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quinta-feira, 10 de julho de 2008

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.


TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA EDUCAÇÃO

Profissionais de diversas áreas, como neurologistas, filósofos, pedadogogos, psicólogos e pesquisadores da ciência cognitiva tem estudado ao longo do tempo o significado da inteligência. Devido ao interesse em pesquisar sobre a inteligência, surgiram diferentes concepções acerca de sua origem e várias foram as tentativas de definí-la. Defini-se, na visão tradicional, a inteligência como a capacidade de responder a itens em testes der inteligência. Assim, a inteligência é considerada uma faculdade inata, um atributo do indivíduo, que permite aos mesmos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Pesquisas recentes no campo da neuropsicologia e do desenvolvimento cognitivo tem demonstrado uma grande diferenciação e especialização das habilidades cognitivas (Gardner, I985). Diferentemente do que se acreditava, tem-se hoje a crença de que o sistema nervoso central seja altamente diferenciado e que os diversos tipos de informações sejam processadas por diferentes centros neurais.

Dentre a equipe de pesquisadores que assumem a posição de que há evidências da existência de diferentes competências intelectuais humanas, encontra-se Howard Gardner. Essas diferentes competências intelectuais humanas são denominadas "inteligências". A idéia central deste projeto é a de que as manifestações da inteligência são variadas e compõem um amplo espectro de competências que inclui as dimensões lingüistica e lógico matemática bem como a musical, a espacial, a corporal - cinestésica, a intrapessoal e a interpessoal. Segundo Gardner, sua teoria se baseia numa "visão pluralista da mente", reconhecendo que as pessoas têm forças cognitivas diferenciadas e estilos cognitivos contrastantes. Desta forma, a mente se apresenta sob várias facetas diferentes e separadas da cognição.

A Teoria das Inteligências Múltiplas

Como uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, única e geral, surge a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985). O que levou Gardner a redefinir o termo inteligência foi sua insatisfação com visões unitárias de inteligência e com a idéia de QI que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, dando a inteligência a simples definição como uma capacidade para resolver problemas.Gardner em sua pesquisa estudou:
(a) o desenvolvimento de diversas habilidades em crianças superdotadas e crianças normais;
(b) a não perda da intensidade da produção intelectual de adultos com lesões cerebrais;
(c) populações ditas excepcionais, como autistas e idiot-savants, e suas habilidades intelectuais;
(d) como ocorreu através dos milênios, o processo de desenvolvimento cognitivo .

Gardner procedeu seu trabalho de investigação no sentido inverso ao desenvolvimento, isto é, retroagiu para chegar às inteligências que deram origem ao desenvolvimento das atuações de diversos profissionais em diferentes culturas, e a avaliação das múltiplas habilidades dos seres humanos na busca de soluções apropriadaspara os seus problemas. Muito influenciado por Piaget, o psicólogo construtivista Gardner define o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural. Para Gardner, não há uma ligação necessária entre estágio de desenvolvimento e a capacidade em uma área de desempenho e estágios de desenvolvimento e capacidades em outras áreas ou domínios, pois para o autor, num plano de análise psicológica, cada domínio ou área tem seu sistema simbólico próprio.(Malkus e col., 1988).

De acordo com Gardner, não há uma organização horizontal nas habilidades humanas. Estas habilidades devem ser organizadas de forma vertical. Ele propõe que talvez existam formas independentes de aprendizado, percepção e memória, ao invés de uma única faculdade mental geral. As formas de aprendizado, em cada área ou domínio, não possuem necessariamente uma relação direta entre si, podem, apesar de independentes, apresentar semelhanças. Segundo Gardner o ser humano dispõe de graus variados de cada das inteligências identificadas por ele (lógico-matemática, lingüística musical, espacial, cinestésica, intrapessoal e interpessoal). Além disso, a maneira como essas inteligências se combinam e se organizam também varia de um ser humano para outro. Gardner ressalta que, apesar dessas inteligências serem independentes entre si, raramente uma delas funciona de forma isolada.

A Teoria das Inteligências Múltiplas apresenta as seguintes inteligências:

Inteligência lingüística - composta pela sensibilidade para os ritmos, sons e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para agradar, convencer ou transmitir idéias. Gardner observa que esta é a habilidade exibida pelos poetas.

Inteligência musical - esta manifesta-se através de uma habilidade para compor, apreciar ou reproduzir uma peça musical. Inclui a habilidade de perceber temas musicais, discriminação de sons, sensibilidade para identificar texturas, ritmos e timbre, além da habilidade em produzir música.

Inteligência lógico-matemática - é a habilidade para reconhecer problemas e resolvê-los, para lidar com séries de raciocínios. Composta por uma sensibilidade para ordem, padrões e sistematização. É a habilidade para explorar categorias, relações e padrões, utilizando-se da manipulação de objetos ou símbolos. Essa inteligência é característica de matemáticos e cientistas porém, embora o talento matemático e o talento cientifico possam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem suas ações não são os mesmos, pois os matemáticos desejam criar um mundo abstrato consistente e os cientistas pretendem explicar a natureza.

Inteligência espacial - é descrita por Gardner como a capacidade de perceber o mundo visual e espacial de forma precisa.Consiste na habilidade de manipular objetos ou formas mentalmente e, a partir destas percepções iniciais, criar equilíbrio, tensão e composição, numa representação espacial ou visual. Esse tipo de inteligência é identificada em artistas plásticos, arquitetos e engenheiros.

Inteligência cinestésica - refere-se à habilidade para criar produtos ou resolver problemas através do uso do próprio corpo. Caracterizada pela habilidade em usar a coordenação grossa ou fina em artes cênicas ou plásticas, esportes, na manipulação de objetos com destreza e no controle dos movimentos do corpo.

Inteligência intrapessoal - é descrita como a inteligência mais pessoal de todas, corresponde ao tipo de inteligência na qual a pessoa possui a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, idéias e sonhos, sabendo utilizar-se deles para a solução de problemas pessoais. É o reconhecimento da própria inteligência, de habilidades, desejos e necessidades, ou seja, a habilidade de formular uma imagem precisa de si mesmo e a capacidade para usar essa mesma imagem para funcionar de forma efetiva. Só é possível observar esta inteligência através dos sistemas das outras inteligências, isto é, através de manifestações cinestésicas, musicais ou lingüísticas .

Inteligência interpessoal - é a habilidade para entender e responder adequadamente a temperamentos, humores, desejos e motivações de outras pessoas. A inteligência interpessoal se manifesta na criança pequena, na sua forma mais primitiva como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais complexa, como a habilidade para perceber desejos e intenções de outras pessoas e para reagir de forma apropriada partindo dessa intenção. A inteligência interpessoal é mais facilmente identificada na observação de vendedores bem sucedidos, professores, psicoterapeutas e políticos.A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas implicações na educação.

Ao se analisar a importância das várias formas de pensamento, dos estágios de desenvolvimento das diversas inteligências e a relação que existe entre estes estágios a apreensão do conhecimento e a cultura, tornam-se claras as implicações da teoria das inteligências múltiplas de Gardner para a educação.

Gardner apresenta alternativas para algumas práticas atuais da educação, oferecendo uma base para o desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas habilidades humanas, com uma educação centrada na criança sendo que os currículos devem ser específicos para cada área do saber. Gardner pretende estabelecer um ambiente educacional mais amplo e variado, que não dependa exclusivamente do desenvolvimento da lógica e da linguagem. (Konhaber & Gardner, 1989; Walters & Gardner, 1985; Blythe & Gardner, 1990).

No que diz respeito a avaliação, Gardner distingue entre testagem e avaliação. De acordo com Gardner, testagens geralmente acontecem fora do ambiente familiar do indivíduo que é submetido ao teste, enquanto que a avaliação é um método pelo qual se realiza o levantamento de informações do dia-a-dia. Para Gardner, é necessário auxiliar os estudantes a desenvolver suas habilidades intelectuais, explorando ao máximo as capacidades do indivíduo. Assim, a avaliação deve ser utilizada para informar ao professor quanto o aluno está aprendendo e para informar ao aluno sobre suas capacidades individuais, não simplesmente como uma maneira de corrigir, reprovar ou aprovar o aluno.

O sistema de avaliação, afirma Gardner, deve ser direcionada ao conteúdo da inteligência individual. Deve-se medir os processos específicos de cada intelegência para que se possa identificar qual o tipo de inteligência de cada indivíduo. Essa avaliação necessita ser realizada com materiais conhecidos e em ambientes conhecidos pela criança em questão. O autor ressalta também a necessidade de avaliar as diversas inteligências em termos de suas ocupações adultas específicas e suas manifestações culturais. Desta forma, a habilidade verbal, por exemplo, ao invés de ser medida através de testes de definições ou vocabulário, precisa ser avaliada em manifestações objetivas como a habilidade em relatar acontecimentos ou em contar histórias. A avaliação, de acordo com Gardner, não é um produto do processo educativo, ela faz parte do currículo e do processo de educação, e tem a função de informar constantemente como se deve proceder em relação ao desenvolviemtno curricular.

O autor sugere a necessidade da individualização do processo educativo infantil. Para tanto, levanta dois pontos importantes: o primeiro refere-se ao fato de que, como os indivíduos possuem processos cognitivos diferentes, as escolas, ao invés de oferecer uma educação padronizada, deveriam garantir a cada um uma educação que possibilitasse o desenvolvimento do potencial individual. O segundo diz respeito ao fato de que, a produção do conhecimento cresce a cada dia, e se antes era possível a pretenção de tomar posse de um saber universal, hoje essa pretenção torna-se inatingível, sendo difícil até mesmo o domínio do saber total de um único campo.

Gardner alerta para o fato de que, a vida não se limita apenas a racionínios lógicos e verbais, embora as escolas digam que no ambiente educacional os alunos são preparados para a vida. A proposta do autor é de que as escolas, além de propiciarem o conhecimento de diversas disciplinas curriculares, também possam encorajar os alunos a tornar tal conhecimento útil na prática, resolvendo problemas e desenvolvendo atividades que se relacionem com a vida da comunidade na qual se encontram inseridos. Com isso, estarão também favorecendo, a partir da avaliação do potencial de cada um o desenvolvimento das qualidades intelectuais individuais.

Conclusão

O ponto principal dos trabalhos de Gardner centraliza-se, não no número de competências que se associam à inteligência, mas no caráter múltiplo e variado que se apresenta através da inteligência bem como a possibilidade de poder olhar para as manifestações da inteligência, como um conjunto de relações entre todas as dimensões que são estabelecidas nas possibilidades de manifestação da inteligência.

Essa nova concepção de inteligência traz muitas implicações no contexto sócio-educacional, visto que está relacionada com a formação de um novo ser, com uma maior capacidade de realizar trabalhos em grupos, maior competência e com maior equilíbrio emocional em meio a tantas exigências sociais. Ao mesmo tempo em que o avanço dos conhecimentos, representado pelas novas tecnologias, fornece a esperança de um futuro progressista para a humanidade, fica a preocupação em saber qual o tipo de cidadão necessário que possa se adaptar ao progresso e superar os conflitos aos quais tem de se expor no mundo contemporâneo.

O cidadão deste novo século tem a necessidade de conciliar uma cultura geral e ampla com a possibilidade de se aprofundar numa área específica. Esse perfil do cidadão exige uma maior capacidade de discernimento e autonomia, além do fortalecimento da responsabilidade pessoal na realização do destino coletivo. Ao mesmo tempo em que se exige a capacidade de aprender, conhecer e fazer, também se exige que o cidadão saiba ser e viver junto, isto é, seja capaz de perceber que não está sozinho no mundo e capaz de controlar suas próprias emoções.

Esta nova concepção de inteligência apontada por Gardner é importante para formar o cidadão com esse perfil. Gardner atende à exigência do equilíbrio entre razão e emoção ao inserir em seu modelo de inteligências múltiplas, as inteligências intrapessoal, interpessoal, musical, etc. Gardner abre caminho para que se possa, seja como pais, como pesquisadores ou educadores buscar uma sociedade mais feliz, na qual a tecnologia, o progresso científico e o conhecimento possam ser usados única e exclusivamente na construção do bem estar e da paz evidenciando-se assim, o equilíbrio entre razão e emoção, aprendendo a conviver com as diferenças.

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http://paginas.terra.com.br/educacao/teletrabalho/psicope_main.htm

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