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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Preconceito lingüístico – o que é, como se faz (resenha do livro)




BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. Editora Loyola: São Paulo, 1999.

Marcos Bagno, em seu livro “Preconceito lingüístico: como é e como se faz”, trata de questões relacionadas ao preconceito lingüístico presente em alguns indivíduos e meios da sociedade brasileira. O autor tem como intenção tornar seu livro como um instrumento de combate a esse preconceito lingüístico.
O autor traz, nessa obra, uma reflexão detalhada sobre alguns aspectos do uso da língua e leva-nos a pensar, analisar e ver o preconceito lingüístico como resultado de um embate histórico entre a língua e a gramática normativa.
Ele faz críticas, principalmente, àqueles que tratam a gramática da língua portuguesa como se ela fosse o deus maior.
Marcos Bagno aborda no primeiro capítulo do livro que a existência da permanência desse preconceito se dá devido a oito mitos que estão presentes na fala e na vida cotidiana dos brasileiros, sendo eles: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”; “Brasileiro não sabe português. Só em Portugal se fala bem português”; “Português é muito difícil”; “As pessoas sem instrução falam tudo errado”; “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é no Maranhão”; “O certo é falar assim porque se escreve assim”; “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”; e “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”.
É relevante destacar dentre esses mitos, o primeiro que diz respeito à questão de que “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, pois esse mito não leva em consideração a questão de que o brasileiro descende de povos diferentes e que não é possível falar a mesma língua.
Também é importante citar o oitavo mito “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”, onde o autor coloca que a norma culta de nada adianta a uma pessoa que não tenha direitos, instrução ou boas condições financeiras.
De forma clara e consistente, esses oito mitos refletem o pensamento que muitos brasileiros possuem sobre a questão da língua falada no Brasil, pois o preconceito lingüístico, segundo o autor, é alimentado diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornais e revistas e em livros e manuais que querem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”.
No segundo capítulo “O círculo vicioso do preconceito linguístico” pode ser observado um alerta que o autor faz para a existência de determinados elementos, onde estes, unidos, funcionam eficientemente para manter o círculo vicioso do preconceito lingüístico. Este sendo composto por três elementos, a saber: a gramática tradicional; os métodos tradicionais de ensino; e os livros didáticos.
Por fim, no terceiro capítulo cujo título é “A desconstrução do preconceito lingüístico”, Marcos Bagno reconhece a existência de uma crise no ensino da língua portuguesa e sugere alternativas de mudança de atitudes, inclusive questionamentos com relação à noção de “erro”.
Essa noção de “erro” também vale para a desconstrução desse círculo vicioso, pois se deve desmanchar assim, o conflito entre língua escrita, que é norteada pela ortografia.
Outro fator interessante que o autor aborda em sua obra é que devemos nos assumir como falantes convictos da língua materna; analisar criticamente os comandos paragramáticos; e usar somente as informações relevantes que eles possam conter, sem levar em consideração a visão preconceituosa que carregam.
Esta obra de Marcos Bagno é de grande importância, pois além de discutir o uso da língua em sociedade comentando sobre o preconceito introduzido no uso da linguagem, o autor tenta desfazer a idéia preconceituosa de que somente quem fala de acordo com a norma culta é que fala a nossa língua.
Sua obra contribui para reconhecermos a diversidade lingüística do nosso país. Logo, esta obra de Marcos Bagno deve ser divulgada através dos mais diferentes meios para que se chegue a um grande contingente de leitores para assim, tentarmos lutar contra a perpetuação desse preconceito que cerca a nossa sociedade.

Bárbara Maria Melo Silva
Universidade Federal de Pernambuco
Serviço Social
6º Período
Português Instrumental
Professor: Cleidson Jacinto de Freitas
04/05/2010
           
 http://www.webartigos.com/articles/38268/1/Resenha-do-Livro-Preconceito-Linguistico-o-que-e-como-se-faz-de-Marcos-Bagno/pagina1.html

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