terça-feira, 29 de abril de 2008

Meu blog sumiu da minha conta! O que eu faço?


Meu blog sumiu da minha conta! O que eu faço?

Em primeiro lugar, relaxe. Mantenha a calma. Se pararmos e pensarmos com calma, certamente conseguiremos resolver o problema. A não ser que você tenha deliberadamente excluído o blog, o mais provável é que ele não tenha sido excluído, e você só precisa localizá-lo.

Se o blog em questão for um blog coletivo (compartilhado por duas ou mais pessoas), talvez você tenha sido removido dele. Entre em contato com o administrador ou o criador do blog e peça que lhe envie um novo convite.

Outra razão muito comum para o "desaparecimento" do blog é que você pode ter efetuado login na conta errada. Se você tiver duas contas e efetuar login na conta errada, você poderá não ver o blog, mesmo que ele esteja são e salvo na primeira conta. Isso ocorre com freqüência quando a pessoa mantém duas contas com nomes de usuário semelhantes e a mesma senha. O que você deve fazer nesse caso é obter uma lista com todos os seus nomes de usuário. Consulte Como faço para recuperar o meu nome de usuário e a minha senha? para obter detalhes. Depois de obter essa lista, você pode recuperar a senha de cada um deles (se necessário) e, em seguida, efetuar login em cada um até que você localize seu blog Observação importante: Tente fazer isso mesmo que você ache que só possui uma única conta. Há vários casos em que as pessoas criam uma conta extra sem perceber, portanto verificar isso normalmente é a maneira mais rápida de encontrar seu blog.

Se mesmo com estas sugestões você não conseguir entrar no seu blog para editá-lo, entre em contato conosco. Não se esqueça de informar o endereço do blog para que possamos verificar o problema. (O endereço tem o seguinte aspecto: http://myblog.blogspot.com/. Não confundir com o título, por exemplo, "O Blog sumido".)

Achei este informação em um blog.

Uma Reflexão Sobre o Pensamento Pedagógico de Henri Wallon.


 

PSICOLOGIA DA INFÂNCIA DE WALLON


Em sua obra Wallon (1981, 1989) faz oposição a qualquer espécie de reducionismo orgânico ou social e ao dualismo corpo e alma, entendendo que a compreensão do ser humano deve ter presente que ele é organicamente social, isto é, sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar (Dantas in La Taille, 1992, p. 36). Ele é datado, sujeito do seu tempo, constituído por uma estrutura biológica que é ressignificada pelo social (Vila, 1986).

Wallon compartilha com Vygotsky a mesma matriz epistemológica, o materialismo histórico e dialético, sendo que, para Wallon (1981), a emoção é o principal mediador, enquanto que, em Vygotsky (1993, 1991), o sistema de signos e símbolos ocupa tal papel.

Wallon (1981) rompe com uma noção de desenvolvimento linear e estática, demonstrando que o ser humano se desenvolve no conflito, sua construção é progressiva e se sucede por estágios assistemáticos e descontínuos. Os estágios de desenvolvimento importantes para a formação do ser humano não são demarcados pela idade cronológica, e sim por regressões, conflitos e contradições que propiciem que se reformulem e ampliem conceitos e funções. Em cada estágio, há predomínio de uma determinada atividade que corresponde aos recursos que a criança dispõe, no momento, para interagir com o ambiente (Galvão, 1995, p. 43).

Ao longo dos estágios o desenvolvimento da criança aparece de forma descontínua, com contradições e conflitos resultantes das interações e das condições do meio. O conflito ocorre entre a atividade predominante de um estágio e a atividade predominante do estágio seguinte.

A sucessão dos estágios se dá pela substituição de uma função por outra, extinguindo algumas e conduzindo/orientando outras a novas formas de relação.

A mudança de cada estágio representa uma evolução mental qualitativa por caracterizar um tipo diferenciado de comportamento, uma atividade predominante que será substituída no estágio seguinte, além de conferir ao ser humano novas formas de pensamento, de interação social e de emoções que irão direcionar-se, ora para a construção do próprio sujeito, ora para a construção da realidade exterior.

Durante a gestação, a vida intra-uterina é marcada por uma dependência total do bebê em relação à mãe, caracterizando um anabolismo total, ou seja, uma simbiose fisiológica. Após o estágio intra-uterino, podemos encontrar seis estágios (Tran-Thong, 1981; Vila, 1986; Galvão, 1995): estágio de impulsividade motora, estágio emocional, estágio sensório-motor e projetivo, estágio do personalismo, estágio categorial e estágio da puberdade e adolescência. Os estágios não podem ser interpretados como uma certa delimitação temporal, um certo número de anos, mas sim como a quantidade e qualidade das relações com o meio em cada momento do predomínio de uma atividade particular do desenvolvimento (Dantas, 1983).

Ao nascer, a criança se manifesta através da impulsividade motriz. Mesmo já possuindo autonomia respiratória, ela depende do adulto para a satisfação de suas necessidades básicas como nutrição, higiene e postura. A satisfação dessas necessidades não ocorre de forma imediata, havendo desconforto causado pela privação, que se traduz em descargas musculares, crises motoras, representadas por movimentos descoordenados, sem orientação – pura impulsividade motora. A simbiose fisiológica dá lugar à simbiose emocional a partir da significação que o social dá ao ato motor da criança, que se expressa no sorriso e nos sinais de contentamento (Wallon, in Vila, 1981).

O movimento, por sua vez, é originado a partir da atividade muscular, que pode ser tônica (tensão muscular) ou clônica (alongamento/encurtamento dos músculos). Estas atividades são complementares havendo um predomínio da atividade tônica (Tran-Thong, 1981).

Progressos em relação ao desenvolvimento vão surgindo na medida em que as agitações impulsivas da criança vão sendo identificadas e significadas pelo meio. Por intermédio destas influências recíprocas e trocas mútuas, que orientam as reações da criança, vão se constituir as primeiras estruturas mentais e novas formas de pensamento, com ênfase na objetividade em um movimento dialético.

O processo de desenvolvimento infantil se realiza nas interações, que objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as demais atividades. As interações emocionais devem se pautar pela qualidade, a fim de ampliar o horizonte da criança e levá-la a transcender sua subjetividade e se inserir no social.

Inicialmente, a manipulação de objetos se restringe ao espaço bucal, por ser a boca o único local que possui movimentos coordenados. Com o desenvolvimento do aparato motor, a criança coordena o movimento das mãos e braços, realizando a manipulação de objetos, com intencionalidade em suas ações. Nesse período, a função dominante é a sensório-motora, que desencadeia dupla função: a manipulação de objetos, facilitada pela marcha, e a imitação, que possibilita a representação e o pensamento (Vila, 1986).

O desenvolvimento da marcha e da fala demarcam o início do estágio sensório-motor, propiciando que as relações com o mundo exterior se aprofundem, se dinamizem e se expandam. O espaço infantil transforma-se em um campo onde as atividades são ampliadas e os objetos identificados com maior objetividade. O desenvolvimento da linguagem possibilita nomear os objetos, propriedades e ações do mundo físico, representando-os e conceituando-os a partir do significado daquele repertório da linguagem, que é dado pela sociedade na qual a criança está inserida.

Ao se apropriar do espaço, a criança desenvolve a inteligência prática, denominada por Wallon (in Tran-Thong, 1981) de inteligência espacial, por se constituir em atividades cognitivas ligadas ao espaço exterior. As atividades circulares (sensações que produzem movimentos e movimentos que produzem sensações, através da coordenação entre percepção e situação correspondente) garantem o progresso da preensão, do reconhecimento do esquema corporal e da linguagem, passando a diferenciar-se do mundo físico.

O período projetivo surge quando o movimento deixa de se relacionar exclusivamente com a percepção e manipulação de objetos. A expressão gestual e oral é caracterizada pelo pensamento ideomotriz (representação das imagens mentais por meio de ações), cedendo lugar à representação, que independe do movimento. A atividade projetiva produz representação e se opõe a ela, permitindo que a criança avance em relação ao pensamento presente e imediato. As atividades predominantes, nesse período, são a imitação e o simulacro. A partir da imitação aparecem os jogos de ficção, que permitem realizar uma ação com o objeto, mesmo na sua ausência, o que conduz à autonomia da imagem, à representação (Wallon, 1989).

O estágio do personalismo é marcado por oposições, inibições, autonomia, sedução, imitação, que irão contribuir para a formação e enriquecimento do eu, a edificação interior. Divide-se em três períodos. Primeiramente, ao buscar afirmar-se como indivíduo autônomo, a criança toma consciência de si própria, o que é constatado pelo emprego dos pronomes eu e meu e demonstração de atitudes de recusa (uso do não). Seu ponto de vista diante do mundo se torna único e exclusivo, e suas crises de oposição confrontam-se com as pessoas do meio próximo a fim de imperar sua vontade. Ao conseguir tal objetivo, sente-se exaltada. Nem sempre é vencedora, e isso lhe causa ressentimentos e diminuição da auto-estima. Ambos os momentos representam uma crise necessária para a construção do eu, que, dependendo da forma vivenciada, pode determinar prejuízos em seu desenvolvimento (Vila, 1981). Os sentimentos de ciúme, a posse extensiva aos objetos e as cenas para chamar a atenção dos que estão ao seu redor são características essenciais para se distinguir dos outros. Mas, para tanto, é preciso haver a participação da representação (Wallon, 1981).

Em um segundo momento, predomina o período de graça, no qual é marcante o narcisismo da criança que busca admiração e satisfação pessoal, expressando-se de forma sedutora, elegante e suave, a fim de ser aceita pelo outro. Só pode agradar a si mesma se sabe que agrada aos demais[1] (Vila, 1986, p. 77). Se é frustrada em sua necessidade de afirmação, pode demonstrar timidez. São tais contradições que desencadeiam a apropriação de papéis e personagens que possuem prestígio, admiração ou atração para si. A criança passa a reproduzi-los com acréscimo de características subjetivas, enriquecendo o personagem imitado por ela (Werebe, 1986).

E, finalmente, o último período, que representa o esforço por substituir o outro por meio da imitação, o período da representação. É a representação que garante ao pensamento a função de antecipação e a possibilidade de pensar na relação entre um significante e um significado, além de expressar simbolicamente os objetos interiorizados.

Os três momentos que caracterizam o estágio do personalismo acontecem na interação social. As atividades predominantes estão voltadas para a construção do eu e para as relações afetivas com o outro, complementando os processos intelectuais, que possibilitam a substituição dos objetos pelas palavras correspondentes a partir da apropriação da linguagem (Wallon, 1981).

O lugar ocupado pela criança na constelação familiar contribui para definir a sua subjetividade, sendo que as atitudes dos pais frente aos filhos varia, modificando as interações e mediações entre eles. Além disso, o significado familiar a respeito da singularidade de cada membro contribui para vivências particulares, sendo determinado historicamente (Reis, 1985).

O estágio seguinte se divide em dois períodos: o do pensamento sincrético ou pré-categorial (confuso, geral, sem distinções) e o categorial (Wallon, 1981; Tran-Thong, 1981).

O pensamento sincrético se caracteriza pela incapacidade da criança para analisar as qualidades, propriedades, circunstâncias e conjunturas das imagens ou situações. Encontra-se dominado pelo concreto, revelando a sua descontinuidade e fragmentação. Há utilização de pares, que se constituem em um elemento identificável e um outro que o complemente. O par é anterior ao elemento isolado, implicando em pluralidade a fim de manter certa coerência em seu discurso, mesmo que tempo, lugar, causa e efeito sejam confundidos. O pensamento sincrético aparece como uma justaposição de temas ambivalentes, devida à incapacidade da criança de perceber as contradições e sair do conflito. O pensamento de pares é um ato intelectual, inicialmente confuso e mesclado, que supõe vários outros pares concorrentes e complementares que culminam por desencadear a identificação e diferenciação.

Wallon (1989, p. 33) descreve várias situações que exemplificam a utilização dos pares para a formação das estruturas de pensamento: – O que é a chuva? – A chuva é vento. – Então a chuva e o vento são iguais? – Não. – O que é a chuva? – A chuva é quando tem trovão. – O que é o vento? – É a chuva. – Então é a mesma coisa? – Não, não é igual. – O que é que não é igual? – É o vento. – O que é o vento? – É céu.

A estrutura de pares é etapa necessária ao desenvolvimento do pensamento categorial, permitindo à criança afirmar as qualidades e as relações existentes, a partir dos conflitos e contradições entre a estrutura elementar do par e as interações entre os pares.

No segundo período, o pensamento torna-se categorial, passando a haver a representação das coisas e a explicação do real, iniciada com a integração das diferenciações produzidas durante o período pré-categorial. A criança já consegue representar de forma estável e apropriada, identificando e definindo os objetos. A classificação já é lógica, discernindo e organizando as semelhanças e diferenças dos objetos e ações, o que conduz a representações fixas e constantes. Para tanto, a atividade de comparação dos objetos entre si é fundamental para a análise e classificação dos mesmos. É com o desenvolvimento da função categorial que a apropriação da causalidade se faz presente, possibilitando que a criança ligue o efeito à causa que o produziu. A noção de espaço e tempo passam a integrar-se a um sistema permitindo que a criança relacione as suas implicações com o movimento.

O presente estágio tem como atividade dominante a conquista e o conhecimento do mundo exterior, contando com a aquisição do pensamento categorial para que a criança se reconheça como pessoa polivalente e identifique as diversas características dos objetos e situações ao estabelecer relações e distinções coerentes (Vila, 1986). Aumenta a concentração e atenção na atividade, permitindo que as atividades espontâneas sejam progressivamente substituídas por atividades intencionais. Tais diferenciações, no nível de operações mentais, culminam com a formação das categorias intelectuais, tornando possível a representação e explicação da realidade, pois a criança supera suas vacilações em relação à linguagem, na medida em que os termos gramaticais tomam a forma e o sentido da linguagem adulta (Idem, ibidem).

Wallon (1981) estabelece este momento como o determinante da personalidade polivalente, por dar início à participação em diferentes grupos não institucionais, desenvolvendo, em cada um deles, um papel determinado, que enriquece sua identidade.

Começa a se delinear o estágio da puberdade e da adolescência, no qual as exigências para a construção da identidade adulta se impõem. A crise adolescente é marcada por ruptura, inquietude, ambivalência de atitudes e sentimentos, oposição aos hábitos de vida e costumes. Tal oposição se traduz na busca da consciência de si, na integração do novo esquema corporal, na apropriação da identidade adulta (Tran-Thong, 1981).

São as significações sociais dadas às modificações corporais do adolescente que engendram descontentamento e desejo de transformação. Surgem as dúvidas metafísicas e científicas, além da crítica ao modelo hipócrita dos valores burgueses (Vila, 1981). A vivência da adolescência é uma construção histórica.

Apresentamos o desenvolvimento do ser humano na concepção de Wallon (1981, 1989) sem fazer menção direta a sua relação com a aprendizagem, contudo precisamos reafirmar que tal relação é constante, uma vez que a aprendizagem ocorre na interação. Sua teoria aponta a escola/educação como um meio promotor do desenvolvimento (Galvão, 1995, p. 114).

A sala de aula deve ser um ambiente de cooperação, um espaço heterogêneo e de troca, onde os alunos que dominam uma dada função promovam o desenvolvimento desta função em seus colegas. Ao professor cabe a tarefa de promover a colaboração entre os alunos, socializando e construindo conceitos. As idéias devem ser constantemente reformuladas no confronto com a realidade, considerando as contradições sociais. A educação deve ajudar a criar as condições para que os alunos sejam transformadores da sociedade e de si mesmos (Werebe, 1986). Os procedimentos educacionais que tendem a abafar a atividade intelectual, (…) abolir a autocrítica individual e a compulsão gregária reduzem o homem a estágios que ele já havia superado (Ibidem, p. 153).

A riqueza da Psicologia da Infância demonstrada nos estudos do ser humano concreto e em constante transformação; a idéia circular de desenvolvimento humano, a visão integradora e a opção contrária a qualquer reducionismo e dicotomia permitem ao educador uma constante reflexão sobre a problemática educativa e, conseqüentemente, mudança de sua prática pedagógica.


[1] A tradução do espanhol da citação é de autoria do grupo de estudo da Secretaria de Educação do Estado de santa Catarina.

Publicado em: Filosofia on Julho 18, 2006 at 3:46 pm


Maria Montessori. (a doutora).


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Método montessori ou pedagogia Montessoriana relaciona-se à normatização (consiste em harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade).

As escolas do Sistema Montessoriano são difundidas pelo mundo todo. O método Montessoriano tem por objetivo a educação da vontade e da atenção, com o qual a criança tem liberdade de escolher o material a ser utilizado, além de proporcionar a cooperação.

Os princípios fundamentais do sistema Montessori são: a atividade, a individualidade e a liberdade. Enfatizando os aspectos biológicos, pois, considerando que a vida é desenvolvimento, achava que era função da educação favorecer esse desenvolvimento. Os estímulos externos formariam o espírito da criança, precisando portanto, serem determinados.

Assim, na sala de aula, a criança era livre para agir sobre os objetos sujeitos à sua ação, mas estes já estavam preestabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros materiais que desenvolveu.

A pedagogia de Montessori insere-se no movimento das Escolas Novas, uma oposição aos métodos tradicionais que não respeitavam as necessidades e os mecanismos evolutivos do desenvolvimento da criança. Ocupa um papel de destaque neste movimento pelas novas técnicas que apresentou para os jardins de infância e para as primeiras séries do ensino formal.

O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu trabalho educativo pois pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função a estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.

Materiais didáticos

Ela produz uma série de cinco grupos de materiais didáticos:

  • Exercícios Para a Vida Cotidiana
  • Material Sensorial
  • Material de Linguagem
  • Material de Matemática
  • Material de Ciências

Estes materiais se constituem de peças sólidas de diversos tamanhos e formas: caixas para abrir, fechar e encaixar; botões para abotoar; série de cores, de tamanhos, de formas e espessuras diferentes. Coleções de superfícies de diferentes texturas e campainhas com diferentes sons.

O "Material Dourado" é um dos materiais criado por Maria Montessori. Este material baseia-se nas regras do sistema de numeração, inclusive para o trabalho com múltiplos, sendo confeccionado em madeira, é composto por: cubos, placas, barras e cubinhos. O cubo é formado por dez placas, a placa por dez barras e a barra por dez cubinhos. Este material é de grande importância na numeração, e facilita a aprendizagem dos algorítmos da adição, da subtração, da multiplicação e da divisão.

O "Material Dourado" desperta no aluno a concentração, o interesse, além de desenvolver sua inteligência e imaginação criadora, pois a criança, está sempre predisposta ao jogo. Além disso, permite o estabelecimento de relações de graduação e de proporções, e finalmente, ajuda a contar e a calcular.

O aluno usa (individualmente) os materiais à medida de sua necessidade e por ser autocorretivo faz sua auto-avaliação. Os professores são auxiliares de aprendizagem e o sistema peca pelo individualismo. Embora, hoje sua utilização é feita em grupo.

No trabalho com esses materiais a concentração é um fator importante. As tarefas são precedidas por uma intensa preparação, e, quando terminam, a criança se solta, feliz com sua concentração, comunicando-se então com seus semelhantes, num processo de socialização.

A livre escolha das atividades pela criança é outro aspecto fundamental para que exista a concentração e para que a atividade seja formadora e imaginativa. Essa escolha se realiza com ordem disciplina e com um relativo silêncio.

O silêncio também desempenha papel preponderante. A criança fala quando o trabalho assim o exige, a professora não precisa falar alto.

Pés e mãos tem grande destaque nos exercícios sensoriais( não se restringem apenas aos sentidos), fornecendo oportunidade às crianças de manipular os objetos, sendo que a coordenação se desenvolve com o movimento.

Em relação à leitura e escrita, na escola montessoriana, as crianças conhecem as letras e são introduzidas na análise das palavras e letras; estando a mão treinada e reconhecendo as letras, a criança pode escrever palavras e orações inteiras.

Em relação à matemática os materiais permitem o reconhecimento das formas básicas, permitem o estabelecimento de graduações e proporções, comparações, induzem a contar e calcular.

Doze pontos do Método Montessori

  1. Baseia-se em anos de observação da natureza da criança por parte do maior gênio da educação desde Friedrich Froebel.
  2. Demonstrou ter uma aplicabilidade universal.
  3. Revelou que a criança pequena pode ser um amante do trabalho, do trabalho intelectual, escolhido de forma espontânea, e assim, realizado com muita alegria.
  4. Baseia-se em uma necessidade vital para a criança que é a de aprender fazendo. Em cada etapa do crescimento mental da criança são proporcionadas atividades correspondentes com as quais se desenvolvem suas faculdades.
  5. Ainda que ofereça à criança uma grande espontaneidade consegue capacitá-la para alcançar os mesmos níveis, ou até mesmo níveis superiores de sucesso escolar, que os alcançados sobre os sistemas antigos.
  6. Consegue uma excelente disciplina apesar de prescindir de coerções tais como recompensas e castigos. Explica-se tal fato por tratar-se de uma disciplina que tem origem dentro da própria criança e não imposta de fora.
  7. Baseia-se em um grande respeito pela personalidade da criança, concedendo-lhe espaço para crescer em uma independência biológica, permitindo-se à criança uma grande margem de liberdade que se constitui no fundamento de uma disciplina real.
  8. Permite ao professor tratar cada criança individualmente em cada matéria, e assim, fazê-lo de acordo com suas necessidades individuais.
  9. Cada criança trabalha em seu próprio ritmo.
  10. Não necessita desenvolver o espírito de competência e a cada momento procura oferecer às crianças muitas oportunidades para ajuda mútua o que é feito com grande prazer e alegria.
  11. Já que a criança trabalha partindo de sua livre escolha, sem coerções e sem necessidade de competir, não sente as tensões, os sentimentos de inferioridade e outras experiências capazes de deixar marcas no decorrer de sua vida.
  12. O método Montessori se propõe a desenvolver a totalidade da personalidade da criança e não somente suas capacidades intelectuais. Preocupa-se também com as capacidades de iniciativa, de deliberação e de escolhas independentes e os componentes emocionais.

Whitney Houston - I Will Always Love You

Gestalt e sua contribuição para o ensino/aprendizagem.


  • Está é uma “escola psicológica" que surgiu na Alemanha, aproximadamente em 1910, com os trabalhos experimentais dos cientistas Max Wertheeimer, Wolfgang Köhler e Kurt Kofka.
    A palavra alemã "gestalt" não tem tradução exata nas outras línguas. Em português, corresponde, aproximadamente, às palavras forma, figura, estrutura, todo, padrão, configuração, etc.
    Os estudos de Wertheimer que deram origem à Escola Gestaltista versaram sobre o fenômeno da percepção visual do movimento aparente, por ele chamado "fenômeno fi" (de phi, letra grega).
    Wertheimer notou que duas fendas próximas, feitas em um biombo (uma horizontal e uma vertical, por exemplo), iluminadas cada uma por sua vez, durante uma fração de segundo, uma logo após outra, eram vistas como se fossem uma só linha em movimento da posição horizontal para a vertical. (O cinema é baseado nessa ilusão de movimento. Na realidade, nada se move na tela; nela é projetada uma rápida sucessão de quadros estáticos, ligeiramente diferentes uns dos outros, que nos parecem uma só figura em movimento.)
    E estas descobertas, desta escola psicológica, beneficiou o ensino/aprendizagem.
    É só lembrarmos, da aprendizagem por diferenciações, figura fundo, aprendizagem por gradação, aprendizagem por assimilação e aprendizagem por redefinição.
    João C. Maria. Autor. Aluno Unopar Virtual..
  • Referência:

BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de Psicologia Geral. 12ª ed São Paulo: Ática, 2004. p. 47-56.

Vanessa da Mata e Ben Harper - Boa Sorte / Good Luck

Geraldo Azevedo - Dona da minha cabeça

Falco - Rock Me Amadeus

Beyonce-N da club

Someday-Nickelback

Plano de Aula 5ª série. Estratégias para leitura de poemas através do confronto com a vida do escritor.


PLANO DE AULA
Estagiário: Lucilene Benedita Ribeiro
Série: 5ª Série Ensino Fundamental ( X ) Ensino Médio ( )
ASSUNTO DA AULA:
Estratégias para leitura de poemas através do confronto com a vida do escritor.
OBJETIVOS:
Espera-se que, durante as aulas, os alunos desta série:
- Escolham os textos de acordo com seu interesse e os leiam naturalmente, sem obrigatoriedade.
- Compreendam a leitura do texto e o relacionem com sua realidade
- Pesquisem a vida do autor e outros textos desse mesmo autor.
- Percebam que o mesmo tema de um poema pode ser tratado de formas diferentes, segundo o interesse de cada autor.
- Apreendam a estrutura e a linguagem poética.
DESENVOLVIMENTO DA AULA:
1) Procedimentos didáticos:
1) Para motivação inicial, será pedido que alguns alunos espontaneamente contem trechos de sua história de vida. Os demais deverão anotar o que mais chamou a atenção nas histórias dos colegas. Depois, estas impressões serão anotadas no quadro negro.
2) Após ter conhecido aspectos da vida dos colegas, será apresentado a eles um breve relato da história de Vinícius de Moras e de Cecília Meireles; os tópicos serão projetados e os alunos receberão, cada um, uma cópia para melhor assimilação.
3) Os alunos serão instigados a falarem sobre o que acharam da vida desses autores, através de questionamentos feitos pela professora.
4) Em seguida, serão apresentados os poemas: “O mosquito escreve”, de Cecília Meireles, e o poema “O mosquito”, de Vinícius de Moraes.
5) A leitura do poema será feita primeiramente em voz alta, pela professora, com a devida entonação, e posteriormente com os alunos.
6) Serão abordados todos os recursos estéticos e os temas sugeridos pelos poemas e levantados pelos alunos
7) Os alunos serão incentivados a fazerem uma pesquisa sobre a vida desses autores e alguns de seus poemas, para trazerem para a próxima aula.
8) Os alunos serão estimulados a perceber como um mesmo tema pode ser explorado de formas diferentes, segundo a intenção do autor, através dos dois poemas sobre o motivo “mosquito”.
9) Finalmente, com o resultado da pesquisa será montado um mural na sala de aula, com as poesias que os alunos escolherem e com a síntese da vida dos autores, feita também pelos alunos.
B) Recursos didáticos
Serão utilizados retroprojetor, transparências, quadro de giz, mural da sala de aula.
C) Forma de avaliação
A avaliação será continua, e o professor terá condições suficientes para acompanhar o desempenho dos alunos no decorrer das atividades. De inicio, a pesquisa e a produção do mural não serão elaborados em função de um conceito.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. Texto disponível em http://www.revista.agulha.nom.br/ceciliameireles07.html. Acessado em 19/112006.
______ . O mosquito escreve. Texto disponível em http://www.revista.agulha.nom.br/c. Acessado em 19/11/2006.
MORAES, Vinícius. As borboletas. Texto disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/v. Acessado em 19/11/2006.
______ . O mosquito. Texto disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/vmi.html. Acessado em 19/11/2006.

Entendendo o Sudoku. (Por Odin)


Entendendo o Sudoku.

Decore que é preenchido de 1 a 9 em cada linha vertical e de 1 a 9 também na horizontal...

São no total 6 grandes quadrantes lá também deve conter números de 1 a 9 em cada, há não pode repetir a numeração nesses 3 casos...

No total então são 6 números de cada, ou seja, seis 9, seis 1, etc...Para começar você pode fazer uma tabela lateral com a quantidade desses números q inicia e quantos você preencheu facilita no raciocínio...

Não suponha que naquele quadrado seja um numero "x", avalie todas as possibilidades e só coloque o numero caso seja certeza, pois um erro prejudica todo o jogo...

Tenha paciência caso não consiga descobrir o numero naquela quadrado passe para outro usando todas as formas de raciocínio possível...

No começo você só se lembrara das dicas vertical, horizontal e por quadrante após um tempo de prática você conseguirá fazer relações paralelas, o que nos níveis mais avançados acaba sendo obrigatório, por isso inicie em um nível bem básico até obter uma certa "experiência"...

Tendo mais duvida ou caso você não entenda minha explicação é só dizer...

Eu costumo jogar no celular o que é muito legal, pois gravasse o tempo para recordes, etc...


Tenha um bom dia

Está, foi uma explicação de um amigo que participa do yahoo!respostas. Valeu sábio e joven Odin












Odin, y!r

Sudoku

Um exemplo de Sudoku.

É um tipo de quebra-cabeça que se baseia na concordância racional de números. O Sudoku é proveniente de um acrônimo da expressão “Os números devem ser únicos” (em japonês: Suuji wa dokushin ni kagiru).

O primeiro passatempo do gênero foi publicado no final da década de 1970, em Nova York, pela editora Dell Magazines. Somente no ano de 2004, foi que fizeram a primeira publicação do Sudoku na Inglaterra. A partir desse momento, as publicações foram se espalhando pelo mundo inteiro, tornando-se uma febre internacional.

Normalmente o jogo é composto por uma grade 9X9 constituída de sub-grades 3X3 denominadas de regiões. Certas células já contêm números, chamados de dados. A finalidade do jogo é preencher as células vazias, com um número em cada célula, de forma que cada coluna, linha e região contenham os números 1-9 apenas uma vez. Há três formas de resolver o Sudoku:

• Varredura; ocorre quando se varre a grade à procura de quadriculas que possam conter apenas um número.
• Análise; é a análise de cada domínio à procura das posições onde cada algarismo de 1 a 9 possa aparecer.
• Emparelhamento; é a análise feita com “olho clínico” para identificar as situações que podem levar à simplificação do problema.

Além dos métodos de resolução o Sudoku apresenta também seu grau de dificuldade, variando conforme a capacidade de cada pessoa. O Sudoku é aplicado em diversas escolas com o intuito de trabalhar a capacidade do raciocínio lógico dos estudantes, pois este requer bastante atenção e análise para obter uma solução satisfatória.

Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola

A IMPORTÂNCIA DE UMA ABORDAGEM CRÍTICA DA HISTÓRIA ANTIGA NOS LIVROS ESCOLARES




A IMPORTÂNCIA DE UMA ABORDAGEM CRÍTICA DA HISTÓRIA ANTIGA NOS LIVROS ESCOLARES
Pedro Paulo A. Funari[i]

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Resumo : O artigo visa discutir a importância de uma abordagem crítica para o estudo da História antiga, por meio do uso de livros didáticos. Enfatiza o papel central que o conhecimento de primeira mão do mundo antigo possui ao permitir que as pessoas se tornem pensadores criativos, capazes de compreender sua própria sociedade.

Palavras-chave: História Antiga, conhecimento de primeira mão, pensamento crítico.


Abstract: The paper aims at exploring the importance of a critical approach for the study of ancient history through the use of text books. It emphasises the key role a first hand knowledge of the ancient world plays in empowering people as creative thinkers, capable of understanding his or her own society.

Keywords: Ancient history, empowerment, first hand knowledge, critical thought.



O ensino de História Antiga é capital para a formação de uma cidadania crítica. Há muitas décadas, Antonio Gramsci escrevia, no Quaderno 12, com bons argumentos, sobre como é importante e não abandonável o estudo das línguas mortas. Estuda-se o latim e o grego, dizia Gramsci, “não para ser camareiro, intérprete, correspondente comercial, mas para conhecer, diretamente, a civilização dos dois povos, pressuposto necessário da civilização moderna, ou seja, para sermos nós mesmos e nos conhecermos de maneira consciente”. Mas, porque começar pelas línguas antigas?

Ora, sabemos que a História se faz com documentos, não apenas escritos, mas também a partir deles. Não se pode conhecer, de forma razoável, uma civilização, se não conhecermos sua língua, seus conceitos, suas formas de expressão[ii]. O âmago de uma povo está em sua língua, sem a qual a vida social não se estrutura[iii]. A língua condiciona a cultura e os conceitos derivam dos limites e possibilidades de sua estrutura lingüística[iv]. Essas constatações universais adquirem, quanto ao grego e ao latim, um aspecto ainda muito mais premente: a ubiqüidade dessas línguas nas épocas posteriores e, particularmente, em nossa própria, tornam-nas ainda mais cruciais. De fato, boa parte dos conceitos modernos implicam uma reapropriação de noções oriundas do mundo clássico, como bem nos tem lembrado Heinhart Koselleck (e.g. Begrifssgeschichte und Sozialgeschichte) em seus estudos sobre a Begriffsgeschichte e a contemporaneidade dos não contemporâneo (Gleichzeitigkeit des Ungleichzeitigen) Voltaremos a isto um pouco mais adiante.

Retornemos ao pensador italiano. O estudo das línguas clássicas possui ainda, segundo Gramsci, um outro aspecto positivo: é um estudo árduo, que serve para “fazer contrair hábitos de exatidão, diligência, compostura, até mesmo física, concentração psíquica sobre determinados objetos que não se podem adquirir sem uma repetição mecânica de atos disciplinados e metódicos”. Assim, um adulto será capaz de estar sentado a estudar “por dezesseis horas seguidas” apenas se, de criança, houver absorvido “os hábitos apropriados por coerção mecânica”. Para o estudioso sardo, além disso, o estudo do latim era fundamental para o conhecimento da língua franca da península, ainda tão pouco difundida em sua época, o italiano, “o italiano é o latim moderno”. Ainda nestes comentários, é o presente a premer pelo estudo do passado, as línguas mortas são partes de uma formação dura, trabalhosa, mas cujos resultados serão, também, mais resistentes.

O leitor ou ouvinte incauto poderá se perguntar se tais virtudes gramscianas não seriam válidas para os longínquos anos 30 do século passado, substituídas pela moleza e facilidades da era digital[v] . Com o uso de traduções, já não se precisaria conhecer os originais. Com os programas de tradução, o monoglota bastaria. Dezesseis horas de estudo por dia, nem pensar! Contudo, Gramsci buscava algo que nenhuma tecnologia moderna pode fornecer: consciência crítica, ou, em suas palavras, essere se stessi e conoscere se stessi consapevolmente.

Recentemente, Cláudio de Moura Castro[vi] refletia sobre os valores embutidos na concepção corrente da educação em nosso meio, que valoriza a artimanha, o brilho e o compadrio, em detrimento do estudo. “Nossa educação ainda valoriza o aluno genial, que não estuda – ou que, paradoxalmente, se sente na obrigação de estudar escondido e jactar-se de não fazê-lo. O cê-dê-efe é diminuído, menosprezado, é um pobre-diabo que só obtém bons resultados porque se mata de estudar. A vitória comemorada é a que deriva da improvisação, do golpe de mestre”.

Isto nos conduz à questão central desta intervenção. O abandono da Antigüidade clássica como objeto de reflexão, ou seu conhecimento de segunda mão, leva ao aprofundamento do fosso entre a formação cultural das elites e das massas. O mundo clássico pode aparecer tanto como inspirador da luta pela liberdade e pela igualdade, como pode, mais comumente, servir para justificar o status quo patriarcal e opressivo. À elite assimilada ao Ocidente, a Grécia antiga pode significar pureza étnica, superioridade cultural ariana, justificativa da escravidão[vii]. Esta postura justifica os “homens bons” pelos aristoi k’agathoi, o desprezo pelo trabalho pelo culto aristocrático da skholé[viii], a superioridade racial pela repulsa aos barbaroi, de forma que a cultura européia, da elite exploradora, se dissociasse da africana e oriental[ix]. O latim e o grego, transformados em línguas de dominação, servem para mostrar a superioridade da inflexão, Umlaut e Ablaut como exemplos da suposta primazia lingüística a justificar a dominação social[x] .

A invenção e uso de uma Antigüidade clássica opressora é, portanto, muito anterior, mas muito mais persistente, do que os mais conhecidas e criticadas apropriações fascistas de princípios a meados do século XX[xi] As palavras de Carl Schmitt, em 1934, sobre a identificação do déspota com o direito, inspiradas tanto na tirania grega, como no direito imperial romano, retratam bem não apenas os lemas do nazismo como as aspirações de poder de nossos senhores da terra:

der wahre Führer ist immer auch Richter. Aus der Führtum fliesst das Richtertum. In Wahrheit war die Tat des Führers echte Gerichtsbarkeit. Sie untersteht nicht der Justiz, sondern war selbst höcheste Justiz (“o verdadeiro Líder é sempre também juiz. Da liderança decorre o direito. Na verdade, a ação do líder já era lídima justiça. Ela não se subordina à justiça, ao contrário, constitui-se na mais alta justiça”[xii]).

Não é este o poder discricionário de nossos seculares senhores[xiii]? As aristocracias modernas se inspiravam nas antigas[xiv], Napoleão levava para o campo de batalha os clássicos, cuja leitura julgava indispensável[xv].

Mas a Antigüidade não precisa ser arma da opressão, elemento de alienação. Neste sentido, Virgílio vem à mente, lido pelos inconfidente mineiros, como inspirador da busca da liberdade (Bucólica I, vv. 27-28):


Et quae tanta fuit Romam tibi causa uidendi?

Libertas, quae, sera, tamen respexit inertem.

(E qual o motivo tão grande de visitares Roma?

A Liberdade, que, embora tardia, contudo olhou favoravelmente para mim, inerte).


Os incofidentes sabiam de cor a primeira Bucólica virgiliana, de onde retiraram seu lema pela liberdade. Os camponeses espoliados das Bucólicas inspiraram a revolta dos mineiros, totis turbatur agris (v.6), “com as perturbações em todos os campos”[xvi] .Libertas quae sera tamen, “A Liberdade, esta, ainda que tardia, contudo olhou favoravelmente para mim, que nada fiz”. A grandeza do mundo antigo, das civilizações grega e romana, assim como outras, está em seu ecletismo, em suas múltiplas origens e características[xvii]. A diversidade cultural antiga pode e deve ser apresentada em contraposição ao discurso da superioridade cultural das elites, no passado e no presente[xviii] . Os textos clássicos, lidos com acribia[xix] e visão crítica, servem para opor-se à opressão[xx] .

Os livros didáticos, muitas vezes, adotam uma visão herdeira dos ideais aristocráticos das elites européias e brasileiras, apresentando o “milagre grego” como prova a superioridade de uns poucos e a inferioridade de muitos. Os modelos interpretativos correntes são normativos e holísticos, como se houvesse uma única cultura grega ou romana (aquela da elite), cujos preceitos seriam forjados pela aristocracia e aceitos pelas massas antigas. O trabalho seria, assim, desonroso, do qual se furtariam os bem nascidos e tentariam se livrar os outros[xxi]. Estes modelos normativos tendem a reforçar uma leitura pouco crítica da História e a reiterar as desigualdades no presente. Na esteira dos modelos normativos, muitas vezes desaparecem as classes e, a fortiori, os conflitos de classe, seja porque não haveria classes no mundo antigo, seja porque conflitos não seriam o motor da História, movida a consenso e submissão dos inferiores aos superiores. Misturam-se contextos antigos e modernos, como se houvesse essências inefáveis que permitissem afirmar, por exemplo, que a democracia existiu na Antigüidade e no mundo contemporâneo, assim como se pode incentivar não a reflexão histórica, que distinguiria a democracia antiga da moderna, mas que estimula o senso comum da curiosidade[xxii].

É possível que o livro didático escape a esses discursos alienantes e conservadores do status quo? A pergunta não é retórica, pois não raro se acaba culpando a forma, no caso, o livro didático, por um problema de conteúdo. Os livros são sempre bons, até mesmo os piores livros didáticos[xxiii]. Afinal, leitores ativos, críticos podem ser estimulados a desconstruir qualquer discurso. Não se trata, portanto, de acabar com o livro, mas em lutar por melhores conteúdos, assim como por melhores condições de estudo e de trabalho na escola. A diversidade cultural, um dos grandes maitre-mots dos PCNs, está a sugerir um conteúdo menos normativo, menos enredado na História dos vencedores e nas interpretações que privilegiam um passado feito de arreglos entre parceiros de um sistema de compadrio e clientela, em lugar das lutas e conflitos. A diversidade cultural[xxiv] permite que se busque compreender gregos e romanos, mas também outros povos da Antigüidade, aristocratas e guerreiros, mas também camponeses e escravos, homens, mas também mulheres.

A História da Antigüidade surge, então, como elo de ligação constante da realidade atual com suas origens ideológicas. O direito romano, base de nosso sistema jurídico, precisa ser conhecido, para que possa ser relacionado com seus usos no presente[xxv], como o mostra, a recente tradução ao chinês[xxvi] . Na verdade, são todas as nossas instituições a exigir um recuo ao mundo antigo, sem o qual a compreensão do presente será, no máximo, parcial. Partindo das aporias do quotidiano de nossos estudantes, pode-se chegar à Antigüidade de forma não apenas lúdica e prazerosa, como também e principalmente, significativa para a vida desses jovens.


Agradecimentos

Agradeço aos seguintes colegas: Renata Cardoso Beleboni, Martin Bernal, Ellen Meikins Wood. A responsabilidade pelas idéias, naturalmente, restringe-se ao autor.


[i] Coordenador-Associado do Núcleo de Estudos Estratégicos da UNICAMP. Departamento de História, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, C. Postal 6110, Campinas, SP 13081-970, fax 55 19 289 33 27, ppfunari@uol.com.br

[ii] FUNARI, Pedro P. A antiguidade clássica: a história e a cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora da UNICAMP, 1995.

[iii] Vernant, J.P. Entrevista. Folha de São Paulo, 31/10/1999, 5, p. 6.

[iv] ROUANET, Sérgio P. Saudades de Roma. Folha de São Paulo, Mais! 10/06/2001, p. 15-6.

[v] CANFORA, L. Da Gramsci lezioni di latino al ministro. Corriere della Sera, 15/03/2001, p. 22.

[vi] CASTRO, Cláudio de Moura. Quem são nossos ídolos? Veja, 06/06/2001, p.22.

[vii] Bernal, M. The image of Ancient Greece as a tool for colonialism and European hegemony. Social Construction of the Past. G. Bond and A. Gilliam (eds), Londres, .Routledge,1994, p. 121.

[viii] Wood, E.M. Peasant-Citizen and Slave, The Foundations of the Athenian Democracy. Londres: Verso, 1989, p. 1-41.

[ix] Bernal, M. Response do Edith Hall. Arethusa, 1991, 24, 2, p.213.

[x] Bernal, M. Essay review, Paradise Glossed. Studies in History and Philosophy of Science, 1993 24, 4, p.675.

[xi] Visser, R. Fascist doctrine and the cult of Romanità. Journal of Contemporary History,1992, 27, 5-22 ; Giordano, F. Filologi e fascismo. Gli studi di letteratura latina nell’ ‘Enciclopedia Italiana’. Nápoles: Arte Tipográfica, 1993.

[xii] Hofer, W. 1957 Der Nationalsozialismus, Dokumente 1933-1945. Frankfurt: Fischer, 1957, p. 105.

[xiii] Metcalf, A.C. Women and means: women and family property in colonial Brazil, Journal of Social History, 1990, 24,2, p.291.

[xiv] Wood, E.M. Oligarchic “Democracy, Monthly Review, 1998, 41, 3,p.47-8.

[xv] Ferrero, E. N. Milão: Einaudi, 2000.

[xvi] Moura, G. Verso e reverso da Liberdade. Estado de Minas, Pensar, 18/4/1998, p.6.

[xvii] BERNAL, M. Response....Op.Cit.

[xviii] Funari, P.P.A. Cidadania, erudição e pesquisas sobre a Antigüidade Clássica no Brasil. Boletim do CPA,1997, 3: 83-98.

[xix] Canfora, L. Elogio della filologia, contro i pedanti e gli incompetenti. Corriere della Sera, 15/8/2000, p. 22.

[xx] Pachoud, F. Os antigos podem nos ajudar hoje. Jornal da USP, 6 de outubro de 1997, p. 11.

[xxi] WOOD. Op. Cit

[xxii] E.g. o exemplo seguinte, em um livro recente de rede privada de ensino: “depois dos gregos, a democracia só voltou a existir como forma de governo dos Estados mais de dois mil anos depois, quando os Estados Unidos da América conseguiram sua independência, em 1776, e fundaram um governo democrático. Você não acha isso curioso?”.

[xxiii] No mesmo livro didático, usam-se plurais que se pretendem eruditos, como oligoi e aristoi, com acentuação equivocada o que permite refletir sobre a longa tradição conservadora de se usar algo complicado (o plural em grego) para encobrir a ignorância (do grego e sua acentuação). Neste caso, como em todos os outros, as aporias do manual podem servir ao pensamento crítico e preferi referir-me a este livro e não a livros de editoras e com autores por se tratar de apostila para uso de uma rede privada de ensino fora do mercado aberto.

[xxiv] Beleboni. R. C. Jean-Pierre Vernant e as Ciências Sociais: a busca pela compreensão do universo mental do homem grego, entrevista com J.P. Vernant, Boletim do CPA, 2000 8/9, p.117.

[xxv] Rossi, G. Il ratto delle Sabine. Roma: Piccola Biblioteca Adelphi, 2000.

[xxvi] Jornal da Tarde 9/6/1996, D, p. 7

VOU REVELAR O ACORDO DO PC COM O COM4NDO V3RMELHO DR. LINCOLN GAKIYA.

🗣️ FAAAAALAA! NO PODCAST #370 RECEBEREMOS O DR. LINCOLN GAKIYA. EPISÓDIO COMPLETO: https://youtube.com/live/DWimWCYVCiI QUER FAZER PART...