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sábado, 19 de abril de 2008

Professores Generalistas e a Matemática nas Séries Iniciais: uma Reflexão


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Professores Generalistas e a Matemática nas Séries Iniciais: uma Reflexão
Adriana Mascarenhas Mattos Bulos
Wilson Pereira de Jesus (orientador)
Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências
UFBA / UEFS – Bahia
Introdução
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o ensino da Matemática, a partir da sua
publicação, vêm direcionando as discussões sobre o ensino dessa disciplina no Brasil;
provocando, desde então, reflexões, adesões ou indiferença com relação ao que é preconizado
para o ensino da Matemática na escola de Educação Básica.
É nesse contexto de adoção dos PCNs, como diretrizes para o ensino da Matemática para as
séries iniciais do Ensino Fundamental, que resolvemos estudar a formação do professor
generalista, tendo como foco o currículo do Curso de Pedagogia, de uma universidade do
estado da Bahia, a UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), no que toca à
formação matemática do pedagogo.
Segundo os PCNs para a Matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental,
o conhecimento da história dos conceitos matemáticos precisa fazer parte da
formação de professores para que tenham elementos que lhes permitam mostrar aos
alunos a Matemática como ciência que não trata de verdades eternas, infalíveis e
imutáveis, mas como ciência dinâmica, sempre aberta à incorporação de novos
conhecimentos [...] (Brasil, 2000: p. 37)
O professor precisa identificar as principais características dessa ciência, de seus métodos, de
suas ramificações e aplicações; conhecer a história de vida dos seus alunos; ter clareza de suas
próprias concepções sobre a Matemática, uma vez que a prática em sala de aula, as escolhas
pedagógicas, a definição de objetivos e conteúdos de ensino e as formas de avaliação estão
intimamente ligadas a essas concepções; superar os obstáculos encontrados na construção dos
conceitos, transformando o saber científico em saber escolar, não deixando de considerar o
contexto sócio-cultural do educando.
Os cursos de Pedagogia estão cuidando da formação dos professores tendo em vista esse
perfil preconizado pelos PCNs? Se sim, em qual medida? O nosso propósito é analisar, além
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dos PCNs, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia – Parecer,
CNE/CP Nº 5/2005 e o currículo atual do Curso de Pedagogia da UEFS, tendo em perspectiva
a formação matemática do licenciado em pedagogia.
A matemática na formação do professor generalista
A formação inicial dos professores generalistas, através dos cursos de Licenciatura em
Pedagogia ou Normal Superior, busca abranger: a docência, até a quarta série do Ensino
Fundamental; a participação na gestão; e a avaliação de sistemas e instituições de ensino em
geral.
O nosso estudo visa analisar a formação inicial de professores em relação à docência,
considerando que cada professor possui concepções acerca do que é aprender, conhecimento,
educação, ensino, ciência... Tais concepções e as crenças a elas vinculadas são “filtros”, que
vão caracterizar a prática docente na sala de aula.
Uma análise da formação básica em Matemática dos professores que atuam/atuarão nas séries
iniciais do Ensino Fundamental norteará esse estudo. Tentaremos configurar nosso problema
de pesquisa em algumas questões: Como anda a formação básica dos professores generalistas?
Esses professores egressam das universidades com competências básicas para atuarem nas
séries iniciais do Ensino Fundamental? De que maneira esses professores generalistas têm
acesso aos conteúdos que trabalham na sua prática docente? Como os professores generalistas
constroem o conhecimento didático do conteúdo a fim de que aconteça de fato o processo de
ensino e aprendizagem de forma eficiente em suas práticas?
Para sermos ainda mais específicos: Como anda a formação básica em Matemática dos
professores generalistas? Esses professores egressam das universidades com competências
matemáticas básicas para atuarem nas séries iniciais do Ensino Fundamental? De que maneira
esses professores generalistas têm acesso aos conteúdos matemáticos que trabalham na sua
prática docente? Como os professores constroem o conhecimento didático dos conteúdos
matemáticos a fim de que aconteça de fato o processo de ensino e aprendizagem de forma
eficiente em suas práticas?
Os PCNs para a área de Matemática no Ensino Fundamental assumem alguns princípios, a
saber: destacam essa disciplina como importante na construção da cidadania; disciplina ao
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alcance de todos; construção e apropriação do conhecimento; relação das observações do
mundo real com representações e estas com os princípios e conceitos matemáticos. Além
disso, destacam que a aprendizagem está ligada à compreensão; os conteúdos são organizados
pela lógica da Matemática; a utilização dos recursos didáticos e a avaliação processual.
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia – Parecer, CNE/CP Nº
5/2005, considera-se que é importante que, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os
alunos devem ser instruídos na língua escrita e na linguagem matemática.
Com base nessa consideração, firma-se a relevância desse nosso estudo da “formação
matemática dos professores que atuam/atuarão nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A
preocupação com essa formação abrange todas as comunidades de Educação Matemática,
visto que Abrantes et al (1999) acredita que “aprender matemática é um direito básico de
todas as pessoas [...] e uma resposta a necessidades individuais e sociais” (apud LOUREIRO,
2004).
Nas suas experiências durante a escola básica, enquanto alunos, os futuros professores foram
construindo suas crenças e concepções acerca da matemática e do seu ensino, sejam estas
positivas ou negativas. Assim, urge a necessidade de uma formação centrada no
desenvolvimento da predisposição e aptidão para raciocinar matematicamente, além do gosto
pela disciplina.
Serrazina (2005) afirma que quando
os futuros professores chegam à sua formação inicial possuem um modelo implícito,
um conhecimento dos conteúdos matemáticos que têm de ensinar, adquiridos
durante a sua escolarização, bem como um conhecimento didático vivido durante a
sua experiência como alunos (p.307).
Essa vivência, normalmente, é tradicional, imposta, parcial e cheia de incompreensões.
A formação deve favorecer o desenvolvimento de concepções, atitudes e capacidades
positivas, como o “gosto por aprender, a autonomia, a vontade e o gosto por enfrentar
dificuldades, a persistência, a valorização da ajuda de outro, a capacidade de procurar ajuda, a
confiança nas idéias próprias...” (LOUREIRO, 2004: p. 93-94). Essa formação deve encorajar
o futuro professor a refletir, questionando suas crenças e concepções, de forma que possa vir a
alterá-las. Assim, possibilitará a esse professor romper com várias crenças construídas e ver a
Matemática de uma maneira diferente, construindo novas concepções sobre fazer, aprender e
ensinar Matemática.
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Com isso, vale uma reflexão acerca de algumas questões voltadas para essa formação: de que
maneira as disciplinas relacionadas à Matemática contribuem para a formação matemática de
professores das séries iniciais do Ensino Fundamental? Os alunos-professores possuem os
conhecimentos matemáticos básicos para lecionar essa disciplina específica que lhes compete
na sua função? A educação matemática básica garante esses conhecimentos?
Conhecimento Matemático do professor generalista
O conhecimento matemático tem grande importância na formação desses professores, sem
dissociar-se da didática. É preciso fazer matemática, saber como e porquê ensinar essa
disciplina. A formação centrada no desenvolvimento da pesquisa, da investigação e do
questionamento busca melhorar a habilidade de ensinar.
Na verdade, ensinar só se aprende ensinando, e toda prática tem uma teoria que a sustenta. É
importante que a teoria sobre a qual nos embasemos, potencialize em nós a capacidade de
avaliação e raciocínio crítico.
Qualquer professor consegue desenvolver bons momentos em sala de aula, porém, os que têm
uma postura crítica, preconizada pelos PCNs, certamente, sentir-se-ão mais seguros e
conseguem responder a questionamentos dos alunos. Assim, não perderão a oportunidade de
desenvolver vários conteúdos a partir dessas questões, valorizando os conhecimentos prévios
dos educandos.
“Para muitos futuros professores, a matemática é vista como um conjunto de regras e
procedimentos desligados” (LOUREIRO, 2004: p. 101). Geralmente, a linguagem é vista
como um processo e a matemática, como atividades isoladas, não valorizando sua relação
com outras disciplinas e situações do nosso dia-a-dia.
Em relação ao Brasil, Santos (1989) ressalta que a formação básica de Matemática dos futuros
professores do Ensino Fundamental I apresenta sérios problemas1. Os alunos, muitas vezes,
tornam-se professores generalistas despreparados, sem a capacitação profissional necessária,
pois não dominam os conteúdos essenciais, são inseguros, não relacionam os conteúdos
matemáticos com a realidade e em conseqüência desenvolvem uma atitude negativa em
1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática relacionam parte dos problemas referentes ao ensino de
matemática ao processo de formação dos professores. (BRASIL, 2000: p. 24)
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relação ao estudo, influenciando na formação dos seus alunos das séries iniciais do Ensino
Fundamental.
Santos (1989) apresenta como sugestão para resolver este problema uma proposta de um
método de trabalho baseado em questionamentos e reflexões em que o professor deixe de ser
um simples transmissor de conhecimento e passe a desenvolver uma atitude de orientador e
debatedor, analisando os erros dos alunos, propondo alternativas para a correção das más
interpretações.
Uma análise feita por Sztajn (2000) comparando a formação de professores generalistas da
PUC-Rio e da Universidade da Geórgia nos Estados Unidos, em relação à prática de ensino
em matemática na formação dos futuros professores das primeiras séries de escolarização das
crianças no Brasil, detectou que a formação dos professores primários na Universidade da
Geórgia envolve a prática de ensino em matemática.
Nessa análise, Sztajn percebeu que a maior diferença entre o curso no Brasil e o dos Estados
Unidos está na estrutura e na organização. Na universidade da Geórgia, os alunos do
Programa de Educação Infantil têm a oportunidade de trabalhar especificamente com a prática
de matemática com as crianças.
Verifica-se, nessa análise, que no ensino de metodologia da matemática é exigido do
professor primário que participe de cursos de conteúdos matemáticos na universidade,
correspondentes ao conteúdo proposto para o Ensino Médio brasileiro. Entretanto, difere da
situação brasileira, em virtude de que os alunos que chegam aos cursos de métodos
matemáticos passaram recentemente por cursos de matemática desenhados especificamente
para futuros professores, com a finalidade de tratar importantes aspectos da matemática
elementar, apresentados de modo compatível com a visão atual sobre o ensino-aprendizagem
de matemática.
Os profissionais refletem sobre a experiência, buscando conhecer melhor como as crianças
aprendem matemática e como essa aprendizagem se relaciona com o que se discute nas aulas
de metodologia da matemática.
Com relação às atitudes, Sztajn verificou que os alunos brasileiros verbalizam mais, fazem
mais perguntas e estão preparados sempre para discussão, visto que esse aspecto da cultura
americana dificulta a troca de idéias em sala de aula. No Brasil, essa situação pode ser
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facilitada através da cultura existente na nossa sociedade, que favorece a interação alunoaluno
e professor-aluno.
A dinâmica social demanda da educação escolar um constante estado de atenção para com as
transformações, visto que os educandos têm tido acesso muito rápido às inovações que
ocorrem nos espaços de educação não-formal. Assim, o indivíduo entra em processo de
formação, através da educação informal.
É importante ressaltar, quando se fala do ensino de matemática e da sua necessidade, a qual
matemática está-se referindo: à pura ou à aplicada. Segundo Santaló (1996: p. 14), “opina-se
que a matemática que necessitam todos os cidadãos deve ser uma mistura combinada e bem
equilibrada de matemática pura e aplicada, ou de matemática como filosofia e de matemática
como instrumento de cálculo”.
Convém acrescentar que pensamos que a necessidade do estudo da matemática na escola se
dá principalmente pelo seu valor cultural, e não apenas pelo seu valor escolar ou instrumental.
Didática da Matemática
A Didática da Matemática também desempenha o papel de levar o aluno-professor a refletir
acerca do valor cultural e instrumental da matemática para o educando, buscando favorecer
um equilíbrio entre a formação e a informação. Além de analisar acerca dos conteúdos que
têm se tornado “obsoletos”, trocando-os por conteúdos e metodologias adequados, que
possibilitem aos indivíduos a capacidade de pensar e construir conhecimentos, ao invés de
memorizar conteúdos que os façam intelectualmente passivos. É preciso “ensinar a aprender”,
propiciando o desenvolvimento do raciocínio lógico e dedutivo. (GÁLVEZ, 1996: p. 31-32).
Segundo os PCNs, atualmente, os estudos alertam para a importância de uma metodologia
embasada na resolução de problemas 2 , quando o indivíduo desenvolve habilidades para
resolver (criando estratégias próprias de resolução) e propor problemas. Nessa metodologia,
“o ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas o problema” (BRASIL,
2000: p. 43). Assim, a matemática deixa de ser um fim e torna-se um meio eficaz no
desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do indivíduo.
2 A metodologia através da resolução de problemas tem sido refletida por estudiosos como Charnay, Gómez,
Polya, dentre outros.
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O pioneiro da Didática da Matemática na França, Georges Glaeser, afirma que as opiniões no
campo da Didática da Matemática devem estar alicerçadas na experiência, pois para entender
os processos de ensino e aprendizagem é preciso o contato direto professor-aluno (LOPES,
2000).
Em 1971, Glaeser assumiu a direção do IREM (Instituto de Pesquisa em Educação
Matemática) de Estrasburgo e instituiu a pós-graduação em Didática da Matemática, que
resultou em transformações na formação do professor.
De acordo com Glaeser, para exercer bem a profissão de professor é condição necessária ter
conhecimentos profundos sobre o conteúdo matemático, além do “saber-fazer” específico de
suas disciplinas. Entretanto, esse conhecimento não é suficiente. Para tanto, a disciplina
Didática da Matemática deveria ser introduzida nos Cursos de formação de professores.
Com a introdução da nova disciplina Didática da Matemática para professores da
Universidade Louis Pasteur, Glaeser empenhou-se para o seu reconhecimento na instituição
universitária. Para ministrar os cursos na habilitação da Didática da Matemática, ele deu
prioridade à História da Matemática em uma pesquisa didática, enfatizando o lugar e o papel
da História no ensino.
Quanto ao curso de formação de professores, especificamente no de Licenciatura em
Pedagogia da UEFS, atualmente, é oferecida apenas uma disciplina relacionada à Matemática:
Fundamentos e Ensino da Matemática para a Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, com carga horária de 60 horas (num curso de 3200 horas) que substitui a
disciplina Didática da Matemática, do currículo anterior.
A reflexão acerca dessa situação é muito importante, visto que uma disciplina oferecida nesse
curto espaço de tempo, certamente, não contemplará uma reflexão acerca do valor cultural e
instrumental da matemática por parte do aluno-professor; muito menos, contemplará uma
construção de conteúdos matemáticos necessários para a sua atuação nas salas de aula de 1ª à
4ª séries, impossibilitando a criação de metodologias que favoreçam essa construção por parte
dos educandos.
Conhecimento Profissional
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Os professores, para exercerem o seu papel, fazem jus a uma formação adequada para
lecionar as disciplinas ou saberes que lhe são propostos; além de um conjunto básico de
competências orientadas para a sua prática letiva, designados conhecimento profissional.
O conhecimento profissional, segundo Ponte (1998) está orientado para a ação e se desdobra
sobre quatro domínios inter-relacionados com aspectos do conhecimento pessoal e informal
da vida cotidiana do professor: o conhecimento dos conteúdos de ensino; o conhecimento do
currículo; o conhecimento do aluno; e o conhecimento do processo instrucional.
O processo de formação de professores nos diversos níveis (formação inicial, formação
contínua, formação especializada) é um processo de desenvolvimento profissional que
envolve o desenvolvimento de potencialidades de cada professor e a construção de novos
saberes marcados pelas dinâmicas sociais.
O conhecimento profissional dos professores se tece por meio da participação nas práticas
educativas, ou seja, nos processos de formação de professores a prática torna-se um elemento
essencial. Entretanto, a prática por si só não garante a qualidade na formação. É preciso
investigar as práticas educacionais.
Ponte (1998) relata que num curso de formação contínua de professores de matemática do
Departamento de Educação da FCUL (LISBOA), que tem como público-alvo professores de
2º e 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, foram realizadas atividades de
investigação com o propósito de os alunos entrarem em contato com aspectos da experiência
matemática.
Essa experiência de trabalho investigativo da atividade matemática constituiu-se em um tipo
de trabalho de formação que envolveu as seguintes fases: definição de uma situação a
investigar; a formulação de questões de interesse; a elaboração de conjecturas; o seu teste; e,
caso estes testes se revelassem positivos, a procura de uma demonstração convincente. Neste
trabalho, o ponto culminante constituiu-se em corresponder os objetivos propostos com os
resultados conseguidos identificando-se qual a origem de eventuais dificuldades.
Essa integração do trabalho investigativo na formação do professor envolveu um contato
profissional com a prática, fundamental para os futuros professores. Isso porque os formandos
compreendem a sua própria aprendizagem por meio da investigação e análise e,
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conseqüentemente, compreendem esses processos nos próprios alunos (Ponte, 1998).
Acreditamos que a importância desse processo de aprendizagem significativa caracteriza-se
pelo fato da aprendizagem se dar no contexto do real.
A investigação educacional é um elemento importante porque contribui para a construção do
conhecimento por meio da prática profissional; em virtude da necessidade de manusear
conceitos, variáveis e hipóteses de uma maneira mais profunda e mais exigente.
Atualmente, segundo Zunino (1995), coexistem duas concepções antagônicas a respeito do
processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos matemáticos propostos na escola. Enquanto
numa concepção tradicional as crianças assimilam os conteúdos matemáticos por meio do
processo de explicação, repetição e memorização, na outra, construtivista, a metodologia
utilizada na forma de ensinar oferece às crianças oportunidades reais de assimilar o
conhecimento, baseadas na descoberta, investigação, discussão e interpretação.
O que se percebe é que em algumas escolas não se leva em consideração o que as crianças
pensam. Há uma separação entre a forma com que se atua dentro da escola e o que se faz fora
dela, ou seja, no processo de ensino e aprendizagem existe uma separação entre o ambiente
escolar e a vida cotidiana.
Numa análise feita por Zunino (1995) a criança não participa do aprendizado que está
vinculado ao conhecimento escolar; os procedimentos didáticos utilizados inadequados às
estratégias de aprendizagem desenvolvidas pelas crianças têm como resultado a dificuldade
dos alunos em compreenderem os conteúdos de matemática. Mas, como utilizar
procedimentos didáticos adequados sem ter domínio dos conteúdos a serem trabalhados, ou
mesmo sem consciência crítica de uma teoria que sedimente a prática docente?
Conclusão
A metodologia e os conteúdos ensinados na escola devem se adaptar às mudanças que
ocorrem na sociedade, procurando estar associados à realidade ambiental, auxiliando o aluno
a compreender o mundo.
Os educadores devem trabalhar buscando a interação entre os ensinamentos e o meio
ambiente; pois as facilidades advindas com a tecnologia permitem o acesso a grande
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quantidade de informações que exigem do homem atual, habilidades e destrezas a serem
desenvolvidas para atuar num mundo complexo.
Dessa forma, a escola deve buscar capacitar os alunos para se sintonizarem com processo em
constante mutação, que caracteriza o mundo atual. Porém, para que haja essa capacitação nas
escolas, os cursos de formação de professores generalistas precisam dar conta de uma
formação que contemple o perfil preconizado pelos PCNs na introdução desse trabalho.
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Bibliografia
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SZTAJN, Paola. Prática de Ensino de Matemática e Formação do Professor das Séries
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12
ZUNINO, Délia Lerner. A Matemática na Escola: aqui e agora. 2a edição. Porto Alegre –
RS: Artes Médicas, 1995.
http://www.fae.ufmg.br:8080/ebrapem/completos/01-13.pdf

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