicas e gratuitas, porque a escola não está alfabetizando.




Aos meus leitores. Muito obrigado por me visitar e comentar. Gostaria de postar um artigo sobre o método fônico. Leia e pesquise sobre este tema da alfabetização. E também sobre o letramanto. Boa sexta-feira para você, e um, ótimo final de semana.

Folha Dirigida — Por isso o sr. resolveu investir na pesquisa nesta área?



Capovilla — Eu já fazia pesquisa. Isto me encaminhou para uma atuação política nas escolas. Vi que o problema não era clínico, e sim educacional. Que é necessário atuar preventivamente para fazer justiça social. Se a escola fizer o seu trabalho, só vai para a clínica quem precisa de tratamento. O Brasil se dá ao luxo de sacrificar, de crucificar as suas crianças no altar da incompetência para adorar a deusa, Emília Ferrero, dos construtivistas. Isto é um crime.


Fonte: Folha Dirigida

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