segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pragmatismo: Uma filosofia para a vida

Pragmatismo: Uma filosofia para a vida

José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Quem já teve aquela sensação de, ao ler um livro de filosofia ou ouvir um político discursando, se perguntar: "mas o que isso quer dizer?" Por que as crianças aprendem menos com sermões do que imitando as ações dos pais? E por que é tão importante revermos nossas crenças a respeito do que acreditamos ser verdade? Se tudo o que nos interessa é o que afeta nossas vidas, é neste tribunal do cotidiano que o método pragmatista vai julgar e depurar a filosofia.

O pragmatismo, desenvolvido no século 19 por um grupo de filósofos norte-americanos em Cambridge, Massachusetts, é uma corrente da filosofia muito estudada até hoje em diversos países, incluindo o Brasil. Talvez o correto seria falar em pragmatismos, no plural, dadas as nuances com que diferentes autores trataram o termo, desde os clássicos (Charles S. Peirce, William James, John Dewey e Ferdinand Schiller) até os contemporâneos (Lewis, Quine, Putnam, Davidson e Richard Rorty, entre outros).

Em sua formulação original, feita por Charles Sanders Peirce (1839-1914) em 1877-78 e reformulada em 1905, o pragmatismo é um método filosófico cuja máxima sustenta que o significado de um conceito (uma palavra, uma frase, um texto ou um discurso) consiste nas conseqüências práticas concebíveis de sua aplicação.

Conceito e experiência

Isto quer dizer que uma afirmação que não tenha qualquer relação com a experiência é desprovida de sentido. Por conta disso, o pragmatismo presta contas ao filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), que dizia (na "Crítica da Razão Pura") que, se por um lado toda experiência sem a forma do conceito é cega, o conceito sem o conteúdo da experiência é vazio.

Por exemplo, se eu digo "Pedro é honesto", isso só terá sentido se for possível, observando o comportamento futuro de Pedro, comprovar a honestidade por meio das atitudes de Pedro. Caso contrário, o máximo que poderíamos dizer é que "Pedro tem sido honesto (até hoje)". Mas o que nos interessa é o futuro, sobre o qual podemos deliberar. Deste modo, a crença que temos a respeito da honestidade de Pedro deve se fundamentar em fatos possíveis de serem observados.

E é por esta razão que só podemos conhecer realmente uma pessoa, amigo, parente ou amante no curso do tempo e por intermédio de suas ações.

Crianças e políticos

As crianças são, de certo modo, pragmatistas. Elas só aprendem investigando atentamente o que os pais fazem no dia-a-dia. Não adianta falar para uma criança que jogar papel na rua é errado se o pai atira o maço de cigarros vazio pela janela do carro. Haverá um desacordo entre teoria e prática que irá deslegitimar o discurso paterno.

Com o tempo, porém, nos tornamos menos atentos a isso e ficamos deslumbrados com programas ideológicos e doutrinas vazias de significado.

Promessas de campanha e compromissos éticos de políticos deveriam passar pelo mesmo crivo. Só terão algum significado quando confrontados com seus efeitos práticos concebíveis, isto é, caso haja dinheiro em caixa que torne possível a concretização das promessas e caso o governo tenha transparência suficiente para por à prova sua postura ética.

Assim, o pragmatismo, conforme concebido originalmente por Peirce, tem o propósito de fornecer uma diretriz ao pensamento, evitando que a razão, em seus altos vôos rumo ao abstrato, se desvencilhe de seu objeto: a realidade, a vida. O método pragmatista, desta forma, se contrapõe às metafísicas de caráter dogmático e propõe que o raciocínio seja guiado por métodos semelhantes aos da ciência, que incluem a observação dos fenômenos, a formulação de hipóteses, os testes práticos e a revisão de teorias. É por isso que o pragmatismo estranha qualquer idéia de verdade e certeza inatas ou absolutas.

Verdades provisórias

Opondo-se a René Descartes (1596-1650), que concebia o homem como dotado de idéias claras e distintas, para Peirce não temos nenhuma segurança de que nossas representações da realidade estão corretas. O máximo que podemos dizer é que funcionam e que, a longo prazo, nos aproximamos mais da verdade, na medida em que confrontamos a teoria com o objeto.

É o que Peirce chamava de doutrina do falibilismo. É impossível saber se atingimos a verdade última a respeito de algo. Contamos apenas com um conhecimento provisório e falível. Por exemplo, a visão do homem a respeito do universo se modificou ao longo dos séculos, nos quais os instrumentos técnicos foram aperfeiçoados e o gênio matemático, testado. De Copérnico, Galileu, Kepler, Newton e Einstein, sabemos muito mais hoje sobre o universo do que os antigos povos da Grécia, China e Mesopotâmia, mas nada nos garante que tenhamos chegado a uma incompatibilidade insuperável entre a teoria da Relatividade e a mecânica quântica, que descrevem, respectivamente, o macro e o microcosmo.

E também é assim com nossos valores. Afinal, não somos obrigados a reavaliar todos nossos parâmetros culturais em face das mudanças tecnológicas e o fenômeno da globalização?

O falibilismo, portanto, é uma condição de humildade intelectual, que nos obriga a uma aprendizagem constante e evita que nos enclausuremos em crenças e verdades últimas. Como o pragmatismo sugere, é necessário contrapor aos conceitos o objeto real para construir significados, caso contrário, corre-se o risco de naufrágio em um redemoinho de palavras sem qualquer âncora na terra firme da experiência.

Filosofia sem concessões

E qual garantia o pragmatismo nos dá de que aprendemos com os erros, de que iremos atingir a verdade ou, quem sabe, a segurança de uma certeza qualquer? Para Peirce, nenhuma. Só podemos ter esperança de que, com uma boa educação, nossos filhos serão melhores. Do mesmo modo, aprendemos a duras custas que não existem soluções prontas para a democracia no Brasil. Ela se faz de maneira conjunta e cotidiana.

O que valida uma crença, segundo o pragmatismo clássico, não são seus ornamentos argumentativos ou o conforto que nos traz ao tornar aprazível e suportável a realidade. Mas sim, seus efeitos práticos concebíveis e a experiência futura, que irá confirmá-la ou não. Ao nos devolver teimosamente à mesma realidade, por vezes tediosa e angustiante, da qual tentamos escapar por meio de filosofias baratas, dogmas e auto-ajuda, o pragmatismo só pode oferecer em troca uma existência mais criativa, num oceano de possibilidades.

Saiba mais


  • DE WAAL, Cornelis. (2007). Sobre Pragmatismo. São Paulo: Edições Loyola.
  • HAACK, Susan. (2007). "Pragmatismo". Em: Compêndio de Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola.
  • IBRI, Ivo Assad. (1992). Kósmos Noētós: a arquitetura metafísica de Charles S. Peirce. São Paulo: Perspectiva/ Hólon.
Veja alguns vídeos

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Filosofia: Pragmatismo


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domingo, 9 de agosto de 2009

O reizinho da casa. Sugestão de leitura do editor do blog.


Olá, a você que visita e acompanha este singelo blog. Gostaria de deixar com vocês uma sugestão de leitura. Principalmente você que é pedagogo/a, professore/a, e licenciados em geral.

O Reizinho da Casa
, terceira obra do Dr. Gustavo Teixeira, ratifica a grande habilidade do autor em expressar, de forma suave e fácil de entender, um assunto tão difícil e complicado como o transtorno desafiador opositivo.

Sumário:

Introdução

1. Transtorno Desafiador Opositivo

2. Quais são as Causas?

3. Transtornos Associados

4. Tratamento

5. Transtorno de Conduta

6. Transtorno de Personalidade Anti-social

7. Skinner e as Técnicas Comportamentais

8. Guia para os Pais

9. Sites na Internet

Amigo Leitor

Apêndice I

Apêndice II

Apêndice III

Apêndice IV

Bibliografia


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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Palavra do Dia: CARRASCO.

CARRASCO

Em nota publicada no início de agosto em seu portal na internet, logo após sua demissão pela escuderia em que corria na Fórmula 1, o piloto Nélson Ângelo Piquet escreveu, referindo-se a seu chefe na equipe: “Um manager deve encorajar, apoiar e fornecer oportunidades. No meu caso foi o contrário, Flávio Briatore foi o meu carrasco"

A palavra “carrasco” é um substantivo masculino que, no texto acima, foi utilizada no sentido figurado, para designar uma pessoa malvada, cruel. A origem do termo vem do nome de Belchior Nunes Carrasco, que teria desempenhado a função de executor de penas de morte em Lisboa por volta do século XV.


>> Definição do “iDicionário Aulete”:

substantivo masculino.

1. Aquele que executa a pena de morte; ALGOZ; VERDUGO

2. Fig. Indivíduo cruel e desumano: "(...) o pai desnaturado, carrasco da família antes de sê-lo da sociedade e de si próprio." (Franklin Távora, O cabeleira))

3. Pop. Aquele que é dado a disciplinar, a impor regras e condutas, e a punir a indisciplina de forma enérgica, tirânica e rude

[Formação: Do antr. (Belchior Nunes) Carrasco, algoz que teria vivido em Lisboa por volta do séc. XV.]

...

iDicionário Aulete: O primeiro dicionário livre, gratuito e interativo do Brasil. A palavra é sua!

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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Gestão Escolar: O papel do diretor.


Gestão Escolar

DiretorGestão da equipe

Edição 161 | 04/2003

O papel do diretor

Como um maestro, o líder da equipe concilia o trabalho pedagógico com o administrativo

(novaescola@atleitor.com.br)

É possível fazer uma comparação entre o trabalho de um maestro e o de um diretor de escola. Ambos são líderes e regem uma equipe. O primeiro segue a partitura e é responsável pelo andamento e pela dinâmica da música. O segundo administra leis e normas e cuida da dinâmica escolar. Os dois servem ao público, mas a platéia do "regente-diretor" não se restringe a bater palmas ou vaiar. Ela é formada por uma comunidade que participa da cena educacional.

Mais do que um administrador que cuida de orçamentos, calendários, vagas e materiais, quem dirige a escola precisa ser um educador. E isso significa estar ligado ao cotidiano da sala de aula, conhecer alunos, professores e pais. Só assim ele se torna um líder, e não apenas alguém com autoridade burocrática. Para Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo e consultor, há três perfis básicos nessa função:

O administrador escolar
- mantém a escola dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de prazos;

O pedagógico - valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades de capacitação docente;

O sociocomunitário - preocupa-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite trânsito livre em sua sala.

Como é muito difícil ter todas essas características, o importante é saber equilibrá-las, com colaboradores que tenham talentos complementares. Delegar e liderar devem ser as palavras de ordem. E mais: o bom diretor indica caminhos, é sensível às necessidades da comunidade, desenvolve talentos, facilita o trabalho da equipe e, é claro, resolve problemas.

O que ele faz

Incentiva iniciativas inovadoras.

Elabora planos diários e de longo prazo visando à melhoria da escola.

Gerencia os recursos financeiros e humanos.

Assegura a participação da comunidade na escola.

Identifica as necessidades da instituição e busca soluções.

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA

Administração Escolar
, Vítor Henrique Paro, 175 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0111, 19 reais

Gestão da Escola Fundamental, Unesco/MEC, 176 págs., Ed. Cortez, 22 reais

O Que É Burocracia?, Fernando C. Prestes Motta, 112 págs., Ed. Brasiliense, tel. (11) 6198-1488, 12 reais

FILME

Quando Tudo Começa (Ça Commence Aujourd’hui),
França, 1999, 117 min., drama, Distribuidora Cult.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/papel-diretor-423393.shtml

Quer saber mais,
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://revistaescola.abril.com.br/img/politicas-publicas/023-tudo-pratica-1.jpg&imgrefurl=http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/carreira/tudo-pratica-425240.shtml&usg=__MWXLrwMoW8FUZen3RSV5lvFiRV0=&h=220&w=340&sz=27&hl=pt-BR&start=80&sig2=kJtlZG8tepVwVHZDZOSAKA&um=1&tbnid=6Mfzck1QoGD3hM:&tbnh=77&tbnw=119&prev=/images%3Fq%3Ddiretor%2Bescolar%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26rlz%3D1B2GGFB_ptBR287BR287%26sa%3DN%26start%3D60%26um%3D1&ei=K_p3SorkGNSEtweTztndBg

Alguns vídeos.

tvfeevale
TV Feevale - TV Feevale Notícias - Diretor de Escola


ikwabr
Pedagogia - Administração Escolar - O que é? - João Mendes


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Palavra do dia INFLUENZA


INFLUENZA

O Ministério da Saúde informou que na quinta-feira, 30 de julho, começou a entregar aos estados o primeiro lote produzido no Brasil do fosfato de osetalmivir, usado no tratamento da influenza A (H1N1). O medicamento foi fabricado pelo laboratório Farmanguinhos, da Fiocruz, no Rio de Janeiro

A palavra “influenza” é um substantivo feminino que tem sua origem no italiano 'influenza', e tem o mesmo significado de “gripe”.

>> Definição do “iDicionário Aulete”:

(in.flu:en.za)

substantivo feminino.

1. Med. Doença infecciosa aguda de origem viral que ataca as vias respiratórias e que ocorre ger. em epidemias ou pandemias; GRIPE

[F.: Do it. influenza.]

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domingo, 2 de agosto de 2009

O escorpião e o elefante


O escorpião e o elefante


Andando pela floresta, o elefante viu o escorpião na beira de um rio. Intrigado com o que animalzinho fazia ali, o elefante foi logo perguntando:

- Amigo escorpião, o que fazes aqui?

- Preciso atravessar o rio, mas a correnteza é forte, acho que não vou conseguir - respondeu o escorpião.

O elefante coçou a orelha com a tromba, pensou um pouco e disse:

- Suba nas minhas costas. Eu sou alto e forte. Carrego você até a outra margem.

O escorpião olhou assustado e respondeu:

- Mas eu sou o escorpião. Todos sabem da minha fama.

- Eu sei, mas confio em você. Pode subir.

O macaco, que do outro lado do rio observava toda a cena, gritou:




- Elefante, você tá louco. Esse sujeito vai te matar.

O elefante deu de ombros e entrou no rio, com o escorpião nas costas. No meio da travessia, o elefante sentiu uma ferroada dolorida na nuca. Incrédulo, ele olhou para trás e disse:

- Por quê? Agora nós dois vamos morrer afogados.

Impassível, o escorpião respondeu.

- Você sabia que eu era o escorpião.

Moral da história número 1 (eu, o elefante): as pessoas são o que são. Não pense que agirão diferentes porque estão com você. Mesmo que você tenha salvado a vida delas.

Moral da história número 2 (eu, o escorpião): "você sabia que eu era o escorpião".


Fonte:http://marcio.medeiros.zip.net/

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