quinta-feira, 20 de março de 2008

Administração de Marketing.


Administração De Marketing A Edição Do Novo Milênio (Philip Kotler ; tradução Bazán Tecnologia e Lingüística ; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000.)
O moderno departamento de Marketing evoluiu passando por seis estágios. No primeiro as empresas começam apenas com um departamento de vendas. No segundo, acrescentam funções auxiliares de Marketing, como propaganda e pesquisa de Marketing. No terceiro, um departamento de Marketing separado é criado para lidar com o maior número de funções auxiliares de Marketing. No quarto, tanto o departamento de vendas como o de MKT se reportam a um diretor comercial e de MKT. No quinto, todos os funcionários da empresa são centrados no mercado e nos clientes. No sexto, os profissionais de MKT trabalham principalmente em equipes interdisciplinares. Os modernos departamentos de MKT podem ser organizados de várias maneiras. Algumas empresas são organizadas por especialização funcional, outras se concentram na localização geográfica e na regionalização. Outras enfatizam o gerenciamento de produtos e de marcas ou a gerencia de segmentos de mercado. Algumas empresas estabelecem uma organização matricial, que consiste em gerentes de produto e de mercado. Algumas empresas têm um MKT corporativo forte, mas em outras ele é mais moderado ou mesmo inexistente, caso em que o MKT é exercido apenas pelas divisões. As organizações modernas de MKT eficazes caracterizam-se por uma rigorosa cooperação e foco nos clientes por parte dos departamentos de MKT, P&D, engenharia, compras, fabricação, operações, finanças, contabilidade e crédito. Um brilhante plano estratégico de MKT é de pouco valor se não for adequadamente implementado, e isto exige a capacidade reconhecer e diagnosticar um problema, de avaliar o nível da empresa em que existem problemas, de implementar programas e de avaliar os resultados. O departamento de MKT tem monitorar e controlar continuamente as atividades de MKT. O objetivo do controle do plano anual é assegurar que a empresa atinja os objetivos de vendas e lucros e outras metas estabelecidas em seu plano anual, as principais ferramentas de controle do plano anual são as análises de vendas, da participação de mercado, de despesas de MKT em relação às vendas, financeira e do desempenho em relação ao mercado. O controle da lucratividade procura avaliar e controlar a lucratividade dos vários produtos, dos territórios, de grupos de clientes dos canais comerciais e dos tamanhos dos pedidos. Uma parte importante do controle da lucratividade é a atribuição de custos e a geração de demonstração de resultados. O controle da eficiência concentra-se em procurar maneiras de aumentar a eficiência da força de vendas, da propaganda, da promoção de vendas e da distribuição. O controle estratégico permite uma avaliação periódica da empresa e de sua abordagem estratégica para o mercado, utilizando as ferramentas da análise da eficácia de MKT e auditoria de MKT. As empresas deveriam também empreender análises de responsabilidade ético-social.

Passei.com.br Portal da Programação Biografias

Novos Paradigmas da Administração 1



Os Novos Paradigmas Da Administração I

Autor : Peter Drucker
Resumo de : Lusura
Visitas: 1645
Publicado em: abril 20, 2006
O que se ensina e se pratica em nome da administração está ficando totalmente desatualizado, pois poucas políticas se conservam atuais por 20 ou 30 anos e a maioria de nossos pressupostos relativos às empresas, à tecnologia e à organização data de pelo menos 50 anos. Para a administração – disciplina social – as premissas são bem mais importantes do que são os paradigmas para uma ciência natural, pois o paradigma, não exerce impacto sobre o universo natural, mas uma disciplina social, como a administração, trata do comportamento de pessoas e instituições humanas. O universo social é sujeito a mudanças contínuas – significando que as premissas que eram válidas ontem podem tornar-se inválidas ou enganosas. A disciplina da administração, hoje se encontra neste ponto e devemos analisar quais premissas que estão conduzindo-a ao caminho errado. Até a década de 30, presumia-se que a administração não passava de subdivisão da administração geral. Não foi numa empresa que se deu a primeira aplicação consciente e sistemática dos princípios da administração, e sim, na reorganização do Exército dos Estados Unidos (1901). Com a Grande Depressão teve início a identificação da administração com a administração de empresas, que gerou hostilidade com relação às empresas e desprezo por seus executivos. Para não ser contaminada pela associação de sua imagem com a de empresas, a administração no setor público foi rebatizada de administração pública e proclamada uma disciplina distinta. No período do pós-guerra (1950), empresas e negócios já haviam voltado a ser palavras bem-vistas, graças ao desempenho da administração de empresas americanas durante a 2ª Guerra Mundial. Os setores que mais cresceram nos países desenvolvidos no século XX, não foram o das empresas, mas sim o governamental, o dos profissionais liberais, o da saúde e o da educação. A estrutura organizacional das empresas foi estuda pela primeira vez na França, por volta da virada do século. Era a época em que as organizações empresariais em escala realmente grande estavam começando a aparecer, e seus administradores tiveram de desenvolver sua disciplina à medida que as empresas avançavam. Não havia textos a consultar, não havia consultores. De certo modo, eles aprenderam uns com os outros. A Primeira Guerra Mundial deixou clara a necessidade de uma estrutura organizacional formal. A administração altamente centralizada que propalavam simplesmente não funcionavam numa escala, onde era preciso administrar dezenas de soldados e reorientar economias inteiras em torno da produção para a guerra. Após a Primeira Guerra Mundial desenvolveu-se a descentralização, transformando-se no mantra da administração, o único caminho visto como correto. Nos últimos anos, defende-se a equipe como organização correta para praticamente qualquer coisa. Não existe organização certa, existem organizações, cada uma das quais possui pontos fortes, distintas e aplicações específicas. É uma ferramenta para tornar as pessoas produtivas quando trabalham em conjunto. Uma estrutura organizacional é adequada para determinadas tarefas em determinadas condições e determinadas épocas. Em qualquer empreendimento existe a necessidade de uma série de estruturas organizacionais diferentes que coexistam. Há princípios de organização que são universais. A organização deve ser transparente. As pessoas precisam conhecer e compreender a estrutura organizacional na qual vão trabalhar. O executivo do futuro vai precisar de uma caixa de ferramenta repleta de estruturas organizacionais. Isso significa que ele terá de aprender a usar cada uma dessas ferramentas e entender qual delas funciona melhor para cada tarefa. A premissa inicial correta hoje é que as tecnologias que provavelmente vão exercer o maior impacto sobre uma empresa e sua indústria são tecnologias externas a seu próprio campo. Diferentemente das tecnologias do século XIX, as tecnologias de hoje não percorrem caminhos paralelos e distintos. Elasse cruzam a toda hora. Antes, as empresas competiam dentro de um mesmo setor. Hoje, são setores que competem com setores. A informação não é exclusiva de nenhuma indústria ou ramo específico. Ela tampouco tem uma só finalidade, e nenhuma finalidade requer apenas um tipo específico de informação. A administração terá de aprender que a compreensão do mercado começa pela compreensão de como os consumidores distribuem sua renda disponível. Na disciplina da administração, estudamos que as fronteiras nacionais ainda definem o ambiente na qual as pessoas operam. Essa premissa é subjacente até mesmo para a multinacional tradicional. O que mudou no mundo real, mesmo que ainda não tenha mudado nas premissas com as quais operam as administrações, é o fato de essas fronteiras nacionais terem perdido sua relevância. Para a administração, as novas realidades criam problemas que ainda não foram resolvidos. Cada vez mais, as empresas se organizam por áreas de trabalho, mais do que geograficamente. A nova realidade é que a administração já não se pauta por fronteiras nacionais. O âmbito da administração não pode mais ser definido politicamente. A primeira tarefa da administração é definir quais resultados existentes no empreendimento a seus cuidados. É função específica da administração organizar os recursos da organização visando obter resultados fora dela. O novo paradigma no qual se deve basear a administração, tanto enquanto disciplina como enquanto prática, é que a administração deve definir os resultados que espera alcançar e depois organizar os recursos da organização visando obter esses resultados. O centro da sociedade moderna é a instituição administrada. E a administração é a ferramenta específica, a função específica, o instrumento específico para tornar as instituições capazes de gerar resultados. A instituição não existe simplesmente dentro da sociedade e para reagir à sociedade. Ela existe para produzir resultados dentro da sociedade e para modificá-la.

Parâmetros Currículares Nacionais Do Ensino Fundamental (1º a 4º)



Estes são os PCNs, para ter acesso basta clicar nas letras azuis.




Volume - 1 Introdução aos PCNs.




Volume - 2 Língua Portuguesa.




Volume - 3 Matemática.




Volume - 4 Ciências naturais.




Volume -5.1 História e Geografia.




Voluma -5.2 História e Geografia.




Volume -6 Arte.




Volume -7 Educação Física.




http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf
Volume - 8.1 Temas Transversais - Apresentação.





http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf

Volume - 8.2 Temas Transversais - Ética.


http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro082.pdf

Volume - 9.1 Temas Transversais - Meio Ambiente.

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro091.pdf


Volume - 9.2 Temas Transversais - Saúde.


http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro092.pdf







Volume - 10.1 Temas Trnasversais Pluraridade Cultural.



http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro101.pdf


Volume - 10.2 Orientação Sexual.

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro102.pdf







Segundo o portal do MEC isto foi atualizado em (15/10/2007).
Estes mesmos PCNs são usados agora no 1º ao 5º anos.
Pois o ensino fundamental passa a 9 anos.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Resenha do Livro O que é Educação.




Afinal, pra que é que se aprende? E por que se inventou a educação e, depois, a escola? Como é que isso aconteceu e o que é que se faz ali? Já que ninguém escapa da educação, seria bom ao menos compreendê-la. Nem sempre houve escola e nem sempre ela foi do jeito que a conhecemos. Em vários momentos da história, tipos diversos de sociedades criaram diferentes caminhos para percorrer a estranha aventura de lidar com o saber e os poderes que ele carrega consigo


Editora : BRASILIENSE ISBN : 8511010203 Espec. : EDUCACAO / PEDAGOGIA BROCHURA 1º Edição - 1995 - 120 pág. --------------------------------------...

O QUE É EDUCAÇÃO Carlos Rodrigues Brandão

No capitulo inicial deste livro , o autor faz referência a uma carta que os índios norte- americanos escreveram para os governantes de Virgínia e Mariland, após um tratado de paz, recusando a oferta feita a eles para que seus jovens guerreiros pudessem freqüentar cursos nas escolas americanas; a partir desta carta, o autor realiza diversas discussões sobre as formas de educação, como e onde ela acontece. Afirma que existe a educação de um povo, de cada povo, e entre povos definindo-o de diversas maneiras.

Afirma que a educação é um dos meios que os homens lançam mão para satisfazerem suas necessidades.

Muitas vezes o educador pensa que age por si próprio, livre e em nome de todos, imaginando servir o saber e a quem ensina; no entanto, acaba servindo aquele que o constituiu professor.

Brandão nos mostra que a educação pode ocorrer onde não há escola e por toda parte pode haver redes e estrutura sociais de transferência de saber de uma geração a outra. A evolução da cultura humana levou o homem a transmitir conhecimento, criando situações sociais de ensinar -aprender-ensinar.

Afirma que a educação é praticada tão intensamente em alguns lugares que às vezes chega a ser invisível. Nas aldeias dos grupos tribais as crianças vêem, entendem, imitam e aprendem com a sabedoria que existe no próprio gesto de fazer as coisas. A transferência do conhecimento ocorre indistintamente por todos os membros do clã. Segundo Brandão, a socialização é responsável pela transmissão do saber. “ Quando o educador pensa a educação ele acredita que, entre homens ela é que dá a forma e o polimento .”

A educação aparece sempre que surgem formas sociais de condução e controle da aventura de ensinar e aprender e quando ela se sujeita a pedagogia, torna-se ensino formal, cria situações próprias para seu exercício e constitui executores especializados. É quando aparece escolas, alunos e professores.

Com o advento das escolas, o saber comum se divide e surgem hierarquias sociais, a educação vira ensino que inventa a pedagogia, reduzindo a aldeia à escola e transformando “todos” em educador. Este saber elaborado é transmitido desigualmente, promovendo a diferença, e o grupo reconhece neles por vocação ou por origem e espera em cada um deles um trabalho especializado. No entanto, a rede de troca do saber mais persistente e universal da sociedade humana é a família.

A educação comunitária reproduzia a igualdade entre os membros da comunidade, agora passa a reproduzir a desigualdade social por sobre igualdades naturais - este sistema de ensino é originário da educação greco-romana e é talvez nestas sociedades que estejam as respostas para nossas indagações. A Grécia é o berço da filosofia que permeia a conduta de nosso mundo ocidental. O autor faz uma breve viagem na história e nos mostra claramente a separação das classes já existente no contexto da Grécia. Vale a pena observar os textos atribuídos a Solon 600 AC, Xenofonte 400 AC, dois grandes pensadores, a saber: “As crianças devem antes de tudo aprender a nadar e a ler em seguida os pobres devem exercitar-se na agricultura ou em uma indústria qualquer , ao passos que os ricos devem se preocupar com a música e a equitação e entregar-se a filosofia , a caça e a freqüência dos ginásios”. “Só os que podem criar os seus filhos para não fazerem nada é que os enviam as escolas; os que não podem não os enviam”.

A educação do jovem livre em escolas filosóficas sofistas, a questão da “democratização do ensino” para os que podiam pagá-lo, são questões tratadas pelo autor. Durante muitos séculos os pobres da Grécia aprendiam fora da escola, nas oficinas e nos campos enquanto os meninos ricos inicialmente aprenderam fora da escola, em acampamentos ou ao redor de velhos mestres.

A escola primária surgiu em Atenas por volta do ano 600 AC. Falamos de mestres-escola na Grécia, porém não podemos omitir a figura do Pedagogo, escravo que conduzia o aluno pelas ruas da vida e do saber, no entanto é sobre a influência de Sócrates e de Epicuro que a educação começa a ser pensada como formadora do espírito, direcionando-a para a beleza do corpo e a clareza da mente.

Sob a égide de Carlos Magno, as escolas sofreram um novo impulso, e no avanço sobre os países dominados a educação serviu para estabelecer as relações de poder e legitimá-lo, inculturando o pensamento grego. Aprendemos dos gregos que a educação é fruto de todo meio sócio cultural sobre os seus participantes, é o exercício de viver e conviver que educa. A escola é apenas um lugar provisório onde ela acontece .

Em Roma a educação era comunitária e os reis aravam terra junto com os seus servos, os filhos eram educados pela mãe até os sete anos e depois passavam a ser responsabilidade dos pais , o ócio não era bem vindo, a vida era austera, o culto aos antepassados era preservado, e o trabalho era exaltado. Com enriquecimento da nobreza através da agricultura e dos saques, ocorreu o abandono das terras e o nobre passou a preocupar-se com as regras dos império, dividindo a educação em classes sociais, o Mestre escola vendia a educação como se fosse mercadoria em suas lojas de ensino dentro dos mercados.

No Século V AC surgiu o ensino primário elementar, o ensino do tipo secundário somente vai aparecer na metade do seca III AC, e o superior por volta do Século I, mas durante quase toda a historia o Estado Romano não toma a seu cargo a tarefa de educar. A primeira escola pública só vai aparecer por volta do Sec VI DC. A estrutura do ensino é manifestada sob a regência de Augusto e Libérius :
Até 7 anos – Doméstica
depois – loja de ensino(ludimagister)
aos 12 – aulas de gramáticus
aos 16- aulas de Lector

A educação em roma seguiu por duas vertentes: Livresca- destinada ao futuro senhor; Oficina do trabalho- destinada aos filhos dos Escravos, Servos e Artesãos. Assim como ocorreu na Grécia a escola romana também seguiu os passos das grandes conquistas avançando junto com os Exércitos.

Apesar das definições de dicionários famosos e até mesmo da legislação ( artigo 1º da lei 5692) averigua-se na prática a presença consolidada da educação classista e a ausência da conciência de nossos valores culturais.

O autor segue o texto com críticas severas à educação no Brasil e a ação do estado que legisla com parcialidade e esconde em suas ações as suas reais intenções, embora haja críticas de professores, alunos e parte interessada da sociedade, leva -nos a questionar mais uma vez, “A que , e a quem serve a educação” .

De acordo com alguns filósofos, educação é um meio pelo qual o homem desenvolve potencialidades biopsíquicas inatas, mas que não atingem a sua perfeição sem a aprendizagem realizada através da educação.

Brandão realiza neste texto uma viagem a diversos momentos da história e analisa-os procurando definir a educação, sua origem, e desfecha o texto com uma definição de Durkeim "A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontra ainda preparadas para a vida social, tem por objeto suscitar e desenvolver na criança certo numero de estados físicos, intelectuais e morais reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que aquela criança, particularmente se destina .”

Vimos anteriormente que o estado faz uso da educação a fim de atingir seus interesses seja social ou de controle; a sociedade esta fundamentada sobre códigos sociais, princípios, e outros, regulamentado por lei ou não. Como outras práticas, a educação também atua sobre a vida e o crescimento da sociedade , em dois sentidos : 1- no desenvolvimento de suas forças produtivas; 2- no desenvolvimento de valores culturais, podendo sofrer variações diante de valores sociais novos, estando portanto longe de afirmar a existência de uma educação universal.

Segundo o autor, “Educação é um dos principais meios de realização de mudança social ou, pelo menos um dos recursos de adaptações da pessoas, em um mundo em mudança.”, podendo na atualidade inclusive ser vista como um investimento, mas ela ainda continua a provocar desigualdades. Regional e global.

Normalmente a educação vem pronta, os interessados não conseguem interferir nela e nem mesmos os pedagogos e professores. E assim fica consagrado a desigualdade na sociedade brasileira. Se a educação provoca desigualdade, porque então acreditar na educação? É com este questionamento que o autor inicia o texto e tenta respondê-lo de várias maneiras realizando uma bela defesa da educação, uma das respostas dadas é o fato da educação poder ser reinventada, sobre diversas formas “ bancária , do oprimido, construtivista,entre outros”, ela pode ser uma aventura humana. Existe em toda a parte, inclusive entre os opostos, assim como a vida é maior que a forma, a educação é maior que o controle formal sobre ela. As classes subalternas aprenderam a recriar a educação de diversas formas (sindicatos, comunidade de bairro, bumba meu boi, capoeira, etc) e retransmiti-la aos mais jovens, constituindo uma rede de transmissão do saber que, tornando-se resistência à invasão de outro saber; a esperança na educação se fundamenta em acreditar que o ato humano de educar existe tanto no trabalho pedagógico, quanto no ato político que se trava por um outro tipo de escola, por um outro tipo de mundo, a educação pode ser ao mesmo tempo, movimento e ordem, sistema e contestação .

Brandão segue o livro fazendo indicações de outros livros. O autor é psicólogo formado pela PUC. Carioca nascido em 1940. Em 1966 mudou-se para Brasília; em 1967 tornou-se professor na UNB, faz 10 anos que está em Campinas e na UNICAMP. Possui diversos títulos publicados pela editora Brasiliense. Seu trabalho é muito esclarecedor e eu o recomendo aos professores, pedagogos e estudantes dos cursos de licenciatura.

Brandão, Carlos Rodrigues. O Que é Educação. (33ª ed) SP : Brasiliense 1995. (Coleção Primeiros Passos) 116 página

Fonte: http://www.alb.com.br/apoioprof/resenhas/007oqueducacrbrandao.asp


Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Escola e Democarcia Resenha Livro de Dermeval Saviane.





Universidade Estadual Vale do Acaraú Campus Avançado de Camocim
Disciplina: Estágio Supervisionado II
Curso: Pedagogia em Regime Especial


Resenhando Escola e Democracia de Dermeval Saviani.

O livro aqui resenhado, é a 32ª edição com mais de 155.000 (cento e cinqüenta e cinco mil) exemplares vendidos, cuja editora é: Autores Associados, Campinas-SP.
Este é apenas mais uma de suas obras pedagógicas dentre tantas outras como: Pedagogia Crítico Social dos Conteúdos, A Nova Lei de Diretrizes e Bases e o Problema da Inovação em Educação...

Saviani começa seu livro levantando questões de dois grupos mais ou menos antagônicos. O primeiro grupo (teorias não-críticas, classificadas como a pedagogia tradicional, a pedagogia nova e a pedagogia tecnicista) acha que a educação é a panacéia milagrosa capaz de erradicar a marginalidade de nossa sociedade. No segundo grupo (Teorias Crítico-Reprodutivistas subdivididas em teoria de sistema enquanto violência simbólica, Teoria da Escola Enquanto Aparelho Ideológico do Estado (AIE) e Teoria da Escola Dualista). Neste caso, de forma oposta, a educação aparece como fator agravante, através da discriminação e responsável pela marginalidade. Por último, propõe uma Teoria Crítica da Educação. Saviani frisa que os dois primeiros grupos explicam a marginalização na forma da relação entre educação e sociedade. Eu, particularmente, tenho um ponto de vista formado a respeito da marginalização e acho que o fator “educação” (como escola e pedagogia) não é fator preponderante na erradicação ou no agravamento da marginalidade, acho apenas, um fator coadjuvante. Por sua vez a sociedade também apontada como grande culpada, eu a colocaria em segundo lugar, pois, para mim, a principal causa da marginalidade nasce no seio da família ou seja na célula matter da sociedade e não nela como um todo.
Isto pode ser observado, (perdoe-nos a digressão) em casos que conhecemos, de indivíduos sem estudos, aculturados, porém perfeitamente integrados na sociedade como pessoas de bem e até com grande sucesso econômico. Para amparar minha tese, gostaria de lançar mão da mãe natureza, na explicação. A maior parte dos animais, desde a mais tenra idade tem uma relação instintiva com seus filhotes. Dentro desta relação, eles, além de prover a alimentação e o afeto, logo que a ampulheta temporal sinaliza, começam a integrar seus filhotes ao meio ambiente onde viverão. Estas criaturas ensinam seus filhos a arte da caça e da sobrevivência. Como exemplo, citaremos as focas que elaboraram uma forma de retirar crustáceos de dentro de suas conchas protetoras com pedras e repassam este conhecimento para seus filhos que absorvem este conhecimento e passam a usa-lo em suas existências. Acreditamos que, o ser humano tem fugido deste trabalho instintivo de criar seus filhos abandonando-os à mercê das incertezas da vida. Acho que se o pai é um pescador e aos poucos for introduzindo seu filho na arte da pesca, numa relação sadia de companheirismo e amor, dificilmente esta criança será marginalizada. Com certeza dentro de sua sociedade ele estará integrado! De fato, a falta de assistência paterna (pai e mãe) para mim, é um dos principais fatores geradores da marginalidade em nossa sociedade.
A escola tradicional e a escola nova são criticadas terrivelmente. Seus insucessos ao redor das décadas de 60 e 70, frisadas por Saviani é simples de explicar. As teses tradicionais e novistas centradas no professor ou no aluno como principais responsáveis pelo ensino aprendizado eram aleijadas! Ambos não possuem e nem possuíam, separadamente, este poder mágico de “gerar” o ensino–aprendizado. Sabemos hoje, que o papel do educador é gerar motivação e repassar metodologia de busca e aquisição do conhecimento, com participação ativa do aluno, considerado, na época como ser passivo perante o fenômeno ensino aprendizagem! Neste tempo, os professores se limitavam às explicações cansativas para o coletivo. “Quem captou, captou, quem não captou, ficou reprovado...” É claro que existem honrosas exceções, meu marido, Prof. Rpires (Ver educação para o ano 2000) conta sobre um seu professor de ciências da década de 70, construtivista, que dissecava pequenos animais em sala de aula, demonstrando recursos educacionais incomum, na época. Nas teses acima, aceitamos que esta educação contribuiu para a reprovação e para o abandono escolar, mas nunca, absolutamente, como principal fator gerador de marginalidade, pois muitos que abandonaram a escola da época se prepararam como autodidatas e se integraram.
Saviani analisa algumas características específicas das teorias educacionais, afirmando que a teoria tradicional surge historicamente com o interesse de superar o Antigo Regime, baseado nas conquistas da Revolução Francesa, esta propõe a universalização do ensino para retirar os indivíduos da condição inferior de súditos e transformá-los em cidadãos esclarecidos. Nesse contexto, a marginalidade é entendida enquanto um fenômeno derivado do déficit intelectual ocasionado pela ausência de instrução. A escola seria o remédio para este problema, na medida em que se difunde um ensino centrado e organizado em torno da figura do professor. As lições dos alunos são seguidas com disciplina e atenção, direcionadas pelo mestre-escola, ao aluno competia aprender.
Aos poucos, esse tipo de teoria foi caindo em descrédito devido às dificuldades de acesso de todos à escola e também em função do fracasso escolar, mesmo para os que conseguiam o seu desiderato de ingressar na instituição escolar.
A Pedagogia Nova surge como uma tentativa de equacionar os problemas gerados pela Pedagogia Tradicional. Nascida das experiências de educação com portadores de necessidades especiais (Decroly e Montessori), foi estendida a seguir como uma proposta para o âmbito escolar como um todo. Concebe assim o marginalizado, não como um ignorante, mas como alguém que foi rejeitado pelo sistema escolar e pela sociedade. À escola cabe a função de reintegrar o aluno ao grupo, tomando-o como centro do processo ensino-aprendizagem, desenvolvendo uma metodologia com atividades de cunho bio-psíquico e que o estimulem à participação em um ambiente alegre e criativo, portanto. ( para nós, outro erro pois educação não deve ser centrada no professor e nem, pior ainda , no aluno!)
Como a Pedagogia Nova precisava de um ambiente rico para a sua implantação ficou restrita, na prática, a algumas experiências apenas. A proposta do movimento da escola nova, ao fim de tudo, colabora para rebaixar o nível da aprendizagem e do ensino, pois retirou a centralidade do processo no professor que sabia e jogou para o aluno, que não tinha condições de adquirir o saber.
Surge então a pedagogia tecnicista. Nesta, marginalizado não é o ignorante e nem o rejeitado, mas sim, o incompetente (no sentido técnico da palavra), o ineficiente e improdutivo, isto é, a educação estará contribuindo para superar o problema da marginalidade na medida em formar indivíduos eficientes, portanto capazes de contribuir para o aumento da produtividade da sociedade.
Então para a pedagogia tradicional o importante era aprender, para a pedagogia nova aprender a aprender e para a pedagogia tecnicista, o importante era aprender a fazer. Para mim, todas pecavam por se centrar em cima de uma única filosofia.
Estas modificações da educação e seus fracassos serviram para rotulá-la de discriminadora e repressiva (Schooling in Capitalist, Bowles 1976, Bowles e Gintis).
Sobre a violência simbólica que nos parece um forte atributo do capitalismo, no sentido que é imposto. Podemos ver a força desta violência simbólica nas mídias: seja jornais, rádios ou televisões. É imposto ao indivíduo teses, produtos, enfim, um números de coisas e opiniões de forma técnica e até com propaganda subliminar, que de uma forma ou de outra, impõe métodos e comportamentos. A escola não escapa a esta regra. Os alunos como um rebanho tranqüilo recebem e absorvem os conteúdos que representam a verdade inquestionável. Se questiona é repelido e tachado de reacionário. De fato, esta realidade não pertence ao passado. É coisa do presente e norteia as regras do capitalismo selvagem em que vivemos.
As características da democracia atual com suas classes dominantes e dominadas, reforça a escola como aparelho ideológico do Estado. Apesar das lutas destas classes, as chances de vitórias são pequenas. A dominação burguesa, através daqueles que conseguiram algum sucesso e ocupam altas posições administrativas, possuem fortes instrumentos de repressão contra eventuais e tímidos protestos da classe dominada. Neste caso, a marginalidade é a própria classe trabalhadora, que sufocada pelo poder estatal tem que se limitar a cumprir seu papel em cima de normas e leis vindas da classe dominante, que visam somente manter seus interesses e o poder. Saviani termina seu texto, com um parágrafo de desculpas e elogios aos heróis professores anônimos dentro desta luta de classes em busca da tão falada sociedade igualitária.
Uma característica do capitalismo é a sua dualidade social já satirizadas em muitas modinhas: (porque o de cima sobe e o de baixo desce.. bom te bom, bom, bom, bom, bom...). Os de baixo e os de cima, ricos e pobres, dominadora e dominada, segundo Baudelot e Establet in Lécole capitaliste em France (1971). A escola não foge a esta regra. A escola da plebe ou classe dominada (proletária) intitulada simplesmente de Escola Pública. E a escola particular ou escola da burguesia, incluindo as universidades.
Mais uma vez aí está o proletariado e a burguesia com fronteiras bem distintas. Parece-nos que a tônica desta dualidade é uma tendência primária profissionalizante (PP) e a secundária superior (SS). A primeira para os filhos da classe mais pobres, impedida de ter acesso às escolas superiores. A segunda, é claro para a classe burguesa, capaz de chegar aos níveis superiores e manter, assim, nas mãos de sua beneficiada classe, o poder. Este é o aparelho ideológico do Estado Capitalista, que trabalha em proveito da classe dominante e contribui para manter as relações sociais de produção capitalista. Dentro de conceitos preparados para esta escola defensora de interesses burgueses, está o engrandecimento do intelecto e a desvalorização do trabalho manual. Neste caso, a escola aparece como fator marginalizante e não como fator de equalização como se propõe.
No capítulo da Teoria da Curvatura da Vara, Saviani justifica um processo de tentativa de ajustes da educação: quando uma vara está torta ela fica curva de um lado e se você quiser endireita-la, não basta colocá-la na posição correta. Lênin (Althusser, 1977: 136-38). É preciso curvá-la para o lado oposto. Nesta mesma ocasião, afirma Saviani: quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos democrática foi a escola e de como, quando menos se falou em democracia, mais a escola teve articulada com a construção de uma ordem democrática. A pedagogia tradicional calcada na concepção da filosofia essencialista foi substituída pela pedagogia nova, baseada sobre uma filosofia existencialista. É a existência superando a essência, recurso imposto pela casta burguesa para sobreviver.
No passado, na Grécia antiga, onde, a filosofia da essência tinha sua fase áurea, os escravos não eram vistos como seres humanos. Essência humana, só era realizada nos homens livres. Segundo esta visão, os seres já nasciam predestinados e isto era coisa divina, que ninguém questionava. A classe dominante não tinha dificuldades de quaisquer espécie, pois, na época, até a classe dominada aceitava isto como uma imposição divina (castigo?). Desta forma, esta era parte da essência humana, que por si só se justificava.
Mas na verdade esta dominação não era natural, nem tampouco parte da essência e o tempo se encarregariam de colocar abaixo esta filosofia, juntamente com sua pedagogia. Tinham que cair, porque eram injustas e deveriam serem substituídas por sociedades igualitárias. Mas quem faria esta reforma? A classe dominada? Nem pensar! A história normalmente não caminha assim, por questão lógica inerente a esperteza da burguesia, de posse do poder. Desta maneira, a classe dominante percebendo a mudança por falta de sustentação racional e precisando manter o domínio, resolve reformar a sociedade substituindo-a um suposto direito natural por uma sociedade contratual. Esta sociedade partindo da premissa que todos os homens são livres para vender, mediante contratos, sua mão de obra. Por outro lado, a outra parte é livre também para contratá-la ou não. Este é o fundamento jurídico desta sociedade burguesa, onde existe uma igualdade formal. É mais uma vez, neste contexto, que entra a escola com sua pedagogia. Observem que até o momento anterior, a burguesia cavalgava junto com a história e como classe dominante, não tinha menor interesse que algo fosse mudado. Com o passar do tempo, suas teses filosóficas não garantem mais sustentação e ela passa a andar na contra mão da história e é neste momento, que a escola tradicional e a antiga pedagogia da essência não servem mais aos seus interesses burgueses e implantam-se a escola nova e a pedagogia da existência.
Observem o interessante: no momento anterior, os homens eram na sua essência diferentes. Uns nasciam senhores e outros escravos. As conquistas naturais trazem idéias de modificações, afirmando que o certo seria uma sociedade igualitária, pois todos são iguais perante a lei. Mal poderiam imaginar que hoje, em pleno ano 2000 voltaríamos a frisar as diferenças entre os homens e que estes precisam ser respeitados e aceitos com suas diferenças.
Eu como aluna, professora e espectadora, acho isto tudo muito conflitante! Acho que esta sociedade é cíclica e as coisas vão se invertendo durante o girar da história.
Em um dado momento a classe "X" domina e as lutas das classes dominadas a caracterizam como revolucionária. No momento seguinte, cai a classe antiga dominante e os papeis se invertem. Entretanto, o palco está formado: nova classe dominada entra na luta para reempossar-se de novo.
A escola também com suas pedagogias, oscilam sendo elas instrumento forte da classe dominante. Parece que a vara da curvatura, ora vicia dum lado e ora vicia do outro.
No Brasil a filosofia da escola nova que propõe escola para todos e que se parece com um beneficio para a classe proletária, na verdade era interesse comum. A burguesia imaginava que os dominados mais escolarizados saberiam escolher melhor seus governantes, digo: melhores sobre a ótica dominante. Por sua vez, o melhor segundo a ótica da classe dominada não se afinava com o ideal burguês e na verdade nunca se afinará. Fica observado que esta escola que foi dada não está cumprindo sua função, que tudo indica é consolidar a burguesia.
Como podemos ver, a burguesia continua a manipular as ferramentas pedagógicas no sentido de manter inalterada a balança social desequilibrada, sendo importante citar a classificação desta classe capitalista (em comentário brincalhão) de até muito evangélica segundo Saviani, pois levam ao pé da letra a parábola dos talentos: “ao que tem se lhe dará e ao que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado”. Observem que mesmo na época atual o Estado beneficia subsidiando o ensino do primeiro grau, para que a classe proletária consiga aprender o mínimo necessário para servir ao seu interesse, pois afinal, uma classe totalmente desescolarizada se revela mais ou menos inútil aos interesses de uma sociedade no nível atual de tecnologia. Entretanto, o ensino de segundo grau já possui restrições de subsídio, pois, o abençoado FUNDEF não chega até lá.
Arrematando sobre a Curvatura da Vara, parece que Saviani puxa propositadamente a vara para o lado oposto, na esperança desta vir para o centro, que não é nem a escola tradicional nem a escola nova; mas a vara é meio teimosa e se vicia na nova posição e percebe-se que terá que ser com muito jeitinho e pequenos ajustes programados para trazê-la para o centro.
Já ao cerrar das portas desta resenha percebe-se o objetivo principal de Saviani: Sacudir, com força a máquina político-educacional, balançando as Curvaturas das Varas em busca de seu equilíbrio ideal. Na verdade, ele conseguiu embaralhar minha cabeça, e aos poucos, após a implantação do caos vai se remontando numa visão crítica em busca de uma educação que consiga compartilhar com os aspectos político-sociais, altamente complexos. Saviani durante este trabalho, balançou-me da direita para a esquerda e vice-versa. Neste momento, solta-me, e aos poucos, vou indo em direção ao centro, tal qual a teoria da vara torta! Percebo que educação e política não são iguais. Tal como água e óleo se recusam a misturar e é preciso conseguir metodologia que juntem estas duas necessidades da criatura humana em busca da sua integração plena na sociedade. Enquanto na educação objetiva-se convencer, na política o objetivo é vencer! Estes são aspectos antagônicos. Para exemplificar, o educando, ao longo do processo pode ser convencido e aprenderá. Na política o adversário tem que ser vencido e mesmo assim, não se convencerá, continuará na oposição lutando contra o vencedor, agora classe dominante! Como vimos, educação e política são práticas diferentes e convém não confundi-las, o que poderia resultar como o politicismo pedagógico ou pedagogismo político, o que terminaria na escola a serviço de um grupo burguês. Porém, isto não resulta na exclusão da política como prática independente, elas são antagônicas mais como o bem e o mal, o sim e o não, o positivo e o negativo são inseparáveis e mantém forte relação. Entretanto, como tratar destas coisas tão diferentes? De inicio é importante compreender que uma não existe sem a outra. Elas possuem uma forte relação interna. De fato, toda prática educativa possui uma dimensão política e toda prática política possui uma identidade educativa. Vê-se que a dimensão pedagógica na política envolve a articulação, a aliança visando o combate aos antagônicos, o mesmo acontecendo na dimensão política na educação com apropriação de instrumentos culturais aplicados na luta contra o antagonismo.
A educação neste caso, depende da política no sentido orçamentário e a política depende da educação na preparação de seus indivíduos. O que realmente sucede é que a educação é mais dependente da política do que esta da educação. Na verdade, Saviani acerta em cheio, quando diz, indiretamente, que política e educação são faces opostas da mesma moeda: a prática social.
Apesar de uma certa subordinação da educação à política, podemos definir a educação como uma prática idealista e a política como uma prática realista, mas que podem coexistir pacificamente, respeitadas as diferenças: ser idealista sonhando que a sociedade desejada é uma realidade e ser realista buscando atingir o ideal sonhado. Insistindo nas comparações podemos também dizer que a prática política se apoia na verdade do poder e a prática da educação se apoia no poder da verdade.
Ana Pires

Camocim-Ce
Maio-2000: foto da autora da resenha, Ana Pires.

Cite sua fonte o Brasil agradece.

domingo, 16 de março de 2008

Pedagogia de Projetos, Relatório de Estágio, Plano de Aula, Observações e Avaliações.

Apresentando uma fábula com o avental didático-pedagógico no estágio.


Trabalho apresentado ao Curso Pedagogia da UNOPARVIRTUAL - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Estágio Supervisionado II. Aluno: João Carlos Maria
Orientador: Prof. Sandra Rampazzo
Tutor Eletrônico: Thalita Janaina de Oliveira Serrano
Tutor de Sala: Clarisvaldo da Silva Britto.
Campinas
2007
PLANO DE AULA GERAL
TEMA: NO SÍTIO DO SEU LOBATO ( natureza)
Era, uma vez um homem simples, que amava a natureza, os animais e as plantas. Chamava-se “Seu” Lobato e vivia num sítio, numa casinha e confortável, com sua mulher e seus animais de estimação. Todos os animais eram felizes porque recebiam muito carinho e atenção dos seus donos.

A primeira coisa que Seu Lobato e sua esposa faziam ao acordar era tratar dos bichinhos, dando a cada um sua comida predileta.

Havia um porquinho comilão, um pato e um ganso muito amigos uma ovelha muito carinhosa e um sapinho que adorava pular na frente de quem passava para dar um “sustinho”.

Um dia, o porquinho sumiu. Seu Lobato e sua esposa ficaram muito tristes e até choraram. Todos os outros animais estavam sentindo muita falta do amigo porquinho e cada um tratou de ajudar a procurar nos lugares que mais conheciam do sítio. Combinaram de ir cada um de um lado.

Até que o sapinho, que pulava rapidamente por todos os lugares, encontrou o porquinho deitado embaixo de uma árvore carregadinha de frutas maduras e ele já havia comido todas que caíram da árvore. Ficou tão pesado e barrigudo que nem conseguia sair de lá e voltar para casa.

Foi necessário o “Seu” Lobato ir buscá-lo. O sapinho foi pulando avisar e “Seu” Lobato logo compreendeu que ele queria que o seguisse. Assim conseguiu encontrar seu porquinho comilão.
O porquinho teve até que tomar remédio para dor de barriga, de tanto que comeu, mas aprendeu a lição, agora já sabe que não pode comer tanto de uma só vez. Essa foi a história elaborada pela professora com a minha ajuda e a ajuda dos pequeninos.

JUSTIFICATIVA: Após observar as crianças, e sua faixas etárias verificamos que elas sempre perguntavam sobre a fazenda, sítio e animais foi onde através da professora Rosane e dos próprios alunos , escolhemos este tema. Pra inserir elas no contexto do campo, ou eixo natureza e sociedade.(por que escolheu essa aula, qual sua importância)

OBJETIVOS GERAIS: Mostrar para as crianças, que existe outro tipo de moradia de lugares, onde as pessoas vivem com os animais e a natureza e comparar com a vida d na cidade ex (de onde vem o leite do mercado ou da vaca). E com isso transportar de um jeito lúdico e didático esses conceitos de uma maneira natural.

METODOLOGIA: A metodologia que utilizamos foi a de método de projetos ou pedagogia de projetos. Usamos um avental de pano bordado com um cenário trabalhado com rendas e flanela. No cenário, tem, uma lagoa o céu o pomar. E foram feitos bonecos de panos tipo dedoches, do porquinho, da ovelha, do sapo, do cisne, do pato e do Seu Lobato e esposa todos avulsos com velcro atrás deles. Com isso em mãos começasse a contar a história do sítio etc.


PROCEDIMENTO: Primeiro o professor se apropria bem do tema, se quiser pode até usar um espelho para narrar a historia para si mesmo e ao mesmo tempo se olhar no espelho. Depois a professora encaixa na rotina em que se conta historias e encaixa essa abordagem. É necessário que se prepare às crianças antes de se começar a contar. Logo, depois ela a medida em que vai contando, vai adicionando ao avental com o cenário os personagens avulsos que fazem partes da história. Tudo isso com muito sentimento e expressão e falando uma pouco sobre cada personagem etc. Uma observação importante no primeiro dia contamos a história e trabalhamos os nomes as cores, no segundo dia trabalhamos a seqüência dos personagens respeitando a idade deles que era de 3 anos,, no segundo dia matemática quantos personagens tem no cenário e assim por diante.

DESENVOLVIMENTO

Mexer com o imaginário das crianças, o mundo do faz de conta. Escolhendo história que correspondam com a idade e desenvolvimento. Por este motivo escolhemos ao método de projetos criado por Kilpatrick em cuja finalidade era englobar o ensino mediante atividades manuais. Esse método visou, sobretudo a participação de todos na confecção dos projetos. Ele dizia, “não podemos ensinar coerência, se não conhecemos o objetivo exato a ser alcançado. Qual é esse objetivo? Como a personalidade humana deve ser considerada?” (COTRIM; PARASI, p 287, 1985).
Assim, adequamos o método de projetos coma a criação de uma história, com o auxilio de um avental temático elaborado coma professora e as crianças. A ansiedade das crianças e da professora para ver o avental pronto foi muito interessante fui chamado de professor meu maior premio. Um dos principais objetivos de se contar histórias é o da recreação. Mas a importância de contar histórias vai muito além. Por meio delas podemos enriquecer as experiências infantis, desenvolvendo diversas formas de linguagem, ampliando o vocabulário, formando o caráter, desenvolvendo a confiança na força do bem, proporcionando a ela viver o imaginário.
Além disso, as histórias estimulam o desenvolvimento de funções cognitivas importantes para o pensamento, tais como a comparação (entre as figuras e o texto lido ou narrado) o pensamento hipotético, o raciocínio lógico, pensamento divergente ou convergente, as relações espaciais e temporais (toda história tem princípio, meio e fim ). Os enredos geralmente são organizados de forma que um conteúdo moral possa ser inferido das ações dos personagens e isso colabora para a construção da ética e da cidadania em nossas crianças.

AULA 1 EIXO MATEMÁTICA

Objetivos: Construir de maneira lúdica o raciocínio lógico matemático, e desenvolver a seqüência da historinha.
Série: crianças do agrupamento 3 ( 3 anos de idade).
Número de participantes: Toda a sala.
Procedimento: Os procedimentos usados para esta atividade são iguais à mencionada acima, no plano de aula geral. A única diferença é que ao apresentar os personagens do avental o educador/a, pergunta as crianças quais os personagens apareceram primeiro.
Depois se começa a contar todos os personagens contidos na história, o personagem não devem passar de dez. A participação dos pequeninos foi espantosa eles realmente prestam atenção.
Tempo: 4 horas.

AULA 2 EIXO NATUREZA E SOCIEDADE

Objetivos: Inserir a criança no mundo, da natureza de maneira alegre e com emoção mostrando a elas que existe outros lugares, onde pessoas vivem de maneira diferente da nossa. E também mostrar que muita coisa que compramos no mercado vem desses lugares.
Série: crianças do agrupamento 3.(idem acima).
Número de participantes: Todas as crianças, da sala.
Procedimento: O mesmo utilizado no plano de aula geral. Com uma diferença ao se contar a história o educador/a vai mostrando que muitos daqueles objetos e seres ouvidos e vistos, podem ser vistos onde eles moram ou no mercado ex. o sol, o porco a pato, o leite da vaca.
Tempo: 4 horas.



AULA 3 EIXO LINGUAGEM ORAL

Objetivos: Incorporar, linguagens, novas para que os pequeninos possam enriquecer sua linguagem oral.
Série: crianças do agrupamento 3.(idem acima).
Número de participantes: Todas as crianças, da sala.
Procedimento: Seguir o mesmo do anterior só que com, uma mudança ao se contar a historinha com o avental o educador/a deve nomear os objetos dando nomes. E explicando para as crianças que elas também tem um nome e que seus amiguinhos também. Na verdade eles vão começar a perceber que quando damos nomes às coisas ficam mais fáceis se expressar etc.
Tempo: 4 horas.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Rotina estrutura básica, e tão preciosa nas atividades do dia. A rotina diária é o desenvolvimento prático do planejamento. É também a seqüência de diferentes atividades que acontecem no dia-a-dia da escola de educação infantil e é esta seqüência que vai possibilitar que a criança se oriente na relação tempo-espaço e se desenvolva. Uma rotina adequada é um instrumento construtivo para a criança, pois permite que ela estruture sua independência e autonomia, além de estimular a sua socialização.
Podemos observar que na escola Hilário Magro Jr. onde realizamos o nosso estágio a importância do planejamento da rotina. O acolhimento de boas vindas, as atividades dirigidas, o espaço pra brincar, as atividades especiais dos dias das mães, dos pais, dia da arvore, dia sete de setembro etc. Maria Carmen Barbosa e Maria da Graça Horn, afirma em Organização do Espaço e do Tempo na Escola Infantil.

O cotidiano de uma Escola Infantil tem de prever momentos diferenciados que certamente não se organizarão da mesma forma para crianças maiores e menores. Diversos tipos de atividades envolverão a jornada diária das crianças e dos adultos: o horário da chegada, a alimentação, a higiene, o repouso, as brincadeiras – os jogos diversificados – como o faz-de-conta, os jogos imitativos e motores, de exploração de materiais gráficos e plásticos – os livros de histórias, as atividades coordenadas pelo adulto e outras.( BARBOSA; HORN, Artmed, 2001).

Assim, para se organizar estas atividades de rotina é fundamental que a organização do tempo leve em consideração as necessidades de higiene, alimentação, cuidados.

OBSERVAÇÕES FEITAS COM CRIANÇAS DE 3- 4 E 5 ANOS DE IDADE

Crianças de 3 anos: As crianças dessa faixa etária recebem a nomenclatura de , agrupamento 3. A rotina e o planejamento são feitos de acordo com a idades delas. O dia a dia das crianças são de acolhimento, a professora recolhe os cadernos, vê recados cola recados. Estas atividades foram executadas por mim no período de estágio. As crianças são muito curiosas e também egocêntricas nessa fase e os conflitos são resolvidos de uma maneira adequada levando em conta cada criança afinal o Joãozinho não é igual ao Luizinho. O professor tem que ter um bom manejo de classe para não se perder e se estressar, e estressar os pequeninos. Afinal os adultos têm livros que abordam a temática criança já a criança não dispõe desse recurso. Os pequeninos são muito diferentes de outros tempos obrigando o professor uma constante evolução.
A primeira coisa feita pela professora logo após recolher os cadernos é contar uma história, eles adoram, também se ensinam canções e parlendas.
Tem também atividades dirigidas, de festividades onde são feitos trabalhos de pintura colagens etc.

Crianças de 4 anos: Ou agrupamento 4, as atividades de rotinas são basicamente as mesmas das crianças de 3 anos. O que diferencia o enfoque do professor é que as crianças dessa faixa etária vão um desenvolvimento psico-emocional e motor já conseguem colar sem ajuda, os desenhos vão ganhando um contorno mais firme já não é mais a garatuja. Observamos que à medida que os pequeninos vão crescendo vão se sentindo mais autônomos exigindo do educador/a um maior esforço em ajudá-los a superar seus próprios conflitos internos e externos.

Crianças de 5 anos: Agrupamento 5, a rotina dessa fase é basicamente igual das anteriores. Mas o impressionante é que as crianças conseguem escrever seus nomes sozinhas, o dia ou a data doa dia. O educar conta uma história e eles conseguem fazer desenhos das mesmas o que não ocorria nas outras fases. A coordenação motora está melhor, e estão quase saindo do estágio pré-operatório. Mas cabe ressaltar que o conhecimento das crianças não é linear mais sim descontinuo, ou seja, muitas vezes ela se apropria de um ensinamento, mas pode esquecê-lo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ESTÁGIO E A INTERVENÇÃO

A satisfação com que as crianças admiram o que para elas é novidade, é impressionante. Depois da intervenção elas querendo recortar revistas, e montar sua própria história. Agora elas não vêem as revistas como antes, mas sim como possibilidades de construir-se como sujeito que tem seus direitos e potencialidades. No começo para elas parece que não vai dar, mas quando conseguem é maravilhoso. Infelizmente a figura paterna está muito ausente hoje em dia. Percebemos no nosso estágio quantas coisas simples como, falar seus nomes (das crianças) ou prestar, atenção faz uma diferença enorme. Vimos também à importância de se anotar registrar, planejar enfim a rotina na organização do tempo. Quando lemos num livro técnico algo a respeito das crianças é uma coisa, mas ver aquelas palavras em ação é outra coisa. Conhecimento prático.

INTERVENÇÃO E MOSTRA DE ESTÁGIO

A intervenção foi muito proveitosa, as professoras na escola gostaram muito e principalmente as crianças e os pais. No mundo do imaginário um papel se transforma num brinquedo. E uma história numa fantasia esse mundo da criança é surpreendente. A capacidade de atenção aos detalhes.
No eixo matemático vimos às crianças prestarem atenção na seqüência dos personagens e seus nomes (agora eles dão mais atenção a esse detalhe). Professor como eles me chamavam carinhosamente, foi o maior presente (Gustavo 3 anos , eu já sei segurar o lápis e vou desenhar o seu Lobato). Uma mãe me disse; a Júlia está que rendo recortar uma revista e montar uma história.
No eixo natureza, a classe toda em dias variados vinha me dizer, Tio eu fui ao mercado e disse para meu pai que o leite vinha do sítio do Seu Lobato. Outros me diziam que viu um sapo e que ele morava numa lagoa perto de sua casa etc. Como é gratificante ver os pequeninos em ação.
No eixo língua oral eles mostrando uns para os outros, que sabiam palavras novas foi uma competição interessante, bem que Vygotsky, diz que a linguagem estrutura o pensamento. Vimos isto na prática e também lemos nos livros a somatória dos dois deu a práxis pedagógica. Como também a emoção é um chamamento para a ação. (VYGOTSKY, 1991).
Na mostra de estágio trocamos experiências, contamos nossas intervenções, tinha um trabalho mais lindo do que o outro. Essa interação me fez amadurecer e fixar conhecimentos, não só teóricos mais também práticos.


REFERÊNCIAS

BARBOSA, Maria Carmen; HORN, Maria. Organização do espaço e do tempo na Escola Infantil: Pra que te quero? Porto Alegre: Artemed, 2001.

COTRIM, Gilberto Vieira; PARASI, Mário. Fundamentos da educação: história e filosofia da educação. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 1985.

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.