quarta-feira, 22 de julho de 2009

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: ATIVIDADES QUE ATRAEM, EMPOLGAM E ENVOLVEM O ALUNO NO SEU PROCESSO DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA


PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: ATIVIDADES QUE ATRAEM, EMPOLGAM E ENVOLVEM O ALUNO NO SEU PROCESSO DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Francisca Francineide Cândido

Engenheira Agrônoma e Psicopedagoga

Numa sessão de supervisão do estágio institucional do Curso de Especialização em Psicopedagogia (UVA, 2002) elaboramos uma Proposta de Atividades (1) que promovem a cooperação em grupo, estimulam a reflexão e facilitam a apresentação de idéias para a solução dos problemas apresentados.

Quatro anos depois, revendo esta construção, resovi socializá-la, como subsídio à práxis psico/pedagógica na instituição de ensino, embora reconheça que são inúmeros os recursos e estratégias pedagógicas que o professor dispõe para usar competentemente, além da aula expositiva, com o objetivo de empolgar e envolver o aluno no seu processo de aprendizagem significativa. São atividades que integram a referida Proposta:

  1. Diagnóstico institucional participativo;
  2. Projeto de educação ambiental: minha escola, minha rua, meu bairro, ... ;
  3. Feira cultural/científica e Gincana cultural;
  4. Reflexão temática: Ética, cidadania, educação sexual, o papel da escola no diálogo com a família, Identidade filosófica da escola, práticas pedagógicas diante de novas formas de aprender, resgatando a família no papel educacional;
  5. Concurso literário/produção literária em grupo;
  6. Jogos e brincadeiras intra e interclasses;
  7. Jornal/produção coletiva de comunicação no ambiente institucional;
  8. Descobrindo talentos ( múltiplas inteligências);
  9. O lúdico e as oficinas pedagógicas;
  10. Projeto de coleta seletiva do lixo;
  11. Oficinas/grupos de auto-conhecimento: trabalhando novas formas de aprender;
  12. Reintegração do aluno no processo ensino-aprendizagem;
  13. Análise de conteúdo e reconstrução conceitual;
  14. Resgatando histórias/estórias: heróis, mitos, fantasias, medos, valores, crenças;
  15. O teatro na escola. O cinema na escola. A poesia na escola;
  16. Datas comemorativas - reflexão e resgate: a história do Brasil, do Estado e do Município, os índios brasileiros.

Com o propósito de facilitar a aquisição e a incorporação do conhecimento por parte do aluno, de promover a prevenção do fracasso na aprendizagem e a melhoria da qualidade do desempenho escolar, dentro do espaço institucional, esta lista de atividades deve ser ampliada com outras sugestões e estratégias pedagógicas de ensino. Vale a pena tentar num esforço coletivo.

Nesta dimensão, Celso Antunes ( 2005), destaca que “um Jogo de Palavras, um Painel Integrado, um Arquipélago, Cochicho, Projeto de Pesquisa, Círculo de Debates, Jogo do Telefone, são ferramentas admiráveis para um aprender consciente, um crescer significativo”. O mesmo autor ressalta: “é importante que o professor conheça outras estratégias de ensino e saiba alterná-las com a aula expositiva, certamente não menos eficiente”, para despertar interesse no aluno; motivação e envolvimento mais significativo com o sua aprendizagem. Além disto, uma educação integradora e libertadora é essencial

para o despertar das relações interpessoais, algo muito significativo na construção afetiva das relações vinculares e da cidadania.

________________________________________________________

( 1) Maria Aldenora Martins Leite e Francisca Francineide Cândido.


Fonte: http://www.4shared.com/file/27689118/5b5b8f94/2PSICOPEDAGOGIA_INSTITUCIONAL__Atividades_que_atraem__empolgam_o_aluno.html?s=1

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sábado, 18 de julho de 2009

Os novos rumos da avaliação


Os novos rumos da avaliação.

Adoção do Enem como um dos principais instrumentos de ingresso nas universidades federais promete mudar o processo de seleção do ensino superior e os currículos do ensino médio
Marta Avancini

Ilustração: Filipe Rocha
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mudou e, a partir deste ano, passa a ser o único ou um dos principais instrumentos de seleção de ingressantes de 45 universidades federais. Nesse contexto, há quem defenda que a avaliação vai se tornar uma referência central, sinalizando para uma nova configuração do ensino médio, ao mesmo tempo que aponta para mudanças no ensino superior.

Este cenário alimenta a expectativa de que o Enem impulsione um movimento de renovação e (suposta) melhoria da qualidade da educação de nível secundário, uma vez que propõe uma abordagem interdisciplinar do conhecimento e que vincula mais fortemente teoria e prática. A avaliação funcionaria, então, como um instrumento capaz de induzir a renovação do ensino médio, tida como necessária por grande parte dos educadores.

No entanto, da promessa à mudança efetiva, há um caminho um tanto quanto tortuoso a ser percorrido. A própria história do Enem é evidência disso, ao se constatar que, desde que foi criado em 1998, seu impacto sobre os currículos acabou sendo limitado, influindo isoladamente nos conteúdos e nas metodologias de ensino de algumas escolas, mas não no sistema de ensino como um todo.

Nem mesmo o fato de ser aceito, ao longo da última década, como parte do processo seletivo de centenas de instituições públicas e privadas de ensino superior gerou uma mudança significativa sobre os conteúdos ou sobre a maneira como se ensina e se aprende nas escolas brasileiras. E isso se deve, justamente, à força do vestibular sobre o ensino médio.

"O Enem surgiu como um exame voluntário, por isso não se prestou muita atenção nele até agora. A partir do momento em que ele passa a ter um caráter de obrigatoriedade para o ingresso nas federais, ganha um novo significado", analisa a educadora Guiomar Namo de Mello, ex-secretaria municipal de Educação de São Paulo (gestão Mario Covas) e atual da Escola Brasileira de Professores (Ebrap), empresa de projetos e formação continuada.

Ou seja, a percepção de alguns analistas é a de que o Enem acabou perdendo a concorrência para o vestibular convencional, fortemente embasado na divisão disciplinar dos conteúdos e, segundo educadores (a maioria das quais da área de humanas), mais centrado na memorização de informações e fórmulas do que na capacidade de aplicar o aprendido ou de refletir sobre ele. Com isso, uma parcela significativa das escolas teria continuado a se espelhar nesses exames, tratando a aprendizagem como sinônima da capacidade de acumular informações.

Agora, a aposta é que o desfecho seja outro. "O perfil da prova induz a uma repactuação entre o ensino médio e o superior", diz Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do Ministério da Educação responsável pelo exame.

Essa ideia começa a fazer mais sentido quando se leva em conta que, além de funcionar como mecanismo de ingresso nas federais, o MEC está realizando estudos, já avançados, com a finalidade de adotar Enem como marco zero para avaliar o desenvolvimento dos estudantes ao longo do ensino superior. Assim sendo, já a partir de 2010, a prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) feita pelos alunos do 1° ano de graduação poderá ser substituída pelo Enem.

A mudança de metodologia, contudo, não significa necessariamente que o Enem será um exame mais adequado para selecionar estudantes para o ensino superior do que os vestibulares tradicionais. Esta é a opinião de Roberto Lobo Leal, ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e consultor: "A tese é que o Enem será melhor do que os processos seletivos de instituições como a USP e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas não temos a certeza de que será assim".

Metodologia mais moderna
O novo Enem é apresentado como uma avaliação moderna, construída segundo uma metodologia que permite identificar os alunos mais capazes não somente pelo volume de informação assimilada, mas por sua capacidade de aplicá-la, graças à utilização da Teoria de Resposta ao Item (TRI).

Além disso, ele se estrutura em uma matriz de referência organizada em quatro macroáreas - matemática, linguagens e códigos, ciências da natureza e ciências humanas - capaz de aferir 120 habilidades, ante as 21 da versão antiga do Enem. "O aumento define melhor cada macroárea em termos de habilidade e possibilita um aprofundamento do conhecimento do sujeito que fará a prova", explica a consultora do Inep Gisele Gama Andrade. Cada habilidade que integra a matriz será aferida pelo menos uma vez, acrescenta Gisele.

O Enem antigo contemplava somente língua portuguesa e matemática e as questões não mantinham necessariamente um vínculo com os conteúdos ministrados nas escolas; agora, a matriz foi construída a partir das Orientações Curriculares do Ensino Médio, publicadas pelo MEC em 2006. Desse modo, busca aferir a capacidade de o aluno aplicar o conhecimento, ao mesmo tempo em que incorpora conteúdos curriculares do ensino médio.

Neste ano, serão realizadas quatro provas (uma por área) contendo 45 questões objetivas de múltipla escolha cada, durante dois dias, 3 e 4 de outubro. Os alunos também farão uma redação. A partir de 2010, deverá ser realizado duas vezes ao ano.

Entre especialistas, prevalece a percepção de que o novo formato do Enem e a adoção de um exame nacional de seleção de estudantes para o ensino superior público representam um avanço. Para o sociólogo Simon Schwartzman, o novo Enem é melhor do que o anterior. "Além de adotar uma metodologia mais moderna, o que permite elaborar melhor o conteúdo, ele cria um padrão de referência nacional."

Guiomar Namo de Mello, educadora: obrigatoriedade do Enem para o ingresso nas federais traz outro significado para a prova
A também socióloga e coordenadora de projetos da organização nãogovernamental Ação Educativa, Ana Paula Corti, considera "interessante" a ampla utilização do Enem nos processos seletivos das universidades federais "na medida em que permite um questionamento dos vestibulares tradicionais e abre possibilidades para um exame mais próximo dos objetivos do ensino médio estabelecidos pela legislação".

Outro aspecto positivo, salientado pela professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Maria Márcia Sigrist Malavasi é o fato de o Enem ser organizado por áreas de conhecimento, não por disciplinas.

Uma prova de "transição"
A percepção do avanço não significa, contudo, um consenso em torno do formato proposto e de efeitos que o exame venha a produzir. O próprio presidente do Inep avalia que, no primeiro momento, o impacto deverá ser limitado. "Não haverá uma revolução", admite Fernandes, revelando ter consciência de que será necessário melhorar o exame nas próximas edições.

A matriz de referência é um aspecto que deverá ser aprimorado. Já existe um compromisso para que ela seja revista em 2010 e há um Comitê de Governança do exame, composto por representante do MEC, das universidades federais e das secretarias estaduais de educação trabalhando nesse sentido.

Um dos aspectos que precisam ser revistos e em torno do qual existe uma unanimidade, por exemplo, é a inclusão de uma língua estrangeira, o que deverá ocorrer no próximo ano. A previsão é que inglês e espanhol sejam incorporados.

Além disso, como a estrutura do novo Enem se baseou na matriz do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), apresenta lacunas em relação aos conteúdos ministrados no ensino médio regular, aponta a presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra Rezende.

"O novo Enem é um híbrido do Encceja e do Enem e as abordagens da Educação de Jovens e Adultos e do ensino médio regular são distintas. Por isso, o novo Enem foi construído numa lógica de transição. É preciso melhorar seu desenho nas próximas edições", diz a presidente do Consed.

A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, reforça o caráter de "transição" desta primeira versão do Enem: "A proposta é avançar, mas avançar com equilíbrio", afirmou durante uma audiência pública realizada no Conselho Nacional de Educação (CNE) no início de junho.

O perfil do ingressante
Outro aspecto que desperta curiosidade e discussões é o efeito que o novo Enem terá sobre o perfil do ingressante no ensino médio. Nesse sentido, cabe lembrar que um dos argumentos em defesa da transformação do Enem em um exame de seleção para as universidades federais, em março de 2009, foi a possibilidade de ele impulsionar a democratização do acesso às instituições públicas - já que os candidatos fazem apenas uma prova e podem concorrer a várias universidades, inclusive de diferentes regiões do país.

Isso é possível porque o MEC está construindo um sistema on-line que informará os estudantes sobre as vagas disponíveis, a fim de que possam candidatar-se a elas. No caso das instituições participantes do Sistema de Seleção Unificado - aquelas que adotam o Enem como único mecanismo de ingresso -, o aluno se inscreve no sistema, que fará o cálculo da nota final, permitindo a ele simular a inscrição em até cinco cursos ou instituições. As universidades que adotam o Enem apenas como parte do processo seletivo definirão suas próprias regras.

Toda essa mudança, contudo, poderá ter efeito restrito na mudança do perfil do ingressante, como defende Guiomar Namo de Mello. "Não adianta melhorar o exame, pois os candidatos que estudaram nas melhores escolas continuam tendo mais chances", diz. Ou seja, o que pode fazer a diferença não é a prova em si ou a matriz de referência, mas a capacidade da escola de desenvolver um trabalho que promova a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno.

O sociólogo Schwartzman afirma acreditar que, se o Enem persistir enquanto um exame que avalia o candidato a partir do desempenho em todas as áreas, não haverá uma diferença significativa do perfil do aluno que chega ao ensino superior, nem se produzirá um impacto importante sobre o currículo do ensino médio.

"Se continuarmos a exigir que todo mundo saiba tudo, não se elimina a característica enciclopédica da avaliação e do currículo do ensino médio", afirma. "A questão é criar condições para permitir que as pessoas se especializem e esse passo ainda não foi dado", analisa Schwartzman, que também é presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets).

Assim, analisa ele, estamos começando a caminhar na direção da Europa, onde muitos países adotam exames realizados ao final do ensino médio como mecanismo de ingresso no ensino superior. Mas, nesses países, existem mecanismos de filtragem, tais como uma nota mínima para o candidato concorrer a uma vaga na universidade (caso da França) ou a possibilidade de concorrer em uma área específica (Inglaterra e Alemanha).

Quer dizer, não é somente uma prova bem feita que tornará mais democrático o acesso ao ensino superior no Brasil. Outra linha de raciocínio é aquela que defende que a avaliação forneça uma visão de processo, um retrato da evolução do candidato, como já ocorre em seleções como a que é realizada pela Universidade de Brasília (UnB) por meio do Programa de Avaliação Seriada, o PAS.

Nessa linha, a professora Maria Márcia Sigrist Malavasi defende, então, que o Enem se transforme em um exame que o aluno possa fazer várias vezes durante o ensino médio. "Dessa maneira, é possível medir o valor agregado, o quanto o aluno melhorou, o que torna o processo mais democrático."

De sua parte, Cândido Gomes, professor do mestrado da Universidade Católica de Brasília, lembra, por exemplo, que uma grande parcela dos alunos do ensino médio sequer cogita a possibilidade de concorrer a uma vaga numa universidade. Ou seja, os excluídos tendem a conti­nuar excluídos, já que o Enem acaba se destinando a um grupo de estudantes que pouco diferem daqueles que concorrem nos vestibulares tradicionais: aqueles que vislumbram um futuro na universidade.

Ou, como argumenta o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o risco é substituir a "cenoura usada para atrair a atenção do cavalo" sem que se efetivem as mudanças necessárias para assegurar uma formação de qualidade e que atenda às necessidades dos jovens.

Ensino médio em foco
O professor Gomes e o ativista Cara tocam em uma questão central em meio ao debate sobre o novo Enem. Afinal, é inegável que o vestibular funciona e continuará a funcionar como um norte para o ensino médio. Mas a questão que fica é: até que ponto a mudança do modelo de ingresso no ensino superior produzirá um impacto no sentido de melhorar as condições de ensino e aprendizagem? Será que ao se colocar tanta ênfase e expectativa numa avaliação não se incorre no risco de desviar do foco central do problema?

Até porque, como alerta Gomes, existe o risco de o Enem promover um "afrouxamento" do conteúdo curricular do ensino médio, se as escolas entenderem que a melhor estratégia para preparar seus alunos é reduzir o que se ensina ao que se pede no exame. Esse risco se acentua quando se leva em conta que, na opinião do professor, o ensino médio deveria ser capaz de acrescentar muito mais ao rendimento dos alunos do que faz em três anos.

Seu argumento se sustenta em teses defendidas na Universidade Católica de Brasília, que demonstram que os exames vestibulares tendem a influir nos programas do ensino médio, mas não na metodologia de ensino. "Nossos estudos demonstram que os professores têm como meta o acerto das questões pelos alunos, mas não há mudança na filosofia da escola. A escola continua a ser a mesma, propedêutica. É como se buscassem o perfume, mas não a flor que o produz", analisa.

Ana Paula Corti defende que o Enem deverá, sim, ser uma influência importante na definição dos conteúdos do ensino médio, até porque o Estado está induzindo a esse processo. Mas os efeitos positivos de tal processo são relativos. "Se o novo Enem vier acompanhado de outras mudanças que permitam às escolas construir um currículo real, mais contextualizado e significativo, pode até ser interessante. Mas sozinho, não acredito que ele vá produzir as mudanças que precisamos efetivar no ensino médio", prevê.

Em meio a esse contexto, a Secretaria de Educação Básica do MEC apresentou, em maio, o programa Ensino Médio Inovador. Concebido como uma proposta para renovar o currículo das escolas secundárias não profissionalizantes, o programa propõe, em linhas gerais, a organização dos conteúdos de acordo com as áreas configuradas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio de 1998, o aumento da carga horária para 3 mil horas e a criação de um núcleo de disciplinas optativo.

O programa, contudo, deverá atender a um universo pequeno de escolas - a versão preliminar do programa fala em cem escolas, selecionadas entre as que têm pior classificação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - e funciona por meio de convênios com estados, que receberão apoio técnico e financeiro para implementar seus projetos.

Embora não exista uma relação de causa e efeito entre o novo Enem e o programa, há uma sintonia entre ambos, já que o MEC entende que o exame consiste em uma oportunidade para estabelecer um referencial nacional capaz de sinalizar para o que se espera do ensino médio em termos de conteúdo e de maneiras de abordá-lo.

"No ensino fundamental, de 1ª a 4ª não existem muitas dúvidas do que se espera da escola: o aluno tem de aprender a ler, a escrever e tem de dominar alguns conceitos matemáticos básicos. Já no ensino médio não é assim. Há um problema de desenho, uma indefinição sobre o que se quer, além das deficiências de qualidade", analisa o presidente do Inep.

Nesse contexto, a expectativa é que o Enem funcione como uma bússola, orientando o caminho a ser seguido. "A avaliação não é o currículo, mas ela sinaliza para o que é importante", sintetiza Fernandes, presidente do Inep.

Mas uma questão que não pode ser relegada a um plano secundário é a utilização da avaliação pelas escolas, a maneira como professores e demais integrantes das equipes se apropriam dos resultados e trabalham com eles no cotidiano. E, para tanto, é necessário uma escola com boa infraestrutura, com professores bem preparados, que contem com condições adequadas de trabalho.

Por isso, o consultor Roberto Leal Lobo chama a atenção para o fato de que a verdadeira questão a ser enfrentada é assegurar que o aluno chegue ao final do ensino médio com uma boa formação. "Esse deveria ser o foco, não a passagem do ensino médio para o superior", afirma. E isso, reitera Ana Paula Corti, perpassa a implantação de políticas que diminuam a distância entre dois universos juvenis que se contrapõem - o do jovem das escolas públicas, isolados e distantes do mundo do ensino superior em virtude de fatores sociais desfavoráveis, e o dos jovens da escola particular, cujo foco é o ingresso na universidade.

Dupla função

O Enem poderá vir a ser mais do que um instrumento de ingresso nas universidades federais. Uma das ideias veiculadas em meio ao debate atual é a possibilidade de transformar o Enem em um exame obrigatório de conclusão do ensino médio a partir de 2010.

A proposta, que já chegou a ser discutida no âmbito do Consed, esbarra em empecilhos de ordem operacional e política. De um lado, há a logística para realizar um exame nacional para todos os concluintes do ensino médio e, de outro, o questionamento sobre a legitimidade dessa proposta - se o Enem se tornar obrigatório para a obtenção do diploma de ensino médio, o governo federal se sobrepõe ao sistema federativo na educação. Assim sendo, o mais provável é que os Estados que desejarem façam a adesão à ideia.

Para alguns, uma das dificuldades inerentes à proposta é a dificuldade de "casar" dois objetivos distintos numa mesma avaliação - diagnóstico do ensino médio e seleção de estudantes para as universidades. O educador Pedro Flexa Ribeiro, diretor do Colégio Andrews, escola particular do Rio de Janeiro, argumenta que a "elasticidade" das avaliações é limitada. "A tentativa de síntese entre diferentes objetivos implicará perda de foco e de precisão", defende.

A consultora do Inep Gisele Gama Andrade discorda desse ponto de vista. Para ela, o correto é que a saída de um aluno da Educação Básica seja o determinante de sua entrada no ensino superior e não o contrário, como vem ocorrendo atualmente. "O perfil do ensino médio tem sido definido pelos editais de ingresso das universidades, o que leva os alunos e as escolas a tentar se adaptar a realidades muitas vezes desconexas". Na opinião dela, o Enem é capaz de cumprir adequadamente essa dupla função.


- Em busca do tempo perdido
- A criança é um ser de cultura
- Caça ao livro
- Como diria Garrincha...

Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12723

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sábado, 11 de julho de 2009

Ead no Globo Universidade. (Unopar)



No programa globo universidade deste sabádo 11/07/09, teve uma matéria especial sobre ead. E aparece a Unopar.
Para ver o vídeo que tem o programa inteiro clique aqui.


Estudar não requer mais a presença e o contato cara a cara de professor e aluno. Impulsionado pelo desenvolvimento das telecomunicações, o ensino à distância registra um crescimento de 600% na quantidade de cursos oferecidos e de 300% no número de estudantes, nos últimos anos, segundo o mais recente Censo da Educação Superior. Essa modalidade, que se operacionaliza por meio da Internet e de aulas transmitidas via satélite, é o tema da edição especial do Globo Universidade que vai ao ar neste sábado, 11 de julho. Nossa equipe visita os estúdios-sala de aula da Universidade do Norte do Paraná (Unopar) e mostra ferramentas para cursos online adotadas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pela faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF), que já tem salas de aula virtuais no Second Life.

A Unopar é a maior universidade do país em número de alunos inscritos na modalidade de ensino à distância. Um satélite envia para os cerca de 120 mil estudantes espalhados pelo Brasil as teleaulas transmitidas ao vivo a partir dos sete estúdios sediados em Londrina (PR). Supervisionados por um tutor, eles podem se comunicar com o professor via mensagem de texto ou microfone – é o que se chama de modelo presencial conectado. Em entrevista à repórter Bianca Rothier, a reitora da Unopar, Elisabeth Bueno Laffranchi diz que a “grande vantagem do ensino à distância é a oportunidade que o aluno tem de não sair da sua cidade”. “Há cidades no Brasil em que não existe faculdade nenhuma. Então, ali mesmo ele pode estudar, se organizar, viver com a própria família. Eu acredito que a educação evolui sempre e, com ela, evolui também a tecnologia”, explica a reitora. Nossa repórter visita os estúdios da Unopar, onde conversa com o professor de História Guilherme Bordonal, e uma sala de aula em Guarulhos, onde a aluna de graduação em Pedagogia Beatriz Bonini, que já concluiu uma graduação presencial em Fonoaudiologia, faz uma diferenciação a partir de suas experiências nas duas modalidades de ensino. “A princípio, assistir a aula por meio de um telão é estranho, diferente, mas a gente se acostuma. O ensino à distância é equivalente ao presencial, não há diferenças em termos de qualidade. A vantagem aqui é você poder ser gerente do seu tempo de estudo, mas isso também exige uma disciplina muito grande”, afirma a aluna.

Na UFRJ, mais de 1500 alunos de 26 disciplinas utilizam a plataforma de ensino Constructore, um software que permite troca de informações e mensagens em vídeo, texto e imagem. O repórter André Curvello entrevista a professora Miriam Struchiner, do Laboratório de Tecnologias Cognitivas do Núcleo de Tecnologia Educacional da UFRJ, para conhecer essa ferramenta utilizada em cursos do Centro de Saúde e na pós-graduação em Engenharia Biomédica da universidade. Já na PUC-SP, o Departamento de Letras prepara futuros professores, desde o primeiro semestre da graduação, para dominar e trabalhar com o ensino à distância. “O Brasil é uma país muito grande, muito extenso. Eu e todos os nossos educadores da área acreditamos que essa modalidade de ensino vai ser uma grande saída para os problemas que o país tem na área de educação, mas desde que ela seja sempre atrelada a cursos e iniciativas de educação à distância com qualidade, porque, hoje, a gente vê de tudo. Existe um boom nessa modalidade e o tempo e o mercado vão separar aquilo que é feito com qualidade e seriedade daqueles que só querem se aproveitar dessa onda que está por aí”, ressalta a professora Mercedes Canha Crescitelli, chefe do Departamento de Língua Portuguesa da PUC-SP. Uma ferramenta experimentada pela UFF é a interação entre alunos e professores no mundo virtual conhecido como Second Life. Nele, as pessoas são representadas por avatares, que têm as dimensões de um corpo humano e esboçam reação. A professora de Ciência da Computação Ana Cristina Bicharra explica a Curvello que o Second Life possibilita a comunicação entre pessoas que estão em locais diferentes e incita a colaboração constante a partir dos sinais emitidos pelo avatar dá. Com isso, ela já pensa em produzir filmes na realidade virtual.

Uma experiência da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que utiliza a criação colaborativa em ambientes virtuais por meio da tecnologia wiki sobressai no quadro Mérito Acadêmico. No Fora de série, vamos conhecer um sistema de interação e visualização 3D voltado para o ensino, resultado da parceria entre um doutorando em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e um professor de Ciência da Computação da UFF. No quadro Eu amo meu trabalho, um designer fala sobre seu papel no desenvolvimento de um ambiente colaborativo usado no ensino à distância.

Para mais informações sobre temas e pesquisas de profissionais apresentados no programa do dia 11, clique aqui. Para conhecer o cronograma de exibição das próximas edições do Globo Universidade, clique aqui.

O Globo Universidade, exibido aos sábados, às 7h15, na Rede Globo, leva ao ar reportagens sobre ensino, pesquisa e projetos científicos realizados no meio acadêmico. O programa é reprisado aos sábados na Globo News, às 13h05, e às quartas-feiras no Canal Futura, às 16h30. As edições também estão disponíveis na íntegra aqui, no site do Globo Universidade.

Fonte: http://globouniversidade.globo.com/GloboUniversidade/0,,8748,00.html

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Currículo Oculto e Currículo Oficial Sintonizando as salas de aula e o mundo exterior


A Semana - Editorial
João Luís de Almeida Machado Editor do Portal Planeta Educação; Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).

Currículo Oculto e Currículo Oficial
Sintonizando as salas de aula e o mundo exterior

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Esqueçam as clássicas e tradicionais salas de aula. Carteiras enfileiradas geometricamente onde os estudantes se acomodam calmamente e ficam a espera de seus professores para que novas aulas sejam dadas. Alunos respeitosos e que trazem de suas casas recomendações expressas de bom comportamento e de máximo aproveitamento das oportunidades que lhes são oferecidas pela escola.

A clientela escolar mudou muito e não nos permite mais pensar o ambiente educacional sem observar o contexto global em que estamos inseridos. Olhar apenas para o próprio umbigo e tentar diagnosticar as causas da indisciplina, da falta de disposição dos estudantes, do marasmo do trabalho executado nas escolas e dos resultados pífios obtidos não vai nos levar a nenhuma solução eficiente e plena.

Pode-se mesmo pensar que a resposta para nossos problemas esteja muito distante e que talvez seja inatingível. Partindo-se de um diagnóstico tão impróprio quanto o que nos leva a tratar câncer com aspirina é realmente improvável que consigamos extirpar os nossos males...

Não podemos deixar de pensar que a educação está inserida em um amplo contexto social, político, econômico e cultural. Que ao abordarmos tal situação temos que perceber inferências provenientes não apenas das decisões governamentais locais ou nacionais, mas também as influências sofridas das transformações que acontecem em outras regiões do planeta e que aos poucos promovem mudanças em nosso cotidiano, em nossos hábitos e nas relações que estabelecemos com o mundo.

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O Mundo mudou com as novas tecnologias e a educação não pode ficar alheia a
isso. No entanto não basta adicionar laboratórios e computadores, televisores e
aparelhos de DVD ou qualquer outro recurso às escolas, é necessário aprender a
utilizá-los e torná-los parte integrante dos currículos e instrumentais
básicos para o trabalho em sala de aula.

Pensamos em educação como as pessoas que querem entender as mudanças climáticas apenas em nível local, sem inserir nessa ampla e complexa questão situações como o efeito estufa, a camada de ozônio, a destruição das florestas tropicais ou a extinção de animais e vegetais.

Não podemos desprezar mudanças que têm acontecido no âmbito das comunicações como o surgimento da Internet, a ampliação das transmissões por satélite, as notícias que rapidamente cruzam as fronteiras e nos permitem saber o que se passa no Japão ou no Oriente Médio em questão de minutos.

Ignorar o avanço do neoliberalismo e a falência do sonho socialista; fechar os olhos para as disputas religiosas que abalam regiões do planeta; desprezar a rápida e portentosa ascensão da China no mercado mundial; ou ainda não se informar acerca dos grandes tratados internacionais que levaram a formação da União Européia nos levam a erros grosseiros e nos tornam míopes ou até mesmo cegos a questões relevantes que afetam o trabalho nas escolas.

O homem literalmente chegou a Lua, criou meios de transporte velocíssimos e eficientes, logrou transformações importantes nos setores produtivos e elevou consideravelmente sua capacidade de criar mercadorias. Essa mesma humanidade condenou milhares de pessoas à fome, ao abandono e aos descalabros da miséria. Guerras têm sido travadas em diferentes partes do mundo, doenças epidêmicas assolam os países desprovidos e a distribuição de riquezas é totalmente desigual e injusta entre as nações ricas e as pobres.

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A educação tem papel primordial na formação e esclarecimento das novas gerações.
Para que isso aconteça o professor também deve estar sintonizado com as
transformações do mundo em que vive e tem que tentar aproximar o currículo oficial
das notícias e informações do cotidiano que constituem um autêntico currículo oculto,
de grande influência na vida desses nossos estudantes.

E como tudo isso se relaciona à escola?

Vivemos num país em desenvolvimento, pelo menos é o que nos dizem há algum tempo (desde que entrei nos bancos escolares escuto essa afirmação). Isso significa que há problemas sociais e desigualdade econômica. Não há guerras envolvendo o Brasil e outras nações, mas há soldados brasileiros em outras partes do mundo (como no Haiti). Vivemos algumas tensões internas que algumas vezes extrapolam os limites da racionalidade e se transformam em confrontos sangrentos (como no caso da questão agrária).

A fome é um flagelo que ronda permanentemente uma parcela significativa de famílias brasileiras. A destruição de florestas em território nacional é questão de interesse internacional e tema de debates em diferentes partes do mundo. Temos governos que não querem assumir seus posicionamentos neoliberais que, entretanto, seguem à risca as cartilhas do Banco Mundial e do FMI. Assistimos ao crescimento constante e avassalador do advento das novas tecnologias ao cotidiano de nossa população (vimos recentemente, por exemplo, que há no Brasil atual o dobro de celulares comparativamente as linhas de telefones fixos ou ainda que a Internet de banda larga já superou a de linhas discadas).

Já deu para perceber que tudo isso influencia a escola?

Ainda não? Então vamos um pouco além em nossas observações. Que tal lembrar, por exemplo, que a disponibilização mais rápida de informações e notícias pelo rádio, televisão, jornais diários ou internet atinge uma boa e considerável parcela dos estudantes que freqüentam nossas escolas.

imagem-de-soldado-armado
As mudanças do mundo não fazem parte dos currículos oficiais e têm forte
influência sobre a vida de nossos estudantes. Questões como a Guerra do Iraque,
o pagamento de mensalões ou o referendo sobre a venda de armas devem ser
discutidas em sala de aula e aproximadas dos temas previstos nos currículos oficiais.

Esses meios de comunicação são freqüentes companheiros de nossos estudantes e disponibilizam informações que afetam e sensibilizam o comportamento dessas crianças e jovens. E o que fazemos com esses dados e notícias? Desprezamos, ignoramos ou, por vezes, comentamos com brevidade entre uma aula e outra. Isso não consta do currículo e dos planos de aula, portanto representa perda de tempo precioso de nossas explanações e trabalhos. Esse é o pensamento da grande maioria dos professores...

Ao fazermos isso perdemos a sintonia que pretendemos estabelecer com os estudantes. Precisamos estabelecer relações entre o currículo oficial e o mundo que nos cerca e influencia constantemente. A influência da realidade no contexto educacional é muito maior do que podemos imaginar e constitui, de acordo com pesquisas conduzidas por especialistas em educação, o que pode ser chamado de currículo oculto.

Outro exemplo? Que tal pensarmos na economia e no neoliberalismo? A competição entre produtores internacionais e as conseqüências diretas no dia a dia dos estudantes é muito maior do que podemos imaginar. Vai desde as explicações acerca do desemprego dos pais até as justificativas quanto aos baixos salários oferecidos no mercado brasileiro ou a dificuldade para se obter o primeiro emprego.

E como conciliar o currículo oculto com o oficial?

O primeiro passo é manter-se atualizado em relação ao mundo que nos cerca. O segundo é colocar os neurônios para conseguir relacionar as notícias e informações obtidas aos planos e projetos de ensino. Isso significa que não podemos desprezar os currículos oficiais e sim modernizá-los criando elos que permitam a comunicação entre esses direcionadores de atuação da escola e a realidade em que vivemos. Outro aspecto fundamental é redimensionar nossa prática e questionar nossos caminhos, valores, posturas e até mesmo o nosso conhecimento (fazer novos cursos, entender as tecnologias e utilizá-las na educação, ler novos autores, reler os clássicos, assistir filmes, freqüentar teatros,...).

Criar canais de comunicação com os alunos. Escutar e aprender com os estudantes também é medida essencial. A escola ainda é deveras conservadora e antiquada nesse sentido. Criar relações de proximidade e permitir que os alunos se permitam uma nova compreensão da escola e da educação. Isso não significa abdicar da autoridade e do respeito que se fazem necessários nessa atuação profissional. Seriedade, trabalho, disciplina e responsabilidade são totalmente condizentes com diálogo, amizade e construção cooperativa de novos conhecimentos. Todos ganham com isso, ninguém perde.

Para completar nossa conversa de hoje, não podemos deixar de mencionar a necessidade da criatividade e do amor à profissão. Criatividade que dá o tom e o tempero, que estimula e convence, que atrai e estabelece o interesse na educação. Amor que nos faz vencer as adversidades, os pessimismos e as pequenas derrotas do cotidiano para que possamos chegar ao triunfo e as realizações...

Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=437

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Números bem tratados


Junho 2009

Números bem tratados

Fazer o registro da pontuação de jogos simples, como o "dados coloridos", é um dos passos iniciais para a criançada entender - e fazer corretamente - o tratamento da informação

Thais Gurgel (thais.gurgel@abril.com.br)

Dados coloridos. Jogo de matemática.

Realizar registros que ajudem a chegar ao resultado de um problema matemático é um aprendizado importante para as crianças das séries iniciais. Esse conteúdo de ensino pertence ao bloco Tratamento da informação, uma área do conhecimento na Matemática que se articula com todos os outros campos da disciplina no Ensino Fundamental I – Números e Operações, Espaço e Forma e Grandezas e Medidas –, mas que tem especificidades a serem desenvolvidas desde cedo.

Mais sobre tratamento da informação

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Reportagem

Planos de aula

Trabalhar a produção de registros e a sua interpretação depende, antes de mais nada, de que os pequenos compreendam a sua utilidade. Para isso, é preciso criar situações – no registro de jogos, por exemplo – em que o controle de quantidades pela contagem de dedos ou pela memória não dê conta de garantir que se chegue ao resultado. “Essa preocupação é fundamental na hora de escolher a atividade a ser proposta”, diz Cileda Coutinho, professora da pós-graduação em Educação Matemática da PUC-SP. “Sem que a criança perceba por si própria a necessidade de registrar, dificilmente ela se envolverá em encontrar a melhor forma de fazê-lo para chegar a seus objetivos.” E descobrir como se faz bem o registro é a segunda condição para que a aprendizagem desse conteúdo de fato seja conquistada. Por isso, são fundamentais as intervenções do professor ao longo da atividade.

A professora Rosimeire Soares, da EMEF Laura Lopes, em São Caetano do Sul, SP, fez a escolha certa para sua turma de 1º ano. Durante dois meses, as crianças brincaram com o jogo “dados coloridos”, ao menos uma vez por semana.

O jogo, de regras bastante simples, deve ser praticado em grupos de quatro participantes, dos quais um (denominado “secretário”) fica responsável por controlar as rodadas – que são três – e determinar o vencedor. A cada jogada, a criança lança três dados – com faces de cor azul, vermelha e amarela – e ganha um ponto para cada face azul obtida. A cada dia, é importante que haja um revezamento na função de “secretário”.

Qual informação coletar

Nos primeiros dias em que trabalhou com o jogo em suas aulas, Rosimeire apresentou as regras do jogo e deixou que os pequenos brincassem para se familiarizar com elas. “Quando todos entendem a regra e percebem o que deve ser contado para saber quem foi o vencedor, eles já têm resolvido uma das partes do problema – justamente o de saber qual é a informação numérica a ser coletada”, diz Cileda. “O registro é o próximo passo.”

Intencionalmente, Rosimeire não orientou a turma a registrar os pontos no papel, pois queria ver essa necessidade surgir pela dificuldade em controlá-los. Aos poucos, os “secretários” começaram a perceber que, para garantir a contabilidade do jogo, precisavam de lápis e papel para anotar. No início, é possível – e aceitável – que alguns ainda recorram aos dedos das mãos (tanto as próprias como as dos colegas, quando seus dedos já não forem suficientes). Conforme avançam as partidas, aqueles que ainda não utilizam a marcação em papel sentem dificuldade em anunciar o vencedor. Vendo como os outros grupos resolvem a questão, eles também partem para o registro, revelando o entendimento de uma das funções do número: a de representar uma quantidade, ou seja, de registrar um montante de pontos que pode ser esquecido sem um registro.

Ao final de cada rodada de partidas, é preciso analisar no material produzido pelos alunos a forma como eles organizaram os dados coletados. “É muito comum que, inicialmente, as crianças não coloquem os nomes dos jogadores nos registros”, explica Priscila Monteiro, formadora do projeto Matemática é D+, da Fundação Victor Civita. “Em salas onde esse aspecto aparece, é importante discutir a necessidade de marcação dos nomes, como condição mínima para saber quem ganha o jogo.”

O melhor registro

Também é natural que, ao fazer o registro escrito, apareçam várias formas de anotação. No caso de Rosimeire, os alunos usaram diferentes opções de escrita numeral (por exemplo 1-1-1 ou 1-2-3), mas também marcações como bolinhas e pauzinhos. Por isso, é importante promover na classe uma reflexão coletiva sobre a organização das informações.

Rosimeire lançou diferentes questões à turma. Em uma folha, por exemplo, em que os nomes estavam muitos próximos, assim como os números relativos aos pontos, ela perguntou apontando: “Dá para ter certeza se esse ponto é desse jogador ou do outro?” Com a negativa das crianças, o grupo discutiu formas de evitar a dúvida em uma próxima vez, como traçar uma linha entre os nomes dos participantes no papel.
Outro aspecto frequente em atividades como esta é o fato de as crianças só marcarem no papel os pontos feitos, sem usar qualquer indicador para as rodadas em que o participante não pontua. Aparecem registros como o abaixo:

Resultados do jogo de matemática

“Eles dificilmente compreendem de início a importância de colocar um zero ou um traço, por exemplo, no registro”, diz Priscila. “Nesse caso, você pode questionar a turma: como é possível saber que esse jogador (o ganhador) não jogou mais vezes que o outro, se há mais algarismos registrados em seu nome?”

Mais uma reflexão necessária é se o registro com algarismos indica uma soma de pontos ou não. Tomando como exemplo os registros da turma de Rosimeire é possível discutir se, no registro “1, 2, 3”, o algarismo 3 se refere ao total da partida ou se é o número de faces azuis que o jogador obteve na terceira rodada.

“O norte da discussão para o aperfeiçoamento do registro é torná-lo um instrumento de informação eficaz e sem margem de dúvidas”, diz Priscila. Uma possibilidade para levantar essa discussão é trocar registros entre os grupos e pedir que descubram quem é o vencedor do outro grupo com base na interpretação do material.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/tratamento-informacao-480244.shtml

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